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CEMPRE 2014: número de empresas e outras organizações cai 5,4%

17/06/2016 10h09 | Atualizado em 30/05/2017 11h16

 

Em 2014, o Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) do IBGE reunia 5,1 milhões de empresas e outras organizações formais ativas, o que representou uma queda de 5,4% (288,9 mil empresas a menos) em relação ao ano de 2013. Esta foi a primeira queda no número de empresas e outras organizações da série iniciada em 2007.

O pessoal ocupado nas empresas e outras organizações (55,3 milhões de pessoas) cresceu 0,2% (mais 97,5 mil pessoas) entre 2013 e 2014, puxado pelo aumento de 0,8% (381,3 mil) no pessoal ocupado assalariado, uma vez que o número de sócios e proprietários caiu 3,9% (283,8 mil pessoas a menos), também a primeira queda da série. O total de salários e outras remunerações cresceu 4,5% em valores reais, ficando em R$ 1,5 trilhão, e o salário médio mensal ficou em R$ 2.301,82, registrando aumento real de 1,8% em relação ao ano anterior. Em todas as variáveis analisadas, o ano de 2014 apresentou as menores variações anuais da série iniciada em 2007.

Para analisar a evolução dos indicadores do CEMPRE, considerou-se 2008 como o ano inicial em razão de um melhor ajuste na Classificação de Atividades Econômicas (CNAE) naquele ano. A participação da administração pública no número de empresas e outras organizações tem se mostrado estável em 0,4% no período entre 2008 e 2014. Porém, observou-se uma redução de 2,4 ponto percentual (p.p.) no pessoal ocupado assalariado, passando de 22,6%, em 2008, para 20,2%, em 2014. Também houve redução (-1,5 p.p.) na participação da administração pública nos salários e outras remunerações.

Já a participação das entidades empresariais na estrutura organizacional brasileira cresceu 1,6 p.p. no período 2008-2014, atingindo 90,7% das empresas e outras organizações. Porém, na comparação dos números absolutos com 2013, as entidades empresariais apresentaram queda de 223,8 mil (-4,6%) em seu total e diminuição de 74,1 mil no pessoal ocupado total (-0,2%). Já o pessoal ocupado assalariado aumentou 0,5% (173,6 mil pessoas).

Em 2014, pelo quinto ano consecutivo, comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas foi a atividade que concentrou a maior parte do pessoal ocupado assalariado, com 9,3 milhões de pessoas (19,3%). Esta seção também se destacou com a maior participação no número de empresas e outras organizações (40,1% ou 2,0 milhões de empresas) e no pessoal ocupado total (21,9% ou 12,1 milhões de pessoas). Porém, em salários e outras remunerações, o comércio ficou na terceira colocação (12,3% ou R$ 181,4 milhões). No saldo de pessoal ocupado entre 2008 e 2014, o comércio foi responsável por 23,1% dos empregos gerados.

Na análise regional, as 5,1 milhões de empresas e outras organizações ativas no país possuíam 5,6 milhões de unidades locais, que ocupavam 55,3 milhões de pessoas, das quais 48,3 milhões como assalariadas, que receberam um total de R$ 1,5 trilhão em salários e outras remunerações. A região Sudeste concentrava 51,6% (2,9 milhões) das unidades locais, 50,5% do pessoal ocupado (27,9 milhões), 50,2% do pessoal assalariado (24,2 milhões) e 54,4% (R$ 799,8 bilhões) dos salários e outras remunerações.

O CEMPRE reúne informações cadastrais e econômicas de empresas e outras organizações (administração pública e entidades sem fins lucrativos) formalmente constituídas no país e suas respectivas unidades locais (endereços de atuação das empresas e outras organizações).

A publicação completa do CEMPRE está disponível aqui.

Número de empresas e outras organizações, pessoal ocupado total,
salários e outras remunerações e salário médio mensal - Brasil - 2013-2014
Variáveis
2013
2014
Variação
relativa (%)
Número de empresas e outras organizações
5.392.234
5.103.357
(-) 5,4
Pessoal ocupado total
55.166.521
55.263.992
0,2
   Pessoal ocupado assalariado
47.890.419
48.271.711
0,8
   Sócios e proprietários
7.276.102
6.992.281
(-) 3,9
Salários e outras remunerações (1 000 R$)
1.408.003.052
1.471.405.324
4,5
Salário médio mensal (R$)
2.260.25
2.301.82
1,8
Salário médio mensal (salários mínimos)
3.1
3.2
-

Salário médio mensal cresce 16,3% em valores reais entre 2008 e 2014

O salário médio mensal apresentou uma taxa de crescimento de 1,8%, em termos reais, em 2014. Em 2009, o avanço havia sido de 4,7%, em termos reais; em 2010, 0,6%; em 2011, 2,4%; em 2012, 2,1% e, em 2013, 3,7%. No acumulado do período, o salário médio mensal cresceu 16,3%.

