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Índice de Preços ao Produtor varia -1,46% em dezembro e fecha 2018 em 9,76%

30/01/2019 09h00 | Atualizado em 30/01/2019 10h51

Os preços da indústria variaram -1,46% em dezembro, resultado superior ao de novembro (-1,62%). Na mesma comparação, 13 das 24 atividades tiveram variações positivas de preços, contra 10 no mês anterior. No ano os preços da indústria acumularam alta de 9,76%. O material de apoio da divulgação do Índice de Preços ao Produtor está disponível nesta página.

Período TAXA
Dezembro 2018 -1,46%
Novembro 2018 -1,62%
Dezembro 2017 0,42%
Acumulado no ano / 12 meses 9,76%

Na passagem de novembro para dezembro de 2018, os preços das indústrias extrativas e de transformação (indústria geral) variaram -1,46%, número superior ao observado na comparação entre outubro e novembro (-1,62%). As quatro maiores variações nessa comparação, ocorreram entre os produtos das seguintes atividades: refino de petróleo e produtos de álcool (-9,36%), indústrias extrativas (-8,13%), outros produtos químicos  (-2,96%) e outros equipamentos de transporte (2,18%).

 Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Seções  - Últimos três meses 
Indústria Geral e Seções Variações (%) 
M/M-1 Acumulado Ano M/M-12 
OUT/18 NOV/18 DEZ/18 OUT/18 NOV/18 DEZ/18 OUT/18 NOV/18 DEZ/18 
Indústria Geral -0,68 -1,62 -1,46 13,22 11,38 9,76 15,30 11,85 9,76
B - Indústrias Extrativas -2,24 -0,49 -8,13 38,47 37,79 26,58 40,19 44,11 26,58
C - Indústrias de Transformação -0,60 -1,68 -1,12 12,19 10,31 9,07 14,28 10,60 9,07
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria         

As maiores influências, na mesma comparação, foram: refino de petróleo e produtos de álcool (-1,13 p.p.), indústrias extrativas (-0,39 p.p.), alimentos (0,37 p.p.) e outros produtos químicos (-0,32 p.p.).

O acumulado no ano (dezembro/2018 contra dezembro de 2017) atingiu 9,76%, contra 11,38% em novembro/2018. Entre as atividades com as maiores variações percentuais neste indicador, sobressaíram: indústrias extrativas (26,58%), outros produtos químicos (19,70%), outros equipamentos de transporte (15,89%) e metalurgia (13,94%). Já os setores de maior influência foram: outros produtos químicos (1,90 p.p.), alimentos (1,57 p.p.), metalurgia (1,12 p.p.) e indústrias extrativas (1,04 p.p.).

Entre as grandes categorias econômicas, a variação de preços de -1,46% em dezembro repercutiu da seguinte maneira: 1,17% em bens de capital; -2,66% em bens intermediários; e 0,08% em bens de consumo, sendo que 0,49% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e -0,05% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis. Do resultado da indústria geral (-1,46%), a influência nas Grandes Categorias Econômicas foi a seguinte: 0,10 p.p. de bens de capital, -1,58 p.p. de bens intermediários e 0,03 p.p. de bens de consumo. No caso de bens de consumo, -0,01 p.p. se deveu às variações de preços observadas nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis e 0,04 p.p. nos bens de consumo duráveis.

O acumulado no ano (dezembro de 2018 contra dezembro de 2017) foi 9,76%, sendo 10,86% para bens de capital (com influência de 0,93 p.p.), 13,25% de bens intermediários (7,55 p.p.) e 3,71% de bens de consumo (1,28 p.p.). Este último resultado foi influenciado em 0,50 p.p. por bens de consumo duráveis e 0,78 p.p., por bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Grandes Categorias Econômicas  - Últimos três meses
Indústria Geral e Seções Variações (%)
M/M-1 Acumulado Ano M/M-12
OUT/18 NOV/18 DEZ/18 OUT/18 NOV/18 DEZ/18 OUT/18 NOV/18 DEZ/18
Indústria Geral -0,68 -1,62 -1,46 13,22 11,38 9,76 15,30 11,85 9,76
Bens de Capital (BK) -2,13 0,85 1,17 8,66 9,59 10,86 11,04 10,43 10,86
Bens Intermediários (BI) -0,77 -2,02 -2,66 18,75 16,35 13,25 21,77 17,13 13,25
Bens de consumo(BC) -0,14 -1,52 0,08 5,23 3,63 3,71 5,87 3,57 3,71
Bens de consumo duráveis (BCD) 0,85 -0,04 0,49 5,57 5,53 6,05 6,06 5,86 6,05
Bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) -0,44 -1,99 -0,05 5,12 3,03 2,98 5,81 2,85 2,98
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria        

Destacaram-se os seguintes setores:

Indústrias extrativas: em dezembro de 2018, o setor apresentou queda de preços pelo terceiro mês seguido. A queda em relação a novembro (- 8,13%) foi a segunda maior entre os setores da indústria. A atividade também exerceu a segunda maior influência negativa (- 0,39 p.p.) e todos os seus produtos pesquisados, exceto “minérios de cobre”, influenciaram negativamente a variação mensal, com destaque para “óleos brutos de petróleo”.

