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IPCA-15 varia 0,71% em janeiro

23/01/2020 09h00 | Atualizado em 23/01/2020 09h00

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) apresentou variação de 0,71% em janeiro, 0,34 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 1,05% registrada em dezembro. Este é o maior resultado para um mês de janeiro desde 2016, quando o índice foi de 0,92%. Em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 4,34%, acima dos 3,91% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2019, a taxa foi de 0,30%.

Período Taxa
Janeiro de 2020 0,71%
Dezembro de 2019 1,05%
Janeiro de 2019 0,30%
Acumulado nos 12 meses 4,34%

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta na passagem de dezembro para janeiro. A maior variação (1,83%) e o maior impacto (0,45 p.p.) ficaram com o grupo Alimentação e bebidas, embora tenha havido desaceleração em relação ao resultado do mês anterior (2,59%). A segunda maior contribuição (0,17 p.p.) veio dos Transportes (0,92%), cuja variação ficou próxima à registrada em dezembro (0,90%). No lado das quedas, o destaque ficou com Habitação (-0,14%), com impacto de -0,02 p.p. no índice de janeiro. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,01% em Artigos de residência e a alta de 0,47% em Despesas pessoais.

Grupo Variação (%) Impacto (p.p.)
Dezembro Janeiro Dezembro Janeiro
Índice Geral 1,05 0,71 1,05 0,71
Alimentação e bebidas 2,59 1,83 0,63 0,45
Habitação 0,25 -0,14 0,04 -0,02
Artigos de residência -0,84 -0,01 -0,03 0,00
Vestuário 0,09 0,10 0,00 0,01
Transportes 0,90 0,92 0,16 0,17
Saúde e cuidados pessoais 0,22 0,35 0,03 0,04
Despesas pessoais 1,74 0,47 0,19 0,05
Educação 0,09 0,23 0,01 0,01
Comunicação 0,66 0,02 0,02 0,00
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

A desaceleração do grupo Alimentação e bebidas (1,83%) é explicada principalmente pelo resultado da alimentação no domicílio (2,30%), cuja alta foi inferior à registrada no IPCA-15 de dezembro (3,62%). Contribuíram para isso as carnes, que passaram de uma alta de 17,71% no mês anterior para 4,83% em janeiro. Ainda assim, o item foi responsável pela maior contribuição individual no índice de janeiro, com 0,15 p.p. Itens como as frutas (3,98%) e o frango inteiro (4,96%), por sua vez, aceleraram na comparação com dezembro (1,67% e 2,43%, respectivamente). No lado das quedas, o destaque ficou com a cebola, com -5,43% de variação e impacto de -0,01 p.p. no resultado do mês.

A alimentação fora do domicílio apresentou alta de 0,99%, resultado acima do registrado em dezembro (0,79%), especialmente por conta das altas observadas no lanche (1,30%) e na refeição (1,10%).

No grupo dos Transportes (0,92%), a gasolina, que já havia subido 1,49% em dezembro, apresentou alta de 2,64% e contribuiu com o segundo maior impacto individual no índice do mês, 0,11 p.p. Todas as regiões pesquisadas apresentaram alta nos preços do combustível, que foram desde o 0,58% em Belém até os 4,60% em Fortaleza. Além disso, os preços do etanol e do óleo diesel também subiram (altas de 4,98% e 1,47%, respectivamente).

Ainda em Transportes, a alta do item ônibus urbano (0,30%) foi puxada pelos reajustes de tarifas de 10,00% em Brasília (0,60%), em vigor desde o dia 13 de janeiro, e de 2,32% em São Paulo (0,93%), desde 1º de janeiro. O mesmo percentual de reajuste (2,32%) foi aplicado, na mesma data, também às passagens de trem (0,93%) e metrô (0,93%) em São Paulo. Com isso, os resultados gerais dos dois itens foram de 0,61% e 0,69%, respectivamente. A variação do item táxi (0,28%), por sua vez, decorre do reajuste médio de 2,20% nas tarifas praticadas no Rio de Janeiro (0,85%), válidas desde 2 de janeiro. Por fim, destaca-se o reajuste médio de 14,00% nas passagens dos ônibus interestaduais (2,91%) em Salvador (2,88%), a partir de 5 de dezembro.

A maior variação (-6,45%) e o maior impacto (-0,03 p.p.) negativos no grupo dos Transportes vieram das passagens aéreas, cujos preços haviam subido 15,63% no IPCA-15 de dezembro.

Em Habitação (-0,14%), a deflação observada no mês foi influenciada pela queda no custo da energia elétrica (-2,11%), que apresentou o maior impacto individual negativo (-0,08 p.p.) no IPCA-15. Todas as áreas pesquisadas apresentaram variações negativas, que foram desde o -0,61% em São Paulo até os -4,46% em Fortaleza, onde houve redução da alíquota de PIS/COFINS. Em janeiro, foi mantida a bandeira tarifária amarela, que adiciona na conta de luz R$ 1,343 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.

Ainda em Habitação, o resultado do item gás encanado (0,49%) é consequência do reajuste de 2,45% nas tarifas no Rio de Janeiro (1,01%), vigente desde 1º de janeiro. Já no item taxa de água e esgoto (0,25%), destaca-se o reajuste de 18,00% nas tarifas em Belém (16,98%), em vigor desde 14 de dezembro. O gás de botijão, por sua vez, apresentou variação de 0,21%, após reajuste de 5% concedido pela Petrobras no preço do botijão de 13 kg, nas refinarias, no dia 27 de dezembro.

Todas as regiões pesquisadas tiveram altas

Nos índices regionais, todas as regiões pesquisadas apresentaram alta de dezembro para janeiro. O maior resultado foi observado na região metropolitana de Belém (1,13%), influenciado pela alta do frango inteiro (9,12%). Já o menor índice foi registrado em Brasília (0,29%), por conta da queda verificada nos preços das passagens aéreas (-7,69%).

Região Peso Regional (%) Variação Mensal (%)  Variação Acumulada (%) 
Dezembro Janeiro Ano 12 meses
Belém 4,65 1,72 1,13 1,13 5,91
São Paulo 31,68 0,88 0,90 0,90 4,87
Salvador 7,35 0,95 0,89 0,89 3,86
Fortaleza 3,49 0,90 0,86 0,86 5,34
Recife 5,05 0,60 0,78 0,78 4,00
Porto Alegre 8,40 1,09 0,60 0,60 4,21
Curitiba 7,79 1,39 0,53 0,53 4,16
Goiânia 4,44 1,56 0,52 0,52 4,35
Belo Horizonte 11,23 1,05 0,52 0,52 3,92
Rio de Janeiro 12,46 0,97 0,47 0,47 3,48
Brasília 3,46 1,52 0,29 0,29 3,56
Brasil 100,00 1,05 0,71 0,71 4,34
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 12 de dezembro de 2019 a 14 de janeiro de 2020 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 12 de novembro a 11 de dezembro de 2019 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.