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Em março, indústria recua em todos os 15 locais pesquisados

14/05/2020 09h00 | Atualizado em 14/05/2020 10h37

Com o recuo de 9,1% na indústria nacional, de fevereiro para março, na série com ajuste sazonal, houve retração em todos os 15 locais pesquisados pelo IBGE, pela primeira vez na série histórica da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional iniciada em 2012.
Parte do mês de março foi afetada pelas medidas de enfrentamento à Covid-19 no país.
As quedas mais intensas ocorreram no Ceará (-21,8%), no Rio Grande do Sul (-20,1%) e em Santa Catarina (-17,9%).

Indicadores Conjunturais da Indústria - resultados regionais
Março de 2020
Locais  Variação (%)
Março 2020/Fevereiro 2020* Março 2020/Março 2019 Acumulado Janeiro-Março Acumulado nos Últimos 12 Meses
Amazonas -11,0 -5,7 -1,2 5,2
Pará -12,8 -2,4 -0,8 -1,3
Região Nordeste -9,3 -1,0 4,3 -1,0
Ceará -21,8 -10,5 -1,4 1,3
Pernambuco -7,2 1,4 5,6 -0,2
Bahia -5,0 5,8 7,1 -0,4
Minas Gerais -1,2 -4,2 -8,4 -7,1
Espírito Santo -6,2 -14,2 -13,3 -17,2
Rio de Janeiro -1,3 9,4 9,8 4,8
São Paulo -5,4 -4,2 -2,3 0,2
Paraná -4,9 1,6 2,6 4,5
Santa Catarina -17,9 -15,6 -5,1 0,3
Rio Grande do Sul -20,1 -13,7 -4,7 0,0
Mato Grosso -4,1 -2,2 -1,8 -2,9
Goiás -2,8 -1,2 -1,2 2,2
Brasil -9,1 -3,8 -1,7 -1,0
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria * Série com Ajuste Sazonal

No recuo de 9,1% da atividade industrial na passagem de fevereiro para março de 2020, na série com ajuste sazonal, foi observado um perfil generalizado de queda, alcançando todos os 15 locais pesquisados. O resultado reflete, principalmente, os efeitos do isolamento social imposto por estados e municípios a partir de meados do mês de março devido à Covid-19, que afetou o processo de produção em várias unidades no país.

Desde o início da série histórica com 15 locais, esta é a primeira retração em todos os 15 locais pesquisados. A última grande disseminação de resultados negativos havia sido em maio de 2018, por ocasião da greve dos caminhoneiros, com taxas negativas em 14 locais, ficando de fora apenas o Pará. A série passou a contar com 15 locais em 2012, quando foi incluído o Mato Grosso. Já a série com 14 locais teve início em 2002, sendo que em novembro de 2008 foi registrado o perfil mais recente de disseminação geral de índices negativos.

Em março de 2020, Ceará (-21,8%), Rio Grande do Sul (-20,1%) e Santa Catarina (-17,9%) assinalaram as reduções mais acentuadas, com todos eliminando os ganhos registrados nos dois primeiros meses de 2020: 2,4%, 6,9% e 1,9%, respectivamente. Pará (-12,8%), Amazonas (-11,0%) e Região Nordeste (-9,3%) também mostraram recuos mais intensos do que a média nacional (-9,1%). Pernambuco (-7,2%), Espírito Santo (-6,2%), São Paulo (-5,4%), Bahia (-5,0%), Paraná (-4,9%), Mato Grosso (-4,1%), Goiás (-2,8%), Rio de Janeiro (-1,3%) e Minas Gerais (-1,2%) tiveram taxas abaixo da média nacional.

O índice de média móvel trimestral para a indústria caiu 2,4% no trimestre encerrado em março de 2020 frente ao nível do mês anterior. Houve taxas negativas em nove dos 15 locais pesquisados, com destaque para os recuos mais acentuados assinalados por Ceará (-6,5%), Santa Catarina (-5,4%), Rio Grande do Sul (-4,7%), Amazonas (-4,3%) e Pará (-4,1%).

Por outro lado, Mato Grosso (1,7%), Pernambuco (1,0%), Bahia (0,9%) e Espírito Santo (0,8%) foram os que alcançaram resultados positivos no trimestre encerrado em março.

Na comparação com março de 2019, a indústria nacional caiu 3,8% em março de 2020, com resultados negativos em 11 dos 15 locais pesquisados, mesmo com o efeito-calendário positivo, já que março de 2020 (22 dias) teve três dias úteis a mais do que março de 2019.
Santa Catarina (-15,6%), Espírito Santo (-14,2%), Rio Grande do Sul (-13,7%) e Ceará
(-10,5%) assinalaram os recuos mais intensos, pressionados, principalmente, pelas quedas observadas nos setores de confecção de artigos do vestuário e acessórios, metalurgia, máquinas e equipamentos, entre outros.

