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PNAD Contínua: taxa de subutilização da força de trabalho fica em 22,2% no 4º tri e fecha 2016 em 20,9%

23/02/2017 09h43 | Atualizado em 26/05/2017 11h18

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    A taxa composta de subutilização da força de trabalho (que agrega a taxa de desocupação, taxa de subocupação por insuficiência de horas e da força de trabalho potencial) ficou em 22,2% no 4º trimestre de 2016, acima do resultado do 3º trimestre de 2016 (21,2%) e do 4º trimestre de 2015 (17,3%). Em 2016, esse indicador ficou em 20,9%, em média. A região Nordeste teve a maior taxa (33,0%) no 4º trimestre, enquanto a menor ocorreu no Sul (13,4%). Entre os estados, a Bahia atingiu o patamar mais alto (36,2%), sendo o menor em Santa Catarina (9,4%). No Brasil, eram 24,3 milhões de pessoas nessa condição, um aumento de 6,0% em relação ao 3º trimestre, o que representa 1,4 milhão de pessoas a mais nessa situação. Em relação ao 4º trimestre de 2015, quando eram 18,5 milhões, o aumento foi de 31,4% ou 5,8 milhões de pessoas.

    A taxa combinada de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas e desocupação (pessoas ocupadas com uma jornada de menos de 40 horas semanais, mas que gostariam de trabalhar em um período maior somadas às pessoas desocupadas) foi de 17,2%. No trimestre anterior, o indicador havia ficado em 16,5% e, no 4º trimestre de 2015, 13,0%. A maior foi no Nordeste (23,9%), e a menor, no Sul (10,9%).

    A taxa combinada da desocupação e da força de trabalho potencial, que abrange as pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho, ou que procuraram mas não estavam disponíveis para trabalhar (força de trabalho potencial), foi de 17,4%, acima dos 16,8% registrados no trimestre anterior e dos 13,5% apurados no último trimestre de 2015. No Nordeste, a taxa ficou em 24,6%, a maior entre as grandes regiões. A menor foi verificada no Sul (10,2%).

    Já a taxa de desocupação no 4º trimestre, cujo dado para o Brasil o IBGE já havia divulgado em 31/01/2016 (12,0%), ficou acima da média nacional nas regiões Nordeste (14,4%), Norte (12,7%) e Sudeste (12,3%). Centro-Oeste (10,9%) e Sul (7,7%) foram as regiões cujas taxas ficaram abaixo do indicador para o Brasil. No Amapá, o indicador ficou em 16,8%, a maior taxa entre os estados. Em Santa Catarina, a taxa foi de 6,2%, o menor índice para as unidades da federação. Na desagregação por cor ou raça, dado que o IBGE divulga hoje pela primeira vez, as taxas de desocupação das pessoas de cor preta (14,4%) e parda (14,1%) ficaram acima da média nacional, enquanto a dos brancos situou-se em 9,5%.

    A publicação completa da PNAD Contínua trimestral pode ser acessada aqui.

    Regiões Nordeste, Norte e Sudeste têm taxas de desocupação acima da nacional

    No 4º trimestre de 2016, a taxa de desocupação, no Brasil, foi estimada em 12,0%. Esta estimativa se manteve estável na comparação com o 3º trimestre de 2016 (11,8%). Frente ao 4º trimestre de 2015 (9,0%), a taxa apresentou elevação de 3,1 pontos percentuais. Também no confronto anual, houve crescimento desse indicador em todas as grandes regiões: Norte (de 8,6% para 12,7%), Nordeste (de 10,5% para 14,4%), Sudeste (de 9,6% para 12,3%), Sul (de 5,7% para 7,7%) e Centro-Oeste (de 7,4% para 10,9%). A região Nordeste permanece registrando a maior taxa de desocupação dentre todas as regiões.

    A taxa de desocupação dos jovens de 18 a 24 anos de idade (25,9%) continuou a apresentar patamar superior ao estimado para a taxa média total. Este comportamento foi verificado tanto para o Brasil, quanto para cada uma das cinco grandes regiões, onde a taxa oscilou entre 16,5% no Sul e 30,3% no Nordeste. Já nos grupos de pessoas de 25 a 39 e de 40 a 59 anos de idade, este indicador foi de 11,2% e 6,9%, respectivamente.

