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PAC 2014: receita das vendas pela internet cresceu 290,4% desde 2007

Editoria: IBGE

25/08/2016 10h06 | Atualizado em 25/05/2017 12h48

 

Entre 2007 e 2014, a receita bruta das vendas via internet praticadas pelas empresas comerciais do país saltou de R$ 7,7 bilhões para R$ 30,2 bilhões, já descontados os efeitos da inflação. Isso representa um crescimento real de 290,4%.

No mesmo período, a receita bruta do comércio com as televendas cresceu 236,3% e a receita bruta do comércio varejista como um todo aumentou 86,5%.

Em 2014, o Brasil tinha 1,6 milhão de empresas comerciais, que geraram R$ 3,0 trilhões de receita operacional líquida e pagaram R$ 186,3 bilhões em remunerações a 10,7 milhões de trabalhadores. O Sudeste manteve participação majoritária nas principais variáveis do comércio em 2014: receita bruta de revenda (51,1%); remunerações (55,5%) e ocupados (51,2%), além de pagar o maior salário médio (2,0 salários mínimos).

Em relação a 2013, o salário médio real do comércio (R$ 1.340) cresceu 4,7%, e o maior aumento foi no varejo (6,8%). Já a receita líquida do comércio cresceu 7,3% no período, impulsionada pelo atacado. Também cresceram a massa salarial (8,1%) e o número de ocupados (3,3%), impulsionados pelo varejo.

Essas são algumas das informações da Pesquisa Anual de Comércio (PAC) do IBGE, que investiga a estrutura produtiva das empresas comerciais do país, aferindo produtividade, margem comercial, salários e pessoal ocupado, entre outras variáveis. A publicação completa da PAC 2014 está disponível aqui.

A receita bruta das vendas das empresas comerciais do país pela internet saltou de R$ 7,7 bilhões para R$ 30,2 bilhões, entre 2007 e 2014, já descontados os efeitos da inflação. Isso significa um crescimento real de 290,4%. No mesmo período, a receita bruta do comércio com as televendas foi de R$ 3,7 bilhões para R$ 12,6 bilhões, também em valores reais, o que representa um aumento de 236,3%. Enquanto isso, a receita bruta do comércio varejista, incluindo todas as formas de comercialização, teve um aumento real de 86,5%, indo de R$ 753,3 bilhões, em 2007, para R$ 1,4 trilhão, em 2014.

A venda em lojas, postos de combustíveis, boxes em mercado, depósitos, galpões, armazéns e salas predomina largamente no comércio varejista, mas perdeu participação na receita bruta desse setor, entre 2007 (96,9%) e 2014 (95,9%). Já as vendas pela internet duplicaram sua participação (de 1,0% para 2,2%, no período), enquanto as televendas cresceram quase na mesma intensidade (de 0,5% para 0,9%).

Por outro lado, as outras formas de comercialização (quiosques e traillers, correio, porta a porta, postos móveis, ambulantes etc.) perderam participação no período (de 1,6% para 1,0%).

Entre 2007 e 2014, o varejo aumentou sua participação na receita do comércio (de 39,8% para 43,4%). Por outro lado, comércio atacadista recuou (de 44,9% para 44,4%), assim como o comércio de veículos automotores, peças e motocicletas (de 15,4% para 12,2%).

De 2013 para 2014, varejo de outros produtos novos teve o maior aumento real de salários

De 2013 para 2014, entre as atividades comerciais analisadas pela PAC, o maior aumento do salário médio real (19,7%, chegando a R$ 1.000, em 2014) foi observado no comércio varejista de outros produtos novos (inclui o varejo de artigos de joalheria, relojoaria, metais preciosos; artigos de suvenires, de bijuteria e de artesanato; objetos de arte, animais vivos; equipamentos para escritório; artigos para festas, funerários e eróticos, sex shop etc.).

Essa atividade, que paga remunerações relativamente baixas, também teve o maior crescimento da massa salarial anual (21,5%). Já a atividade que pessoal ocupado mais cresceu foi o atacado de papel e papelão em bruto e de embalagens (14,2%).

Em 2014, o varejo foi o segmento comercial que empregou mais pessoas

Em 2014, o varejo respondeu por 73,7% do pessoal ocupado no comércio, devido ao seu grande número de empresas (1,3 milhão ou 78,8% do total) e unidades locais (1,4 milhão ou 78,6% do total). Por isso, o varejo pagou 62,9% das remunerações (R$ 117,2 bilhões). No entanto, o varejo pagava o menor salário médio (R$ 1.143, contra R$ 2.058 no atacado e R$ 1.574 em veículos automotores, peças e motocicletas).