Taxas de crescimento real têm sido observadas também no total de salários e outras remunerações em todos os anos analisados. Em 2014, a taxa de crescimento foi de 4,5%, em valores reais. No período de 2008 a 2014, a taxa de crescimento acumulado foi de 50,0%.

Com a queda de 5,4% no número de empresas e outras organizações em 2014, a taxa de crescimento acumulada nos últimos seis anos ficou em 10,8%. O pessoal ocupado total e o pessoal ocupado assalariado aumentaram 0,2% e 0,8% em 2014, enquanto, em 2013, haviam crescido 3,3% e 3,6%, respectivamente. Assim, essas variáveis acumularam, no período de 2008 a 2014, taxas de 24,0% e 25,7%, respectivamente. Já os sócios e proprietários apresentaram queda de 3,9% em 2014, acumulando no período 2008-2014 crescimento de 13,4%.

Taxa de crescimento relativo e acumulado das empresas e outras organizações,
do pessoal ocupado total, dos salários e outras remunerações e do salário médio mensal
Brasil - 2008 - 2014
Variáveis
Taxa de crescimento
Relativo
Acumulado 2008/2014
2008/2009
2009/2010
2010/2011
2011/2012
2012/2013
2013/2014
Número de empresas e outras organizações
5,2
5,8
0,0
1,3
3,8
-5,4
10,8
Pessoal ocupado total
4,7
6,5
4,9
2,3
3,3
0,2
24,0
Pessoal ocupado assalariado
4,7
6,9
5,1
2,3
3,6
0,8
25,7
Sócios e proprietários
4,9
4,1
3,8
2,2
1,9
-3,9
13,4
Salários e outras remunerações
7,2
9,2
8,0
7,1
6,1
4,5
50,0
Salário médio mensal
4,7
0,6
2,4
2,1
3,7
1,8
16,3

Em seis anos, participação da administração pública no pessoal assalariado cai 2,4 pontos percentuais

Entre 2008 e 2014, a administração pública manteve participação de 0,4% no número de empresas e outras organizações. Porém, observou-se uma redução de 2,4 p.p. no pessoal ocupado assalariado, passando de 22,6%, em 2008, para 20,2%, em 2014. Destaca-se, ainda, a redução de 1,5 p.p. na participação da administração pública nos salários e outras remunerações.

Por outro lado, a participação das entidades empresariais na estrutura organizacional brasileira tem crescido no período. Em seis anos, a participação dessas entidades, que já era predominante em 2008 (89,1%), aumentou em 1,6 p.p no total das empresas e outras organizações ativas, atingindo 90,7% em 2014.

Esse aumento apresentou reflexos nas variáveis econômicas, com avanço de 2,1 p.p. no pessoal ocupado total (de 73,8% para 75,9%); de 2,7 p.p. no pessoal ocupado assalariado (de 70,3% para 73,0%); e de 1,8 p.p. em salários e outras remunerações (de 62,1% para 63,9%).

Em 2014, as entidades sem fins lucrativos, com 8,9% das empresas e outras organizações, foram responsáveis por 6,5% do pessoal ocupado total, 6,8% do pessoal ocupado assalariado e 6,3% dos salários e outras remunerações pagos no ano. Em seis anos houve queda de 1,6 p.p. no total dessas empresas e outras organizações, de 0,2 p.p. no pessoal ocupado total, de 0,3 p.p. no pessoal assalariado e de 0,4 p.p. em salários e outras remunerações.

Embora sejam predominantes, em 2014, as entidades empresariais pagavam os salários médios mensais mais baixos (R$ 2.030,27). Os órgãos da administração pública, por sua vez, pagavam os salários médios mensais mais elevados (R$ 3.282,35), seguidos das entidades sem fins lucrativos (R$ 2.181,58).

Organizações com mais de 250 pessoas concentram 53,7% dos assalariados

Em 2014, do total de empresas e outras organizações, 87,1% tinham até nove pessoas ocupadas, 11,1% tinham de 10 a 49 pessoas, 1,5% tinham de 50 a 249 pessoas e 0,4% tinham 250 pessoas ou mais. Apesar do predomínio das empresas de menor porte na estrutura empresarial brasileira, aquelas com 250 pessoas ou mais ocupadas apresentaram as maiores participações nas variáveis analisadas: pessoal ocupado total (46,9%), pessoal ocupado assalariado (53,7%) e salários e outras remunerações (68,7%).

Em termos salariais, os valores apresentam relação direta com o porte. Os salários médios mensais mais elevados foram pagos pelas empresas e outras organizações com 250 pessoas ou mais (R$ 2.979,92), enquanto os menores valores, por aquelas com até nove pessoas ocupadas (R$ 1.229,90).

