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Conta-Satélite de Saúde 2010-2013: Em 2013, 8,0% do PIB foram gastos com consumo de bens e serviços de saúde

Editoria: IBGE

10/12/2015 09h22 | Atualizado em 25/05/2017 12h48

 

As despesas com consumo final de bens e serviços de saúde no Brasil atingiram R$ 424 bilhões em 2013, correspondendo a 8,0% do PIB. Desse total, R$ 190 bilhões (3,6% do PIB) foram despesas de consumo do governo e R$ 234 bilhões (4,4% do PIB) despesas de famílias e instituições sem fins de lucro a serviço das famílias.

Em 2013, do total do consumo final de bens e serviços de saúde, 77,6% foram destinados ao consumo de serviços e 20,6% a medicamentos. As despesas com consumo final de bens e serviços de saúde representaram 18,9% do total do consumo final do governo e 7,1% do total do consumo final das famílias.

A despesa per capita com consumo de bens e serviços de saúde, em 2013, foi de R$ 1.162,14 para famílias e instituições sem fins de lucro a serviço das famílias e de R$ 946,21 para o governo. O principal gasto das famílias é feito com serviços de saúde privados (incluindo planos de saúde), chegando a 2,7% do PIB (R$ 141,3 bilhões) em 2013. Na despesa de consumo do governo, o principal item é a saúde pública, com 2,8% do PIB (R$ 149,9 bilhões) em 2013.

A participação das atividades de saúde na renda gerada no país (valor adicionado) aumentou em todos os anos da série, passando de 6,1% em 2010 para 6,5% em 2013. A atividade com maior participação foi saúde privada, chegando a R$ 103 bilhões (2,2%) em 2013, mas o maior aumento de participação foi observado no comércio de produtos farmacêuticos, perfumaria e médico/odontológicos, que passou de 1,1% do valor adicionado total (R$ 36,1 bilhões) para 1,4% (R$ 62,2 bilhões) no período 2010-2013.

O número de ocupações em atividades relacionadas à saúde passou de 5,2 milhões em 2010 para 6,1 milhões em 2013, um aumento de 825,8 mil postos. As atividades relacionadas à saúde ganharam participação no total de postos de trabalho no país, passando de 5,3% das ocupações, em 2010, para 5,9%, em 2013.

Estas e outras informações estão na Conta-Satélite de Saúde 2010-2013. A publicação sistematiza informações sobre consumo e comércio exterior de bens e serviços de saúde e sobre valor adicionado e postos de trabalho em atividades de saúde. A publicação completa está disponível aqui.

Despesas com bens e serviços de saúde representaram 18,9% do consumo final do governo em 2013

Em 2013, a despesa de consumo das famílias com bens e serviços de saúde chegou a R$ 227,6 bilhões (4,3% do PIB). A despesa do governo com esses bens e serviços foi de R$ 190,2 bilhões (3,6% do PIB). Instituições sem fins de lucro a serviço das famílias gastaram R$ 6,0 bilhões (0,1% do PIB). Assim, o consumo de bens e serviços de saúde nesse ano representou 8,0% do PIB.

A participação dos serviços no consumo de bens e serviços de saúde no PIB aumentou em todos os anos entre 2010 e 2013, passando de 75,9% para 77,6%. Ao mesmo tempo, a participação dos medicamentos caiu de 22,3% para 20,6%.

Entre 2010 e 2013, a participação das despesas com saúde no total das despesas de consumo final do governo oscilou, saindo de 19,0% em 2010 para 18,8% em 2011, 18,6% em 2012 e 18,9% em 2013. No caso das famílias, a participação das despesas com consumo de bens e serviços de saúde mostrou trajetória decrescente, saindo de 7,3% do total de seu consumo final em 2010 para 7,1% em 2013.

O consumo de bens e serviços de saúde registrou crescimento de volume – descontando as variações de preços – em todos os anos da série. Para o consumo do governo, os crescimentos foram de 2,6% em 2011, 0,2% em 2012 e 3,7% em 2013. Para as famílias, foram de 4,4% em 2011, 1,4% em 2012 e 1,3% em 2013.

Gasto das famílias com bens e serviços de saúde é maior que o do governo

Em 2013, a despesa per capita com consumo de bens e serviços de saúde de famílias e instituições sem fins de lucro a serviço das famílias foi de R$ 1.162,14. No mesmo ano, a despesa per capita com consumo do governo foi de R$ 946,21.

O principal gasto das famílias é feito com serviços de saúde privados (incluindo planos de saúde). Esse gasto variou de 2,5% do PIB em 2010 (R$ 97,8 bilhões) a 2,7% em 2013 (R$ 141,3 bilhões). O consumo de medicamentos pelas famílias variou de 1,6% (R$ 62,0 bilhões) a 1,5% do PIB (R$ 78,5 bilhões) entre 2010 e 2013.

Na despesa de consumo do governo, o principal item é a saúde pública, que variou de 2,7% do PIB em 2010 (R$ 106,0 bilhões) a 2,8% em 2013 (R$ 149,9 bilhões). A despesa do governo com serviços de saúde privados foi de 0,6% do PIB (R$ 31,8 bilhões) em 2013 e as despesas com medicamentos para distribuição gratuita foi de 0,2% (R$ 8,4 bilhões) em 2013.

