Política e negócios impulsionam o turismo de luxo em Brasília
19/07/2017 10h00 | Atualizado em 19/07/2017 12h39
O Brasil está repleto de praias e cachoeiras paradisíacas, mas são as viagens de negócios que fazem sua capital despontar como polo turístico. É ali que se encontra a maior proporção de unidades habitacionais (quartos, chalés ou suítes) por estabelecimentos de hospedagem: 65, mais que o dobro da média do país, que é de 32 quartos por estabelecimento. E se considerarmos apenas os leitos oferecidos, Brasília continua campeã: 141 por estabelecimento, enquanto a média do país é de 77 e a capital paulista, segunda colocada, oferece 37 leitos por estabelecimento.
Esses dados são da Pesquisa de Serviços de Hospedagem (PSH) do IBGE, que foi a campo em 2011 e 2016 para traçar um retrato da rede hoteleira do país. Segundo a PSH, no ano passado, o Brasil tinha 31.299 estabelecimentos de hospedagem, entre hotéis, motéis, pousadas, apart-hotéis, flats, albergues turísticos, campings e outras categorias. Essa rede oferecia 1.011.254 unidades habitacionais (suítes, quartos ou chalés), com 2.407.892 leitos.
A pesquisa também informa que Brasília tinha a maior proporção de estabelecimentos de hospedagem de grande porte, isto é, com 50 ou mais quartos. Nada menos que 36,3% dos hotéis da capital federal estavam nessa categoria, uma proporção acima do dobro da média do país, que era de 15,4%.
Além disso, segundo Luiz Andrés Ribeiro, pesquisador da coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, “Brasília era a capital com a maior proporção de estabelecimentos de hospedagem de luxo, chegando a 6,8%, enquanto a média do país era de 3,9%”. Para Andrés, embora o Distrito Federal também tenha abrigado jogos da Copa do Mundo, em 2014, essa não é a única explicação: “Tal crescimento muito provavelmente está ligado à agenda política e ao turismo de negócios”, explica.
Indiretamente, esses números refletem investimentos, indicando que o Distrito Federal é um mercado turístico em franca expansão. A PSH mostra que, de 2011 a 2016, Brasília foi uma das três capitais do país com a maior taxa de crescimento em número de quartos oferecidos: 50,2%, logo atrás de Palmas (58,9%) e Belém (58,8%).
Em 2016, Brasília estava em terceiro lugar em número de leitos (39.424), depois de São Paulo (124.794) e Rio de Janeiro (83.070). Era, também, a terceira em número de unidades habitacionais (17.998), igualmente atrás de São Paulo (61.068) e Rio (38.244).
A Pesquisa de Serviços de Hospedagem do IBGE foi realizada em parceria com o Ministério do Turismo. O titular da pasta, Marx Beltrão, destacou que a PSH “é fundamental para as diversas esferas de governo planejarem as políticas de turismo dos próximos anos. Seus dados indicam que houve um crescimento expressivo na oferta dos meios de hospedagem no Brasil com o ciclo de megaeventos. Esse é um legado que temos de trabalhar para movimentar a economia do país”.
Texto: Luiz Bello
Foto: Leonardo da Silva/Wikimedia