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Em abril, IBGE prevê alta de 2,2% na safra de grãos de 2019

09/05/2019 09h00 | Atualizado em 09/05/2019 09h00

Em abril, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2019 foi estimada em 231,5 milhões de toneladas, 2,2% superior à safra de 2018 (mais 5,0 milhões de toneladas) e 0,6% acima da divulgada em março (mais 1,4 milhão de toneladas). Já a estimativa da área a ser colhida foi de 62,3 milhões de hectares, 2,2% maior que a de 2018 (mais 1,4 milhão de hectares) e 0,1% menor do que a do mês anterior (menos 48,9 mil hectares).

Estimativa de abril para 2019 231,5 milhões de toneladas
Variação safra 2019/safra 2018 2,2% (5,0 milhões de toneladas)
Variação safra 2019 / 3ª estimativa 2019 0,6% (1,4 milhão de toneladas)

O arroz, o milho e a soja representam 92,8% da estimativa da produção e respondem por 87,3% da área a ser colhida. Em relação a 2018, houve aumento de 4,8% na área do milho e de 2,0% na da soja, e queda de 10,0% na área de arroz. Já na produção, ocorreram quedas de 4,4% para a soja e de 10,6% para o arroz, e aumento de 12,6% para o milho. O material de apoio do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) está disponível nesta página.

A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição regional: Centro-Oeste (103,7 milhões de toneladas), Sul (77,4 milhões de toneladas), Sudeste (22,0 milhões de toneladas), Nordeste (19,0 milhões de toneladas) e Norte (9,3 milhões de toneladas). Em relação a 2018, ocorreram aumentos de 4,4% na Região Norte, 2,7% na Região Centro-Oeste e de 3,9% na Região Sul, e quedas de 4,0% na Região Sudeste e de 0,7% na Região Nordeste.

Destaques na estimativa de abril de 2019 em relação a março

Em abril, destacaram-se as seguintes variações percentuais de produção: algodão herbáceo (1,8%), aveia (4,2%), cana-de-açúcar (1,7%), castanha-de-caju (5,2%), cevada (14,9%),  milho 1ª safra (0,4%), milho 2ª safra (0,7%), soja (0,1%), sorgo (11,0%) e trigo (7,1%).

Em números absolutos, os destaques foram para as variações de: cana-de-açúcar
(11 624 040 t), milho 2ª safra (446 257 t), trigo (363 308 t), sorgo (233 809 t), algodão herbáceo (113 583 t), milho1ªsafra (108 368 t), soja (88 687 t), cevada (46 350 t), aveia (32 330 t) e castanha-de-caju (5 921 t). 

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A estimativa da produção de algodão foi de 6,4 milhões de toneladas, alta de 1,8% em relação a março e recorde da série histórica do IBGE. A Bahia informou um crescimento de 5,7% na estimativa da produção. As lavouras chegaram a ser prejudicadas pela falta de chuva, contudo, o retorno proporcionou uma recuperação da produtividade a partir de fevereiro. A produção estimada do estado (1,5 milhão toneladas) corresponde a 22,8% da safra a ser colhida pelo país este ano.

No Mato Grosso, maior produtor nacional de algodão, a estimativa encontra-se em 4,2 milhões de toneladas, 29,0% maior que em 2018, devido ao crescimento de 36,3% na área plantada. Na Bahia e no Mato Grosso, a área plantada encontra-se 24,3% e 39,8% maior, respectivamente. O rendimento médio (4.065 kg/ha) apresenta retração de 5,3%, devido às incertezas quanto ao clima. Em 2018, as lavouras de algodão foram beneficiadas pelo clima chuvoso, o que repercutiu positivamente no rendimento médio obtido (4 293 kg/ha).

CANA-DE-AÇÚCAR – A estimativa da produção foi de 688,6 milhões de toneladas, alta de 1,7% em relação a março. O retorno das chuvas em algumas regiões tem proporcionado a recuperação dos canaviais, principalmente aqueles que serão colhidos no terço final da safra. As principais alterações em abril ocorreram em Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, que aumentaram suas produções em 15,0% e 3,1%, respectivamente. O aumento da área plantada foi o principal motivo do crescimento da produção nessas unidades da federação.

Minas Gerais passa a ser o segundo maior produtor de cana (11,3% do total produzido no país), seguido por Goiás (11,1%). A produção mineira (77,6 milhões de toneladas), ainda a se confirmar até o final da safra, é um recorde para o estado, que observou uma maior expansão da cultura entre os anos de 2008 e 2012. Em relação a 2018, a estimativa da produção apresenta crescimento de 2,1%, com aumento de 1,8% no rendimento médio. O clima mais favorável este ano e a adoção de novas técnicas, que protegem o solo e tendem a diminuir a falha de brotação, têm favorecido o desenvolvimento dos canaviais. São Paulo continua sendo o maior produtor nacional (51,8% da produção nacional).

