Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

Índice de Preços ao Produtor (IPP) sobe 1,89% em abril

01/06/2021 09h00 | Atualizado em 01/06/2021 09h46

Em abril de 2021, os preços da indústria subiram 1,89% frente a março, variação inferior à observada na comparação entre março e fevereiro de 2021 (4,63%). O acumulado no ano atingiu 16,08% e foi o maior da série, para um mês de abril. O acumulado em 12 meses (35,69%) também foi recorde. Em abril, 18 das 24 atividades tiveram alta de preços, contra 23 do mês anterior.

Período Taxa (%)
Abril de 2021 1,89
Março de 2021 4,63
Acumulado no ano 16,08
Acumulado em 12 meses 35,69
Abril de 2020 0,11

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas: bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis).

Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Seções - Últimos três meses
Indústria Geral e Seções Variações (%)
M/M-1 Acumulado Ano M/M-12
FEV/21 MAR/21 ABR/21 FEV/21 MAR/21 ABR/21 FEV/21 MAR/21 ABR/21
Indústria Geral 5,16 4,63 1,89 8,88 13,92 16,08 28,50 33,32 35,69
B - Indústrias Extrativas 27,91 4,38 -0,70 43,30 49,57 48,52 87,59 136,25 125,48
C - Indústrias de Transformação 3,72 4,64 2,09 6,88 11,85 14,19 25,42 28,95 31,72
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria         

Em abril de 2021, os preços da indústria subiram 1,89% frente a março, número inferior ao observado na comparação entre março e fevereiro (4,63%). As quatro maiores variações foram nas atividades madeira (6,26%), produtos de metal (5,96%), metalurgia (4,97%) e outros produtos químicos (4,54%).

As maiores influências foram: outros produtos químicos (0,40 p.p.), alimentos (0,36 p.p.), metalurgia (0,35 p.p.) e produtos de metal (0,16 p.p).

acumulado no ano atingiu 16,08%, contra 13,92% em março/2021, e foi o mais alto para um mês de abril, em toda a série da pesquisa. Entre as atividades com as maiores variações estão: indústrias extrativas (48,52%), refino de petróleo e produtos de álcool (36,96%), outros produtos químicos (30,55%) e metalurgia (27,37%). Os setores de maior influência foram: refino de petróleo e produtos de álcool (3,12 p.p.), indústrias extrativas (2,67 p.p.), outros produtos químicos (2,45 p.p.) e metalurgia (1,79 p.p.).

acumulado em 12 meses foi de 35,69% (outro recorde da série). As quatro maiores variações foram em indústrias extrativas (125,48%), refino de petróleo e produtos de álcool (91,25%), outros produtos químicos (48,31%) e metalurgia (46,23%). Os setores de maior influência foram: alimentos (7,39 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (6,44 p.p.), indústrias extrativas (5,31 p.p.) e outros produtos químicos (3,98 p.p.).

A variação de preços de 1,89% em relação a março repercutiu da seguinte maneira entre as grandes categorias econômicas: 1,16% em bens de capital; 2,47% em bens intermediários; e 1,06% em bens de consumo, sendo que 1,34% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e 1,01% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

A influência das categorias econômicas sobre o IPP (1,89%) foi: 0,08 p.p. de bens de capital, 1,44 p.p. de bens intermediários e 0,37 p.p. de bens de consumo. No caso de bens de consumo, 0,08 p.p. se deveu às variações de preços observadas nos bens de consumo duráveis e 0,29 p.p. nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

No acumulado no ano (16,08%), a variação foi de 8,61% em bens de capital (com influência de 0,63 p.p.), 22,71% em bens intermediários (12,65 p.p.) e 7,56% em bens de consumo (2,80 p.p.). Esse último resultado foi influenciado em 0,35 p.p. pelos produtos de bens de consumo duráveis e em 2,45 p.p. pelos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Grandes Categorias Econômicas - Últimos três meses
Indústria Geral e Seções Variações (%)
M/M-1 Acumulado Ano M/M-12
FEV/21 MAR/21 ABR/21 FEV/21 MAR/21 ABR/21 FEV/21 MAR/21 ABR/21
Indústria Geral 5,16 4,63 1,89 8,88 13,92 16,08 28,50 33,32 35,69
Bens de Capital (BK) 0,51 3,00 1,16 4,25 7,37 8,61 18,32 18,66 16,94
Bens Intermediários (BI) 7,82 5,67 2,47 13,32 19,75 22,71 37,72 44,72 46,53
Bens de consumo(BC) 1,93 3,22 1,06 3,12 6,43 7,56 17,50 20,23 23,90
Bens de consumo duráveis (BCD) 1,49 0,45 1,34 3,76 4,22 5,62 14,49 14,58 14,83
Bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) 2,02 3,77 1,01 2,99 6,88 7,95 18,13 21,40 25,85
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria         