Assim, a despesa do governo com serviços de saúde – sem contar bens, como medicamentos – é maior que a das famílias, mas, quando se consideram as despesas com medicamentos, o consumo de bens e serviços de saúde pelas famílias é maior que o do governo.

Em relação a exportações de bens e serviços de saúde, destaca-se que, em 2013, 18,6% das preparações farmacêuticas (por exemplo, gazes, curativos, iodo, água oxigenada etc.) disponíveis no país foram exportadas. Por outro lado, 74,0% dos produtos farmoquímicos (matéria prima para produção de medicamentos), 37,1% dos outros materiais médicos e odontológicos e 24,5% dos medicamentos para uso humano foram importados.

Tabela 3 - Consumo final, em percentual do PIB, por setor institucional,
segundo os produtos - Brasil - 2010 - 2013
Produtos
Consumo final, em percentual do PIB, por setor institucional (%)
2010
2011
2012
2013
Famílias
Total
4,3
4,2
4,3
4,3
Medicamentos para uso humano
1,6
1,5
1,5
1,5
Preparações farmacêuticas
0,0
0,0
0,0
0,0
Apar. e instrumentos para uso médico e odonto.
0,0
0,0
0,0
0,0
Outros mat. médico/odonto/óticos
0,1
0,1
0,1
0,1
Saúde privada
2,5
2,6
2,6
2,7
Governo
Total
3,6
3,5
3,4
3,6
Medicamentos para uso humano
0,2
0,2
0,2
0,2
Saúde pública
2,7
2,7
2,6
2,8
Saúde privada
0,7
0,6
0,6
0,6
Instituições sem fins de lucro a serviço das famílias
Total
0,1
0,1
0,1
0,1
Saúde privada
0,1
0,1
0,1
0,1
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.

Atividades de saúde geram 6,5% da renda do país em 2013

A participação das atividades de saúde na renda gerada no país (valor adicionado) aumentou em todos os anos da série, passando de 6,1% (R$ 202,7 bilhões) em 2010 para 6,5% (R$ 297,1 bilhões) em 2013. A atividade com maior participação foi a saúde privada (103,0 bilhões ou 2,2%), mas o maior aumento de participação foi observado no comércio de produtos farmacêuticos, perfumaria e médico/odontológicos, que passou de 1,1% do valor adicionado total (R$ 36,2 bilhões), em 2010, para 1,4% (R$ 62,2 bilhões), em 2013.

Enquanto as atividades relacionadas à saúde apresentaram variação em volume do valor adicionado de 2,4% em 2013, as outras (não-saúde) cresceram 2,9%. No período 2011-2013, apenas em 2012 as atividades de saúde (2,4%) cresceram mais do que as outras (1,6%).

Tabela 8 - Variação em volume do valor adicionado
bruto das atividades de saúde
Atividades
Variação em volume (%)
2011
2012
2013
Atividades relacionadas à saúde
3,6
2,4
2,4
Fabricação de produtos farmacêuticos
-1,1
8,9
-1,0
Fabricação Instrumentos/material médico/odontológico e óptico
2,5
6,8
6,3
Comércio de produtos farmacêuticos, perfumaria e médico/odontológico
4,5
6,0
4,2
Saúde privada
4,4
-0,4
0,0
Saúde pública
3,8
1,5
4,0
Saúde pública (educação e defesa)
1,7
-0,5
7,2
Outras - não-saúde
3,7
1,6
2,9
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.

Cresce a participação das atividades de saúde no total de postos de trabalho

O número de ocupações em atividades relacionadas à saúde passou de 5,2 milhões em 2010 para 6,1 milhões em 2013, um aumento de 825,9 mil postos. Isso, entretanto, não corresponde ao número de pessoas ocupadas, uma vez que um indivíduo pode ocupar mais de um posto de trabalho.

Entre as atividades de saúde, em todos os anos da série, as com maior número de ocupações são a saúde privada e a saúde pública. Elas foram também as que tiveram maior crescimento no número de postos de trabalho ocupados entre 2010 e 2013: 17,2% (saúde privada) e 17,7% (saúde pública). Em terceiro lugar ficou ocomércio de produtos farmacêuticos, perfumaria e médico/odontológicos, com 13,8% de crescimento.

Com um crescimento no número de postos de trabalho maior que a média da economia, as atividades relacionadas à saúde ganharam participação no total de postos de trabalho no país, passando de 5,3% das ocupações, em 2010, para 5,9%, em 2013.

Tabela 9 – Número de ocupações, segundo as atividades -
Brasil - 2010 - 2013
Atividades
Número de ocupações
2010
2011
2012
2013
Atividades relacionadas à saúde
5.224.138
5.450.512
5.733.939
6.050.006
Fabricação de produtos farmacêuticos
90.675
93.221
92.060
95.120
Fabricação Instrumentos/material médico/odontológico e óptico
59.979
62.514
70.011
66.993
Comércio de produtos farmacêuticos, perfumaria e médico/odontológico
1.027.451
1.060.688
1.112.543
1.169.287
Saúde privada
2.294.668
2.451.934
2.617.872
2.688.997
Saúde pública
1.562.737
1.585.717
1.645.234
1.839.563
Saúde pública (educação e defesa)
188.628
196.438
196.219
190.046
Outras - não-saúde
92.892.080
94.109.645
95.226.329
96.487.428
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.