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Estatísticas de Empreendedorismo: empresas de alto crescimento geraram 46,7% dos postos de trabalho entre 2011 e 2014

18/11/2016 11h02 | Atualizado em 25/05/2017 12h48

 

Em 2014, existiam 31.223 empresas de alto crescimento, aquelas que aumentaram em pelo menos 20% ao ano o número de empregados, por um período de três anos consecutivos, e tinham 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas no ano inicial de observação. Embora as empresas de alto crescimento representem apenas 1,3% do total de empresas ativas com ao menos uma pessoa ocupada assalariada, respondem por quase a metade dos empregos gerados por elas (46,7%).

Entre 2011 e 2014, as empresas de alto crescimento apresentaram um crescimento de 175,0% no pessoal ocupado, passando de 1,6 milhão de pessoas em 2011, para 4,4 milhões em 2014, um incremento de 2,8 milhões de postos de trabalho.

Quanto à distribuição dessas empresas entre os setores, o setor de construção (9,6%) foi o que apresentou a maior proporção de empresas de alto crescimento no total de empresa ativas com 10 ou mais pessoas assalariadas, embora em termos absolutos o maior número de empresas de alto crescimento esteja nos serviços (9.931). Já a distribuição das empresas de alto crescimento por atividade econômica mostrou que as três principais seções foram comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (26,5%); indústrias de transformação (20,5%); e construção (12,2%).

Em relação ao valor adicionado bruto, as empresas de alto crescimento geraram, em 2014, R$ 241,4 bilhões, ou seja, 12,8% do total de R$ 1,8 trilhão gerado nas empresas ativas com 10 ou mais assalariados. Assim, o valor adicionado médio (valor adicionado bruto dividido pelo número de empresas) das empresas de alto crescimento foi de R$ 8,2 milhões, acima do verificado entre as empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas (R$ 4,4 milhões).

O número de empresas de alto crescimento caiu pelo segundo ano consecutivo. Em 2013 a redução foi de 5,2%, e em 2014 este recuo chegou a 6,4%.

Em 2014, 2.717 empresas foram consideradas de alto crescimento contínuo, pois apresentaram crescimento do pessoal ocupado assalariado de pelo menos 20% ao ano, durante dois triênios seguidos, isto é, desde 2009. Tais empresas, apesar de representarem 8,7% das empresas de alto crescimento de 2014, ocupavam 20,7% do pessoal ocupado assalariado e pagavam 21,4% dos salários e outras remunerações.

Ao se analisar a trajetória dessas empresas no período anterior ao alto crescimento contínuo (2005 a 2008), observou-se que 50,6% (1.373) já apresentavam crescimento de pessoal ocupado assalariado. Essas empresas geraram 34.956 postos de trabalho entre 2005 e 2008, com taxa média de crescimento anual de 15,5%. Observou-se um forte componente setorial no fenômeno de alto crescimento contínuo, uma vez que 58,6% das empresas que cresciam desde 2005 estavam concentradas em 10 seções de atividades, sendo que o comércio varejista reunia 12,7% delas.

Estes são alguns dos destaques da pesquisa Estatísticas de Empreendedorismo 2014, que o IBGE divulga hoje (18/11/2016), em parceria com o Instituto Empreender Endeavor Brasil, encerrando a Semana Global do Empreendedorismo. A pesquisa apresenta as características das empresas de alto crescimento e gazelas (empresas de alto crescimento com até cinco anos de idade), como idade, porte, características do pessoal ocupado, setores de atividade e, este ano, traz uma análise especial sobre a trajetória das empresas de alto crescimento contínuo. A publicação completa das Estatísticas de Emprendedorismo 2014 pode ser acessadaaqui.


Tabela 2
Número de empresas, pessoal ocupado assalariado, salários e outras
remunerações, salário médio mensal e respectivas taxas para as
empresas de alto crescimento - Brasil - 2012-2014

Fonte: IBGE, Cadastro Central de Empresas 2012-2014.
 