CASTANHA-DE-CAJU (amêndoa) – A estimativa da produção foi de 120,4 mil toneladas, alta de 5,2% em relação a março. No Ceará, maior produtor (53,8% do total), a produção foi reavaliada com 6,7% de crescimento, em decorrência do rendimento médio que cresceu nesse mesmo valor. Outros importantes produtores de castanha-de-caju são Piauí, com 24,7 mil toneladas (20,5% do total nacional) e Rio Grande do Norte, com 16,8 mil toneladas (13,9% do total). Pernambuco reavaliou suas estimativas este mês, prevendo alta de 70,4%, devido ao aumento da produtividade dos cajueiros, efeito das chuvas que favoreceram o desenvolvimento das plantas. Em relação a 2018, a produção de castanha-de-caju caiu 14,8%. A área plantada (439,0 mil hectares) reduziu 4,6% e o rendimento médio (280 kg/ha) caiu 12,8%. No Ceará, a produção em 2019 teve queda de 21,9%.

CEREAIS DE INVERNO (em grão) – Embora a área plantada apresente queda de 2,8%, a produção de trigo foi estimada em 5,5 milhões de toneladas, crescimento de 7,1% em relação a março. O rendimento médio (2.801 kg/ha) foi estimado com alta de 10,1% em relação ao mês anterior. Para o Paraná, maior produtor brasileiro (59,8% do total), foi 

estimada uma produção de 3,3 milhões de toneladas. A produção (12,8%) e o rendimento médio (19,1%) aumentaram em relação a março. Para o Rio Grande do Sul, segundo maior produtor brasileiro (25,9% da produção), foi estimada uma produção de 1,4 milhão de toneladas. A estimativa da produção de 2019 está 3,9% maior quando comparada a 2018.

A estimativa para a produção de aveia foi de 795,5 mil toneladas, alta de 4,2% em relação a março. A área a ser plantada cresce 1,9%, devendo alcançar 412,4 mil hectares. O rendimento médio (1.929 kg/ha) aumenta 2,3%. No Paraná, a estimativa da produção sobe 16,6%, enquanto que no Mato Grosso do Sul, terceiro maior produtor do cereal, deve crescer 13,2%. Em relação ao ano anterior, a produção de aveia cai 10,6%.

Para a cevada, a produção estimada foi de 357,4 mil toneladas, alta de 14,9% em relação a março. A área plantada alcança 100,6 mil hectares e o rendimento médio (3.551 kg/ha) cresce 13,9%. O Paraná, maior produtor brasileiro do cereal, elevou a estimativa em 22,7% em relação a março. A produção deve ficar próxima a 250 mil toneladas. Em relação a 2018, a produção sobe 9,9%, embora a área plantada esteja com crescimento de apenas 0,2%.

MILHO (em grão) – Em relação a março, a estimativa da produção cresceu 0,6%, totalizado 91,6 milhões de toneladas (mais 554,6 mil toneladas). E em relação a 2018, encontra-se 12,6% maior. Na 1ª safra de milho, a estimativa da produção alcançou 25,8 milhões de toneladas, alta de 0,4% em relação ao mês anterior. A área a ser colhida caiu 0,4% e o rendimento subiu 0,9%. O Paraná foi a Unidade da Federação que mais contribuiu para esse aumento. A produção paranaense deve alcançar 3,2 milhões de toneladas, aumento de 2,0%. Em Minas Gerais, a produção estimada caiu 1,1%, devendo alcançar 4,4 milhões de toneladas. Em relação a 2018, a estimativa da produção do milho 1ª safra foi 0,1% maior. A área plantada, de 4,9 milhões de hectares, caiu 1,0%.

Em função do plantio antecipado da soja em 2019, aguarda-se um maior período para a “janela de plantio” para o milho 2ª safra, o que deve repercutir positivamente no rendimento médio, estimado para a atual safra com alta de 10,7%, devendo alcançar 5.365 kg/ha. A estimativa da produção encontra-se em 65,8 milhões de toneladas, aumento de 0,7% em relação a março e de 18,3% em relação a 2018. Os aumentos mais expressivos em volume de produção, em relação ao mês anterior, foram estimados para Rondônia (18,9%, ou 126,0 mil toneladas), Mato Grosso do Sul (2,0% ou 190,0 mil toneladas), Distrito Federal (28,8% ou 54,0 mil toneladas) e Goiás (0,3% ou 21,8 mil toneladas).

SOJA (em grão) – Em abril, a produção de soja foi estimada em 112,6 milhões de toneladas, alta de 0,1% em relação a março. As principais quedas foram: Paraná (-0,5%), Minas Gerais (-1,1%) e Mato Grosso do Sul (-1,1%). Goiás (0,7%), Tocantins (2,1%) e Rondônia (18,0%) informaram aumentos. Com exceção da região que engloba o “MATOPIBA”, formada pelo Bioma Cerrado do Maranhão, Tocantins, Piauí e Maranhão, nos demais estados produtores a colheita da soja encontra-se na fase final. Em relação ao ano anterior, apesar do aumento de 2,0% na área plantada, a estimativa da produção encontra-se 4,4% menor, em decorrência do rendimento médio, que apresentou queda de 6,3%.

SORGO (em grão) - A estimativa da produção alcançou 2,4 milhões de toneladas, alta de 11,0% em relação a março. O maior aumento em termos de volume foi informado por Minas Gerais (207.303 toneladas ou 34,3%), que representa 34,3% do total nacional nesta safra. Em Goiás, maior produtor do País (43,2% de participação), a estimativa cresceu 0,7%, devendo alcançar 1,0 milhão de toneladas. Em relação a 2018, há alta de 5,0%, embora a área plantada esteja com redução de 7,0%.