    As diferenças foram significativas na taxa de desocupação entre homens (10,7%) e mulheres (13,8%) no 4º trimestre de 2016. Este comportamento foi verificado nas cinco grandes regiões.

    Por nível de instrução, a taxa de desocupação para o contingente de pessoas com ensino médio incompleto (22,0%) era superior à verificada para os demais níveis. Para o grupo de pessoas com curso superior incompleto, a taxa foi estimada em 13,6%, mais que o dobro da verificada para aqueles com nível superior completo (5,8%).

    Região Nordeste é a única onde o percentual de mulheres (48,7%) na população desocupada é menor que o de homens (51,3%)

    O percentual de mulheres (50,3%) na população desocupada foi superior ao de homens (49,7%) no 4º trimestre, o que se repetiu em quase todas as regiões. A exceção foi a região Nordeste, onde as mulheres representavam 48,7% da população desocupada. Na região Centro-Oeste, o percentual das mulheres foi o maior (52,9%).

    O grupo de 14 a 17 anos de idade representava 8,4% das pessoas desocupadas, uma redução de 0,8 ponto percentual do 4º trimestre de 2015 para o 4º trimestre de 2016. A maior parcela era representada pelos adultos de 25 a 39 anos de idade (35,6%).

    No 4º trimestre de 2016, 50,6% das pessoas desocupadas tinham concluído pelo menos o ensino médio. Cerca de 26,1% não tinham concluído o ensino fundamental. Aquelas com nível superior completo representavam 8,2%. Estes resultados não se alteraram significativamente ao longo da série histórica disponível.

    Mulheres representam 39,1% da população ocupada na região Norte

    Mesmo representando 52,2% da população em idade de trabalhar (14 anos ou mais de idade), as mulheres (43,0%) tinham uma representação menor que os homens (57,0%) na população ocupada. Este fato se repetiu em todas as regiões, sobretudo na Norte, onde os homens representavam 60,9% dos trabalhadores e as mulheres, 39,1% no 4º trimestre de 2016. Ao longo da série histórica da pesquisa este quadro não se alterou significativamente em nenhuma região.

    A análise do contingente de ocupados no 4º trimestre de 2016, por grupos de idade, mostrou que 12,7% eram jovens, de 18 a 24 anos, e que os adultos, aqueles nas faixas de 25 a 39 anos e 40 a 59 anos de idade, representavam 78,2%. Já os idosos correspondiam a 7,3%.

    A participação dos menores de idade (14 a 17 anos) na população ocupada apresentou tendência de queda do 4º trimestre de 2015 (2,2%) para o mesmo trimestre de 2016 (1,7%). Mesmo comportamento foi observado para o grupo de 18 a 24 anos que passou de 13,3% para 12,7%, no mesmo período. Para as demais categorias de idade a tendência foi de aumento na participação na população ocupada.

    No 4º trimestre de 2016, no Brasil, entre as pessoas ocupadas, 28,1% não tinham concluído o ensino fundamental, 53,5% tinham concluído pelo menos o ensino médio e 18,5% tinham concluído o nível superior.

    Nas regiões Norte (36,3%) e Nordeste (37,5%), o percentual de pessoas nos níveis de instrução mais baixos (não tinham concluído o ensino fundamental) era superior ao observado nas demais regiões. Nas regiões Sudeste (62,4%) e Sul (55,6%), o percentual das pessoas que tinham completado pelo menos o ensino médio era superior ao das demais regiões. A região Sudeste (21,9%) foi a que apresentou o maior percentual de pessoas com nível superior completo, enquanto a região Nordeste teve o menor (12,9%).

    Proporção de trabalhadores por conta própria é maior no Norte e Nordeste

    No 4º trimestre de 2016, a população ocupada era composta por 68,6% de empregados, 4,6% de empregadores, 24,5% de pessoas que trabalharam por conta própria e 2,3% de trabalhadores familiares auxiliares. Ao longo da série histórica da pesquisa essa composição não se alterou significativamente.