Número de empresas de alto crescimento cai pelo segundo ano consecutivo

Em 2014, existiam, no Brasil, 31.223 empresas de alto crescimento, que ocupavam cerca de 4,4 milhões de pessoas assalariadas e pagavam R$ 103,2 bilhões em salários e outras remunerações. Pelo segundo ano consecutivo, houve redução, em relação ao ano anterior, no número de empresas de alto crescimento (-6,4%), no pessoal ocupado assalariado (-10,4%) e, em valores nominais, nos salários e outras remunerações (-4,0%). Em 2013, estes recuos tinham sido menos intensos: 5,2%, 5,8% e 1,1%, respectivamente.

De 2012 para 2014, observou-se uma redução progressiva na participação das empresas de alto crescimento no total de empresas com uma pessoa assalariada ou mais, passando de 1,5%, em 2012, para 1,4%, em 2013, e chegando a 1,3% em 2014. Este movimento também é observado na participação das empresas de alto crescimento em relação às empresas com 10 ou mais pessoas assalariadas, passando de 7,6%, em 2012, para 7,0%, em 2013, e atingindo 6,4% em 2014, menor taxa dos últimos três anos.

Também houve redução na proporção de pessoal ocupado assalariado, em relação às empresas ativas com uma pessoa assalariada ou mais, no período de 2012 a 2014, passando de 15,6%, em 2012, para 14,2%, em 2013, e atingindo 12,7%, em 2014.

Esta perda de participação também foi observada no total de salários e outras remunerações, decrescendo de 14,4%, em 2012, para 12,7%, em 2013, chegando a 11%, em 2014. O salário médio mensal absoluto também declinou ao longo desse período, passando de 2,9 salários mínimos, em 2012, para 2,8, em 2013, chegando a 2,7, em 2014.

Em três anos, empresas de alto crescimento de 2014 geraram 2,8 milhões de postos assalariados

As empresas de alto crescimento representam uma parcela pequena no total de empresas ativas no Brasil, mas destacam-se em termos de crescimento de postos de trabalho assalariados. O pessoal assalariado das empresas de alto crescimento de 2014 passou de 1,6 milhão de pessoas em 2011, para 4,4 milhões em 2014, um incremento de 2,8 milhões de pessoas ocupadas assalariadas, uma variação de 175,0%. O crescimento de postos assalariados nas empresas de alto crescimento representa 46,7% dos postos gerados em empresas com uma ou mais pessoa assalariada.

Mais da metade (53,4%) das empresas de alto crescimento têm de 10 a 49 pessoas ocupadas

A maioria das empresas de alto crescimento estava na faixa de 10 a 49 pessoas ocupadas assalariadas em 2014 (53,4%), mas apenas 11,7% do pessoal assalariado estavam ocupados em empresas desse porte. Por outro lado, as empresas com 250 ou mais pessoas ocupadas assalariadas, apesar de sua baixa representatividade no total de empresas de alto crescimento (8,7%), tinham uma participação de 61,5% do total de pessoal ocupado assalariado.

A média de idade das empresas de alto crescimento é 13,7 anos, inferior à média das empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas (14,8 anos). A faixa de idade até 20 anos concentrava 79,9% das empresas de alto crescimento, participação relativamente constante nos três anos analisados. A participação dessa faixa de idade no pessoal assalariado e salários e outra remunerações caiu entre 2013 e 2014, passando de 68,0% para 66,7% e de 66,0% para 65,0%, respectivamente.

Por outro lado, as empresas de 20 a 30 anos, que representavam 13,7% das empresas de alto crescimento, aumentaram sua participação no pessoal assalariado (de 14,5% para 17,0%) e nos salários e outras remunerações (de 13,8% para 16,0%).

Número de empresas gazelas cai 9,5% de 2012 a 2014

Em 2014, do total de empresas ativas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas, 0,9% eram gazelas (4.228), que são empresas de alto crescimento com até cinco anos de idade no ano de referência. Elas apresentaram redução de 9,5% em relação a 2012, quando totalizavam 4.671 empresas. No entanto, a representatividade das empresas gazelas em relação às empresas de alto crescimento se manteve estável em torno de 13,5% entre 2012 e 2014.

Construção é o setor com maior proporção de empresas de alto crescimento

Em 2014, o setor de construção (9,6%) foi o que apresentou a maior proporção de empresas de alto crescimento no total de empresa ativas com 10 ou mais pessoas assalariadas, no entanto, em termos absolutos, o maior número de empresas de alto crescimento se concentra no setor de serviços (9.931).