Principais indicadores das empresas comerciais em 2014 e suas variações em relação a 2013 - Brasil

Divisões, grupos e classes de atividades
Dados comparativos das empresas comerciais
Receita operacional líquida
Salários, retiradas e outras remunerações
Pessoal ocupado em 31.12
Unidades locais com receita de revenda
Número de empresas
1 000 R$
1 000 R$
1 000 R$
Unidades
Unidades
2014
Total
2.981.999.695
186.308.803
10.698.299
1.793.964
1.647.212
Comércio de veículos, peças e motocicletas
364.459.734
19.600.082
958.093
163.088
151.442
Comércio por atacado
1.322.972.655
49.531.378
1.851.453
220.126
197.957
Comércio varejista
1.294.567.306
117.177.343
7.888.753
1.410.750
1.297.813
Variações reais de 2013 para 2014 (%)
Total
7,3
8,1
3,3
1,8
1,1
Comércio de veículos, peças e motocicletas
1,8
3,3
0,7
2,7
2,8
Comércio por atacado
8,5
3,8
2,4
3,3
3,0
Comércio varejista
7,6
10,9
3,8
1,5
0,6
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa Anual de Comércio 2013-2014.

A participação do atacado na receita líquida (44,4%) do comércio superou por pouco a do varejo (43,4%). Já a margem de comercialização (diferença entre a receita líquida de revenda e o custo das mercadorias) do varejo foi R$ 367,9 bilhões (54,1%% do total), bem acima dos outros dois setores (37,3% no atacado e 8,6% para veículos automotores, peças e motocicletas).

53,5% dos trabalhadores do comércio estavam em empresas com até 19 ocupados

Em 2014, as empresas com até 19 pessoas ocupadas pagaram a maior parte dos salários (R$ 70,9 bilhões ou 38,1%), pois concentravam 53,5% dos trabalhadores (5,7 milhões) e 96,3% das empresas (1,6 milhão) no comércio. Mas as maiores receitas operacionais líquidas vieram de empresas com 500 ou mais pessoas ocupadas (R$ 949,8 bilhões ou 31,9%).

Comércio de veículos tinha uma média de 13 ocupados por empresa em 2014

Em 2014, entre as três atividades do comércio de veículos automotores, peças e motocicletas, a de veículos captou 67,5% (236,8 bilhões) da receita líquida dessa divisão, ocupando 31,9% dos trabalhadores (305,5 mil) em 15,8% das empresas (23,9 mil). Já o setor de peças para veículos gerou 26,2% da receita, mas pagou 46,2% (R$ 9,1 bilhões) das remunerações e liderou em ocupados (57,6% ou 551,7 mil pessoas) e empresas (71,7% ou 108,6 mil).

Na atividade de veículos automotores estavam a maior média de ocupados por empresa (13), o maior salário médio (3,1 salários mínimos mensais) e a maior produtividade (R$ 74.454), que é a divisão do valor adicionado pelo número de ocupados. No entanto, as revendas de peças para veículos tinham a maior taxa de margem de comercialização (42,1%).

A maior receita do atacado veio de combustíveis e lubrificantes em 2014

Em 2014, a principal atividade em receita líquida no segmento do atacado foi combustíveis e lubrificantes, com R$ 310,9 bilhões (24,4%). A receita dessa atividade teve um aumento real de 10,1% e deu a maior contribuição (1,0 p.p.) para o aumento da receita do comércio.

No atacado, o líder em remunerações foi o ramo de máquinas e equipamentos (R$ 8,7 bilhões, ou 17,7% do total), enquanto a atividade de produtos alimentícios, bebidas e fumo tinha mais pessoas ocupadas (420,5 mil ou 22,7% do total).

Em 2014, as revendas atacadistas de mercadorias em geral e de combustíveis e lubrificantes tinham as maiores médias de ocupados por empresa (43 e 24 respectivamente) e o atacado de produtos farmacêuticos, a mais alta taxa de margem de comercialização (58,3%).

Hiper e supermercados geraram a maior receita do comércio varejista

Em 2014, a maior receita líquida de revenda no comércio varejista foi em hiper e supermercados (R$ 310,6 bilhões ou 24,3% do segmento). As maiores remunerações foram pagas por hiper e supermercados (R$ 19,9 bilhões ou 17,0%), com as lojas de departamento, eletrodomésticos e móveis (16,5%) e o comércio de tecidos, artigos do vestuário e calçado (15,7%) logo a seguir.

A média de ocupados por empresa em hiper e supermercados (131) foi muito acima das demais. O vice-líder, combustíveis e lubrificantes, tinha 12 ocupados por empresa.

Sudeste segue líder em receita, salários, número de unidades e pessoal ocupado

Em 2014, o Sudeste dominou as principais variáveis: receita bruta de revenda (R$ 1,7 trilhão ou 51,1% do total); remunerações (R$ 103,4 bilhões ou 55,5%); ocupados (5,5 milhões ou 51,2%) e unidades locais (868,6 mil ou 48,4%). O Sudeste também pagou o maior salário médio mensal (2,0 salários mínimos), acima da média do país (1,9). Entre as demais regiões, uma igualou e três ficaram abaixo dessa média: Sul (1,9) Centro-Oeste (1,8), Norte (1,8) e Nordeste (1,4).