Na comparação abril 2021/abril 2020, a variação de preços da indústria alcançou 35,69%, com as seguintes variações: bens de capital, 16,94% (1,34 p.p.); bens intermediários, 46,53% (25,37 p.p.); e bens de consumo, 23,90% (8,98 p.p.), sendo que a influência de bens de consumo duráveis foi de 0,98 p.p. e a de bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 7,99 p.p. A seguir, os principais destaques:

Indústrias extrativas: em abril, os preços do setor variaram, em média, -0,70%, primeiro resultado negativo do ano. Com isso, o acumulado no ano (48,52%) e nos 12 meses (125,48%) foram menores do que os de março (49,57% e, 136,25% respectivamente).

O destaque dado ao setor se deve ao fato de figurar entre os resultados mais expressivos, tanto em termos de variação quanto de influência nas comparações entre abril de 2021 e dezembro de 2020 e entre abril de 2021 e abril de 2020. Em termos de variação, é a maior nos dois casos; já na influência, é a segunda, no acumulado no ano (2,67 p.p., em 16,08%) e a terceira no acumulado em 12 meses (5,31 p.p., em 35,69%).

Alimentos: em abril, a variação de preços foi de 1,53%, um pouco acima da média do primeiro trimestre, 1,51%. Vale dizer que de abril de 2020 a abril de 2021, apenas em dois momentos as variações na comparação mês contra mês anterior foram negativas, em junho, -0,73%, e dezembro, -1,05%. Com as quatro variações positivas do ano, o acumulado em 2021 chegou a 6,20% e em 12 meses a 30,19%. O acumulado até abril, em 2020 (6,37%), era maior do que o atual. Por outro lado, o acumulado em 12 meses recuou em relação ao de março (30,73%).

O setor exerceu a segunda maior influência, de 0,36 p.p. na variação frente a março (1,89%), entre todas as atividades industriais, e a maior no acumulado em 12 meses, 7,39 p.p., em 35,69%. O setor também foi o que mais contribuiu no cálculo geral (23,50%).

Na variação mensal, os destaques em variação e em influência foram diferentes, e apenas um produto, “margarina”, aparece nas duas listas. Em termos de influência: “carnes e miudezas de aves congeladas” é o segundo em peso (8,99%); “óleo de soja em bruto, mesmo degomado” é o sétimo (4,42%); “margarina” é o décimo-primeiro (2,56%); e “carnes de bovinos frescas ou refrigeradas” é o primeiro (12,59%). De todo modo, entre os 43 produtos do setor, os quatro de maior influência, anteriormente listados, influenciaram com 1,08 p.p. a taxa de 1,53%. Levando em conta que, na passagem de março para abril, houve apreciação do real frente ao dólar (1,5%), a pressão altista sobre os preços deveu-se a movimentos próprios dos mercados. Assim, sobre os produtos mais influentes, vale ressaltar que a forte demanda interna e externa pelo óleo de soja e o aumento no preço das matérias-primas dos outros três produtos são fatores relevantes no movimento dos preços.

Refino de petróleo e produtos de álcool: em abril, os preços do setor recuaram, em média, 0,55%, primeira queda desde setembro (-2,83%). Com esse recuo, o acumulado no ano saiu de 37,72% para 36,96%. Já o acumulado em 12 meses atingiu sua variação mais intensa, 91,25%. Vale dizer que a comparação dos últimos 12 meses foi feita entre o segundo maior número índice da série (155,70), o de abril de 2021, contra o segundo mais baixo a partir de dezembro de 2018 (base da série, portanto igual a 100), o de abril de 2020 (81,41).

O destaque dado ao setor se deve tanto às variações médias dos preços de seus produtos, a segunda tanto no acumulado no ano quanto nos últimos 12 meses, quanto na influência sobre o resultado da indústria geral: é o primeiro no acumulado no ano (3,12 p.p., em 16,08%) e o segundo no M/M-12 (6,44 p.p., em 35,69%).

Na lista de produtos de variação mais intensa aparecem produtos com variações positivas de preços, enquanto na de influência, apenas “querosenes de aviação” está em destaque e tem variação positiva. Os dois produtos de maior peso no setor, “óleo diesel” (40,74%) e “gasolina, exceto para aviação” (23,05%), tiveram variação negativa de preços. Vale dizer que os quatro produtos mais influentes responderam por -1,07 p.p., em -0,55%.