Tabela 12
Número de empresas de alto crescimento e de empresas ativas com
10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas, com indicação de representatividade
segundo as seções da CNAE 2.0 - Brasil - 2014

Fonte: IBGE, Cadastro Central de Empresas 2014.

Já a distribuição das empresas de alto crescimento por atividade econômica mostrou que as três principais seções foram comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (26,5%); indústrias de transformação (20,5%); e construção (12,2%). Estas três seções se destacaram por elevadas taxas de participação também em 2012 e 2013, enquanto outras, como saúde humana e serviços sociais e outras atividades de serviços apresentaram baixa representatividade em todos os anos.

A distribuição do pessoal ocupado assalariado das empresas de alto crescimento por seção de atividade mostrou que as que mais ocupavam eram as atividades administrativas e serviços complementares (23,0%);indústrias de transformação (20,1%); comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (17,1%); econstrução (14,3%). Já os setores de administração pública, defesa e seguridade social; e eletricidade e gásapresentaram representatividade próxima de zero entre 2012 e 2014.

Pessoal assalariado em empresas de alto crescimento cai 15,6% entre 2012 e 2014

Entre 2012 e 2014, houve uma redução de 825,6 mil postos de trabalho nas empresas de alto crescimento, representando uma queda de 15,6% no triênio. Das 19 seções da CNAE 2.0, apenas seis tiveram variação positiva de pessoal ocupado assalariado, com destaque para: outras atividades e serviços (12,9%); educação(8,9%); informação e comunicação (4,3%). O aumento do pessoal ocupado assalariado nestas três seções foi de 16,4 mil pessoas.

Por outro lado, a redução do pessoal ocupado assalariado nas empresas de alto crescimento justifica-se, principalmente, pela queda, em termos absolutos, das seções: construção (-29,8%); indústrias de transformação (-20,9%); e comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-17,4%), que respondem, juntas, por uma redução de 668,8 mil postos de trabalho em empresas de alto crescimento.

Valor adicionado bruto gerado nas empresas de alto crescimento foi de R$ 241,4 bilhões

Em 2014, as empresas ativas com 10 ou mais assalariados geraram R$ 1,8 trilhão em valor adicionado bruto (diferença entre o valor bruto da produção e o consumo intermediário. Refere-se ao valor que a atividade agrega aos bens e serviços consumidos no seu processo produtivo), sendo que as empresas de alto crescimento foram responsáveis por R$ 241,4 bilhões, 12,8% desse total. Assim, o valor adicionado médio (valor adicionado bruto dividido pelo número de empresas) das empresas de alto crescimento foi de R$ 8,2 milhões, acima do verificado entre as empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas (R$ 4,4 milhões). Dentre as empresas de alto crescimento, a atividade de transporte aéreo foi a que gerou maior valor adicionado médio (R$ 226,2 milhões).

A produtividade média (razão entre o valor adicionado bruto e o pessoal ocupado assalariado) do trabalho nas empresas de alto crescimento foi de R$ 58,4 mil por empregado, o que representa 79,2% do valor verificado entre as empresas ativas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas (R$ 73,7 mil por empregado). A atividade extração de petróleo e gás natural registrou a maior produtividade média dentre as empresas de alto crescimento (R$ 911,8 mil por empregado).

As empresas de alto crescimento responderam por uma receita líquida de R$ 813,8 bilhões, 12,5% do total de R$ 6,51 trilhões de receita líquida gerada pelas empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas.

8,7% das empresas de alto crescimento de 2014 vinham crescendo ao menos 20% ao ano desde 2009

As empresas de alto crescimento contínuo são aquelas que continuam com crescimento do pessoal ocupado assalariado de pelo menos 20% ao ano, durante dois triênios seguidos. Observa-se que, do total de empresas de alto crescimento no triênio 2009-2011 (34.528), 13.528 (39,2%) continuaram a crescer em média 20% em 2012; 7.071 (20,5%), em 2013; e 2.717 (7,9%) mantiveram tal crescimento em 2014.