Comércio absorveu 23,1% dos empregos gerados entre 2008 e 2014

De 2008 a 2014, 9,9 milhões de novos vínculos empregatícios foram gerados entre o pessoal assalariado nas empresas e outras organizações formais. Quatro seções de atividade foram responsáveis por 54,8% desse total: 23,1% em comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas, 12,6% em atividades administrativas e serviços complementares, 9,9% nas atividades de construção e 9,2% em saúde humana e serviços sociais. Consequentemente, as participações relativas dessas quatro seções no pessoal ocupado assalariado aumentaram no período analisado.

Em 2014, pelo quinto ano consecutivo, comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas foi a atividade que concentrou a maior parte do pessoal ocupado assalariado, com 9,3 milhões de pessoas (19,3%). Esta seção também se destacou com 2,0 milhões de empresas e outras organizações (40,1%) e com 12,1 milhões no pessoal ocupado total (21,9%). Porém, em salários e outras remunerações, o comércio ficou na terceira colocação com R$ 181,4 milhões (12,3%). A seção com maior participação em salários e outras remunerações foi administração pública, defesa e seguridade social com R$ 338,2 milhões (23,0%).

Atividades com os menores salários médios empregam 32,6% dos assalariados

O salário médio mensal, em 2014, foi de R$ 2.301,82, considerando todas as atividades econômicas. Os menores salários médios mensais foram pagos por alojamento e alimentação (R$ 1.133,10), atividades administrativas e serviços complementares (R$ 1.409,43) e comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (R$ 1.498,91). Essas atividades, que pagaram salários médios mensais menores, absorveram juntas 32,6% do pessoal ocupado assalariado.

Entre as seções de atividade, os maiores salários médios mensais foram pagos por eletricidade e gás (R$ 6.460,12), seguida por atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (R$ 5.184,60) e indústrias extrativas (R$ 4.896,37). Apesar de pagarem salários médios mensais mais elevados, essas atividades absorveram juntas somente 2,8% do pessoal ocupado assalariado.

Mais da metade (50,5%) do pessoal ocupado está no Sudeste

Em termos regionais, as 5,1 milhões de empresas e outras organizações ativas no país possuíam 5,6 milhões de unidades locais. Destas, 2,9 milhões (51,6%) estavam na região Sudeste, assim como 27,9 milhões de pessoas ocupadas (50,5%), 24,2 milhões de pessoas assalariadas (50,2%) e R$ 799,8 bilhões (54,4%) em salários e outras remunerações.

A região Sul foi a segunda colocada em participação no número de unidades locais (22,0%) e em salários e outras remunerações (16,1%). Porém, em pessoal ocupado total e assalariado, a região Sul ficou em terceiro (com 17,8% e 17,2%, respectivamente), perdendo para a região Nordeste, que registrou, respectivamente, 17,9% e 18,5%. A região Nordeste ficou em terceiro em relação ao número de unidades locais (15,1%) e salários e outras remunerações (14,4%).

Diferença salarial entre homens e mulheres recua para 25%

Em 2014, no âmbito empresarial, 56,5% do pessoal ocupado assalariado eram homens e 43,5%, mulheres. A participação feminina cresceu 1,6% em relação a 2009, quando era de 41,9%. Na comparação dos números absolutos, de 2013 para 2014, houve aumento do número de mulheres (2,0%) e recuo no número de homens (-0,1%), fazendo com que a proporção de homens no pessoal ocupado assalariado decrescesse 0,5 p.p. em 2014, enquanto a participação das mulheres aumentou na mesma proporção.

Em termos salariais, em 2014, os homens receberam, em média, R$ 2.521,07 e as mulheres, R$ 2.016,63. Ou seja, o salário das mulheres era equivalente a 80,0% do salário dos homens. Essa diferença, que havia sido de 25,3 % em 2012 e de 25,8% em 2013, passou a ser de 25,0% em 2014.

Sob a ótica da natureza jurídica, a administração pública e as entidades sem fins lucrativos apresentaram maior participação feminina no pessoal ocupado assalariado. Em contrapartida, nas entidades empresariais, predominava o pessoal ocupado assalariado masculino em todo o período considerado.

Por nível de escolaridade, em 2014, 19,6% das pessoas ocupadas assalariadas possuíam nível superior e 80,4% não possuíam. Em relação aos números absolutos de 2013, o pessoal ocupado assalariado com nível superior cresceu 6,9%, enquanto o pessoal sem nível superior recuou 0,6%. Assim, a participação relativa do pessoal ocupado assalariado com nível superior aumentou 1,1 p.p. Em relação a 2009, o aumento foi de 3,1 p.p.

Em termos salariais, o pessoal ocupado assalariado com nível superior recebeu, em média, R$ 4.995,08, enquanto o pessoal sem nível superior, R$ 1.639,04, ou seja, uma diferença de 204,8%. Por natureza jurídica, a administração pública apresentou a maior proporção de assalariados com nível superior (43,9%), mas o pessoal sem nível superior predominou em todas as categorias, atingindo 87,9% nas entidades empresariais e 71,2% nas entidades sem fins lucrativos.