Outros produtos químicos: a indústria química, no mês de abril, teve alta de 4,54% em relação a março, 10º aumento consecutivo e a menor variação positiva no ano desta atividade. Desta forma, o setor acumulou uma variação positiva de 30,55% no ano e de 48,31% nos últimos 12 meses, ambos são os maiores valores em suas séries.

Os resultados observados nos últimos meses estão ligados principalmente aos preços internacionais e ao aumento do preço de diversas matérias-primas importadas ou não, como a nafta, sem esquecer da depreciação do real frente ao dólar.

Em relação aos grupos econômicos da atividade, o destaque foi a variação ocorrida em “fabricação de resinas e elastômeros”, com 9,43% no mês, acumulando 49,78% no acumulado do ano e 110,40% de variação em 12 meses. Já em “fabricação de produtos químicos inorgânicos”, a variação foi de 1,04% no mês, alcançando 30,66% no ano e 39,03% no acumulado em 12 meses. Por fim, no grupo “fabricação de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários”, o resultado foi de 4,29% no mês, acumulando 9,95% no ano e 16,72% no período de 12 meses.

Os quatro produtos que mais influenciaram o resultado no mês (2,15 p.p. em 4,54%) foram: “polipropileno (PP)”, “polietileno de alta densidade (PEAD)”, “polietileno de baixa densidade (PEBD)” e “polietileno linear, com densidade inferior a 0,94”. Os demais 35 produtos da atividade responderam por 2,39 p.p. da variação de 4,54% do setor.

Metalurgia: de março para abril, houve alta de 4,97%, décima variação positiva seguida na atividade. Com este resultado, o setor de metalurgia acumulou uma variação de 27,37% no ano e de 46,23%, nos últimos 12 meses. A variação mensal, apesar de estar em um patamar de quase 5%, foi a menor do ano. Desta forma, as variações acumuladas no ano e em 12 meses foram as maiores em toda a pesquisa do IPP, iniciada em janeiro de 2010.

Os três produtos que mais influenciaram os resultados no mês e no ano foram: “bobinas ou chapas de aços galvanizadas, zincadas ou cromadas”, “bobinas a quente de aços ao carbono, não revestidos” e “chapas e tiras, de alumínio, de espessura superior a 0,2 mm”, os dois primeiros produtos foram destaques inclusive na variação em 12 meses. “Bobinas a frio de aços ao carbono, não revestidos” foi destaque no mês e “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono”, no acumulado no ano e no acumulado em 12 meses. Finalmente, “vergalhões de aços ao carbono” foi destaque em influência no acumulado em 12 meses.

O setor metalúrgico se destacou por ter a terceira maior variação de preços no mês e a quarta maior variação de preços no acumulado no ano e em 12 meses. Em relação às influências foi a terceira maior no mês e a quarta no acumulado no ano. O setor também aparece como a quarta maior contribuição no resultado entre as 24 atividades, com 7,17%.

Produtos de metal: a fabricação de produtos de metal apresentou variação média de preços de 5,96% em abril, ante o mês anterior. Esta foi a 15ª variação positiva consecutiva observada nesse indicador, além de ser a maior alta em toda a série histórica, iniciada em janeiro de 2010. Com este resultado, a atividade acumula no ano alta de 17,18%, também a maior variação deste indicador em toda a série, para o mês de abril. E no acumulado nos últimos 12 meses, novamente o maior resultado da série: 30,04%.

O setor, que não era um dos destaques na pesquisa desde novembro de 2018, voltou a se destacar pelos seus resultados no indicador M/M-1: foi a segunda maior variação e a quarta maior influência (0,16 p.p. em 1,89%) entre todos os setores das indústrias extrativas e de transformação analisados na pesquisa.

Os produtos que mais influenciaram os resultados M/M-1 e acumulado no ano são comuns, todos com impacto positivo nos indicadores: “laminados metálicos cortados em qualquer forma”, “latas de alumínio para embalagem”, “parafusos e outros artefatos roscados de ferro e aço” e “estruturas de ferro e aço, em chapas ou em outras formas”. Estes quatro produtos, somados, totalizaram 3,46 p.p. no resultado do indicador M/M-1 (5,96%). Ou seja, os demais 21 produtos da atividade contribuíram com 2,50 p.p.

Já em relação às principais influências no indicador acumulado em 12 meses, três dos quatro produtos se repetem. A diferença é o produto “esquadrias de ferro e aço”, também com impacto positivo no índice, no lugar de “parafusos e outros artefatos roscados de ferro e aço”. O aumento observado abril decorre dos maiores custos de produção. O aumento observado em abril, assim como nos últimos meses, decorre principalmente dos maiores custos de produção.