    A pesquisa apontou diferenças regionais com relação à forma de inserção do trabalhador no mercado de trabalho. Nas regiões Norte (31,7%) e Nordeste (30,2%), o percentual de pessoas que trabalharam por conta própria era superior ao observado nas demais regiões. Em contrapartida, na categoria dos empregados foi constatado que as Regiões Sudeste (72,6%) e Centro-Oeste (71,7%) apresentaram participação maior destes trabalhadores.

    Parte expressiva dos empregados estava alocada no setor privado (71,9%), 18,2% no setor público e os demais no serviço doméstico (9,9%).

    No 4º trimestre de 2016, 76,4% dos empregados no setor privado tinham carteira de trabalho assinada, 1,5 ponto percentual a menos que no 4º trimestre de 2015. Entre os trabalhadores domésticos, 31,9% tinham carteira de trabalho assinada; no mesmo trimestre do ano passado essa proporção era de 33,3%. Os militares e servidores estatutários correspondiam a 71,7% dos empregados do setor público no 4º trimestre de 2016.

    O percentual de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado mostrou cenários distintos. As regiões Norte (59,4%) e Nordeste (61,5 %) apresentaram-se em patamares inferiores aos das demais. Já a região Sul (84,0%) atingiu patamar superior.

    Rendimento médio real cresce 2,0% na região Nordeste

    No 4º trimestre de 2016, o rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, com rendimento de trabalho, foi estimado em R$ 2.043, conforme já divulgado pelo IBGE. Este resultado apresentou estabilidade tanto em relação ao trimestre imediatamente anterior (R$ 2.026) quanto ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.033).

    Na comparação entre as grandes regiões, do 3º para o 4º trimestre de 2016, ocorreu variação positiva no rendimento no Nordeste (2,0%), enquanto nas demais o quadro foi de estabilidade. Em relação ao quarto trimestre de 2015 não foi registrada nenhuma variação significativa no rendimento.

    Massa de rendimento real cresce 2,0% na Região Sul

    No 4º trimestre de 2016, a massa de rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, com rendimento de trabalho, foi estimada em R$ 180,0 bilhões, uma elevação de 1,2% em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o 4º trimestre de 2015 (R$ 182,2 bilhões), esta estimativa não apresentou variação estatisticamente significativa.

    A região Sudeste apresentou a maior massa de rendimento real ao longo da série histórica, tendo registrado R$ 93,2 bilhões no 4º trimestre de 2016. Na comparação com o 3º trimestre de 2016, apenas a região Sul apresentou variação na massa de rendimento (alta de 2,0%). Em relação ao 4º trimestre do ano anterior, as regiões Norte e Nordeste registraram declínios de 5,0% e 3,5% na massa de rendimentos e as demais regiões mantiveram-se estáveis.

    Taxa de desocupação de pretos e pardos fica acima da média nacional

    As taxas de desocupação das pessoas de cor preta (14,4%) e parda (14,1%) ficaram acima da média nacional (12,0%) no 4º trimestre de 2016, enquanto a dos brancos situou-se em 9,5%. No 1º trimestre de 2012, quando a taxa média foi estimada em 7,9%, a dos pretos correspondia a 9,7%; a dos pardos a 9,1% e a dos brancos era 6,6%.

    O contingente dos desocupados no Brasil no 4º trimestre de 2012 foi estimado em 6,7 milhões de pessoas. Os pardos representavam 52,4% dessa população, seguidos dos brancos (37,5%) e dos pretos (9,6%). No 4º trimestre de 2016, esse contingente subiu para 12,3 milhões de pessoas, e a participação dos pardos passou para 52,7%; a dos brancos para 35,6%; e a dos pretos subiu para 11,0%.

    O contingente de ocupados (90,3 milhões de pessoas) era composto no 4º trimestre de 2016 por, 41,7 milhões que se declararam de cor branca (46,2%); 39,6 milhões de cor parda (43,9%) e 8,1 milhões de cor preta (8,9%). No 4º trimestre de 2012, a população que se declarou branca representava 48,0% do total, a parda, 43,8%, e a preta, 7,5%.

    O rendimento médio real habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas no país foi estimado no 4º trimestre de 2016 em R$ 2.043. O rendimento dos brancos foi estimado em R$ 2.660 (acima da média nacional), o dos pardos em R$ 1.480 e o dos pretos em R$ 1.461 (abaixo da média nacional).


    Comunicação Social
    23 de fevereiro de 2017