Estas 2.717 empresas de alto crescimento contínuo, em 2014, ocupavam 922.125 pessoas assalariadas e pagavam R$ 22,0 bilhões em salários e outras remunerações. Apesar de representarem 8,7% das empresas de alto crescimento de 2014, ocupavam 20,7% do total de pessoal ocupado assalariado e pagavam 21,4% do total de salários e outras remunerações.

23,3% das empresas de alto crescimento contínuo estão no comércio

Quatro seções de atividade concentram 69,4% das empresas que cresceram continuamente de 2009 a 2014:comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (23,3%); indústrias de transformação (19,7%);construção (14,6%); e atividades administrativas e serviços complementares (11,7%).

Em relação ao pessoal ocupado nas empresas de alto crescimento contínuo, 73,1% estavam concentrados em quatro seções de atividade: atividades administrativas e serviços complementares (24,3%); comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (18,1%); indústrias de transformação (17,4%); e construção(13,3%). Por outro lado, seções como eletricidade e gás; artes, cultura, esporte e recreação; administração pública, defesa e seguridade social; e atividades imobiliárias responderam juntas por menos de 0,5% do pessoal ocupado nas empresas de alto crescimento contínuo durante todo o período.

As empresas com 50 a 249 pessoas ocupadas assalariadas (61,1%) predominam dentre as empresas de alto crescimento contínuo de 2014, seguidas pelas empresas com 250 pessoas ou mais pessoas ocupadas assalariadas (29,6%), e pelas empresas com 10 a 49 pessoas ocupadas assalariadas (9,2%). Independentemente do porte, empresas com idade entre 10 e 20 anos concentraram o maior número de empresas de alto crescimento contínuo (47,4%) e de pessoal ocupado assalariado (46,8%). A média de idade das empresas de alto crescimento contínuo é 16 anos, mais elevada que a média de idade das empresas de alto crescimento (13,7 anos), sendo também superior à média de idade das empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas (14,8 anos).

O valor adicionado total das empresas de alto crescimento contínuo em 2014 foi R$ 48,2 bilhões. O maior valor adicionado está concentrado nas empresas com 250 pessoas ou mais ocupadas assalariadas (R$ 36,7 bilhões). A produtividade média das empresas de alto crescimento contínuo (R$ 59,1 mil por empregado) é superior à produtividade das empresas de alto crescimento em 2014 (R$ 58,4 mil por empregado).

Dez atividades concentram 58,6% das empresas que crescem desde 2005

A análise da trajetória das empresas de alto crescimento contínuo no período anterior (2005-2008) mostrou que das 2.715 empresas de alto crescimento contínuo (2009-2014) presentes em 2008, 32,9% foram criadas entre 2005-2008, ou seja, 894 empresas possuíam idade entre 1 a 3 anos antes de iniciarem a trajetória de alto crescimento em 2009.

As demais 1.821 empresas possuíam cadastro desde 2005, sendo que 1.373 (50,6%) tiveram crescimento de pessoal ocupado assalariado no período anterior ao alto crescimento contínuo. Essas empresas geraram 34.956 postos de trabalho entre 2005 e 2008, com uma taxa média de crescimento anual de 15,5%.

Observou-se um forte componente setorial no fenômeno de alto crescimento contínuo, uma vez que 58,6% das empresas que cresciam desde 2005 estavam concentradas em 10 seções de atividades. Das empresas que já apresentavam crescimento anterior ao alto crescimento contínuo, 12,7% estavam no comércio varejista, seguido do comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas (8,7%), e construção de edifícios (7,4%).

Mais da metade (50,8%) dos ocupados em empresas de alto crescimento estão no Sudeste

A região Sudeste apresenta a maior concentração de unidades locais de empresas de alto crescimento (48,0%) e de população ocupada nessas empresas (50,8%). No entanto, a representatividade das unidades locais de empresas de alto crescimento em relação às unidades locais de empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas é maior na região Norte (9,4%), seguida por Centro-Oeste (9,2%), Nordeste (8,9%), Sul (8,2%) e Sudeste (7,9%).

No caso da representatividade em termos de pessoal ocupado, o Norte também aparece em primeiro, com 19,3%, seguido por Nordeste (18,6%), Centro-Oeste (17,4%), Sudeste (14,6%) e Sul (12,8%).