Amazonas (-5,7%), Minas Gerais (-4,2%) e São Paulo (-4,2%) também registraram perdas mais elevadas do que a média da indústria (-3,8%). E Pará (-2,4%), Mato Grosso (-2,2%), Goiás (-1,2%) e Região Nordeste (-1,0%) completaram o conjunto de locais com índices negativos nesse mês.
Por outro lado, Rio de Janeiro (9,4%) e Bahia (5,8%) apontaram os avanços mais intensos em março de 2020, impulsionados, em grande parte, pelo comportamento positivo vindo das atividades de indústrias extrativas, no primeiro local; e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, no segundo. Paraná (1,6%) e Pernambuco (1,4%) mostraram as demais taxas positivas.

No acumulado no ano, frente a igual período do ano anterior, a redução verificada na produção nacional alcançou dez dos 15 locais pesquisados, com destaque para Espírito Santo (-13,3%) e Minas Gerais (-8,4%), pressionados, em grande medida, pelos recuos assinalados por indústrias extrativas e metalurgia.
Santa Catarina (-5,1%), Rio Grande de Sul (-4,7%), São Paulo (-2,3%) e Mato Grosso
(-1,8%) também registraram taxas negativas mais acentuadas do que a média nacional
(-1,7%). Já Ceará (-1,4%), Goiás (-1,2%), Amazonas (-1,2%) e Pará (-0,8%) completaram o conjunto de locais com queda na produção.

Os maiores avanços no acumulado do ano foram no Rio de Janeiro (9,8%) e Bahia (7,1%), impulsionados, principalmente, pelo comportamento positivo das atividades de indústrias extrativas e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, no primeiro local; e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, além da de celulose, papel e produtos de papel, no segundo. Pernambuco (5,6%), Região Nordeste (4,3%) e Paraná (2,6%) também mostraram taxas positivas no período.

Em bases trimestrais, o setor industrial, ao recuar 1,7% no primeiro trimestre de 2020, intensificou a queda verificada no quarto trimestre de 2019 (-0,5%) e permanece negativo desde o último trimestre de 2018 (-1,3%), contra igual período do ano anterior. Oito dos quinze locais pesquisados assinalaram perda de dinamismo, com destaque para Amazonas (de 9,3% para -1,2%), Goiás (de 6,5% para -1,2%), Santa Catarina (de -1,2% para -5,1%), Ceará (de 1,8% para -1,4%) e São Paulo (de 0,6% para -2,3%) apontaram as reduções mais acentuadas, enquanto Espírito Santo (de -23,8% para -13,3%), Bahia (de -2,4% para 7,1%), Pernambuco (de -0,2% para 5,6%) e Região Nordeste (de 0,7% para 4,3%) mostraram os principais ganhos entre os dois períodos.

Locais Variação percentual (%)
1º Tri./2019 2º Tri./2019 3º Tri./2019 4º Tri./2019 Jan-Mar/2020
Amazonas -5,0 3,8 9,2 9,3 -1,2
Pará -0,6 -8,0 4,5 -1,7 -0,8
Região Nordeste -4,1 -1,0 -7,3 0,7 4,3
Ceará -0,4 4,8 0,3 1,8 -1,4
Pernambuco -2,8 3,8 -8,4 -0,2 5,6
Bahia -3,5 0,4 -5,6 -2,4 7,1
Minas Gerais -1,7 -6,8 -5,0 -8,6 -8,4
Espírito Santo -7,6 -16,1 -14,9 -23,8 -13,3
Rio de Janeiro -1,0 -3,1 5,1 7,7 9,8
São Paulo -2,3 1,4 0,7 0,6 -2,3
Paraná 8,1 7,6 4,7 3,0 2,6
Santa Catarina 2,9 6,8 0,8 -1,2 -5,1
Rio Grande do Sul 6,4 9,2 -1,4 -3,0 -4,7
Mato Grosso -4,5 -3,7 -4,3 -1,3 -1,8
Goiás 2,4 2,3 1,0 6,5 -1,2
Brasil -2,1 -0,7 -1,2 -0,5 -1,7
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria *Base: Igual período do ano anterior

O acumulado dos últimos doze meses recuou 1,0% em março de 2020, mantendo tendência de queda, mas apontando ligeira redução na intensidade de perda frente ao resultado de fevereiro último (-1,2%).

Em termos regionais, sete dos 15 locais pesquisados assinalaram taxas negativas, mas nove apontaram maior dinamismo frente aos índices de fevereiro último. Bahia (de -1,4% para
-0,4%), Rio de Janeiro (de 4,0% para 4,8%), Mato Grosso (de -3,6% para -2,9%), Pará (de -2,1% para -1,3%), Amazonas (de 4,6% para 5,2%), Pernambuco (de -0,7% para -0,2%) e Região Nordeste (de -1,5% para -1,0%) mostraram os principais ganhos entre fevereiro e março de 2020, enquanto Santa Catarina (de 1,9% para 0,3%) e Rio Grande do Sul (de 1,5% para 0,0%) assinalaram as maiores perdas entre os dois períodos.