Mesmo com esse resultado mensal, a variação acumulada permaneceu positiva (26,58%) e acima das demais atividades pesquisadas. O setor também se destacou entre as maiores influências (em módulo e positivas) no acumulado: 1,04 p.p. Essa variação acumulada tem influência positiva de todos os produtos pesquisados na atividade.

Alimentos: em dezembro, os preços do setor variaram, em média, 2,01%, a sétima variação positiva da série no ano e a terceira mais intensa. De todo modo, o setor acumula uma variação positiva ao longo dos 12 meses de 2018, 8,23%, situação totalmente oposta ao que ocorreu no acumulado de 2017, em que os 12 meses acumulados ficaram em -7,28%, mas muito próxima à média histórica de variações deste tipo de indicador (acumulado em 12 meses) que é igual a 7,70%, considerando toda a série do IPP desde 2010.

Em relação a novembro de 2018, as altas de três produtos se destacaram: “carne de suínos frescas ou refrigeradas”, “manteiga de cacau” e “resíduos de extração de soja”, sendo este também um dos destaques em influência no resultado da atividade. Os outros produtos de maior influência (os quatro responderam por 1,87 p.p. em 2,01%) foram: “sucos concentrados de laranja”, “carnes de bovinos frescas ou refrigeradas” e “açúcar cristal”.

O setor de alimentos é responsável pela  maior contribuição entre todas as atividades,  foi a terceira maior influência em módulo (0,37 p.p. em -1,46%) em relação a novembro e a segunda maior influência no ano.

Refino de petróleo e produtos de álcool: em dezembro, a variação média dos produtos do setor foi de -9,36%, e, assim como no mês passado, foi a maior variação em módulo entre todas as atividades analisadas, acumulando nestes dois meses uma redução média de preços de -15,92%. Este valor é a maior variação negativa desta atividade desde janeiro de 2010 (início da série). Com o resultado de dezembro, o acumulado no ano atingiu os 6,69%, valor inferior ao resultado acumulado em 2017, que foi de 18,70%. Vale dizer que de maio a outubro de 2018, o acumulado nos últimos 12 meses se manteve acima dos 30%.

Os quatro produtos com as variações mais intensas também foram os mais influentes, todos com quedas de preços: “naftas”, “gasolina automotiva”, "óleo diesel e outros óleos combustíveis" e “querosenes de aviação”.

Outros produtos químicos: em dezembro, a indústria química apresentou variação média de preços, em relação a novembro, de -2,96%, segunda variação negativa seguida após uma sucessão de 14 meses de elevação de preços (entre setembro de 2017 e outubro de 2018). Mesmo com estas quedas de preços nos últimos dois meses do ano, o setor acumulou uma variação positiva, de 19,70% em 2018.

Os resultados observados no mês estão ligados aos preços internacionais, com redução do preço de matérias-primas, aos preços dos derivados de petróleo (onde houve queda no mês), especialmente da nafta, e à relação do Real frente ao Dólar, que nos últimos três meses apresentou uma valorização acumulada de 5,6%.

O setor químico se destacou em cinco indicadores analisados: foi a terceira maior variação (em módulo) no M/M-1; a segunda maior variação acumulada em 2018; a quarta maior influência na variação mensal, com -0,32 p.p. em -1,46%; a maior influência na variação acumulada no ano, com 1,90 p.p. em 9,76%; e, além disso, representa o terceiro maior peso no cálculo do indicador geral, com uma contribuição de 10,99%.

Três dos quatro produtos de maior influência tiveram valores negativos: “etileno (eteno) não saturado”, “polipropileno(PP)” e “propeno (propileno) não saturado”. Apenas o produto “adubos ou fertilizantes à base de NPK” influenciou o índice positivamente. Esses quatro produtos foram responsáveis por -1,64 p.p. da variação de -2,96% do setor. Já em relação ao acumulado no ano, todos os produtos tiveram resultados positivos: “adubos ou fertilizantes à base de NPK”, “etileno (eteno) não saturado”, “herbicidas para uso na agricultura” e “polipropileno (PP)”.

Metalurgia: em relação a novembro de 2018, houve uma variação de -1,51%, terceira variação negativa seguida. Mesmo com este resultado, a atividade acumulou no ano uma variação de 13,94%; valor muito próximo do fechamento de 2017 (13,40%). Entre dezembro de 2013 (base da série) e dezembro de 2018, os preços do setor acumularam alta de 48,65%.

Os quatro produtos com as maiores variações de preços contra o mês anterior também foram os de maior influência, sendo que três tiveram redução de preços: “alumínio não ligado em formas brutas”, “bobinas ou chapas de aços inoxidáveis, inclusive tiras” e “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono”, em contrapartida aparece o produto “fio-máquina de aços ao carbono” com variação positiva de preços. Estes quatro produtos, em relação à variação total do mês, representaram -1,47 p.p. do total de -1,51% da atividade.

As principais influências no acumulado no ano foram os produtos “bobinas a frio de aços ao carbono, não revestidos”, “bobinas a quente de aços ao carbono, não revestidos”, “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono” e “bobinas ou chapas de aços zincadas”.

O comportamento do setor é influenciado pelos resultados dos grupos siderúrgicos (aço) e dos materiais não ferrosos (cobre e alumínio), que têm comportamentos diferenciados. O grupo siderúrgico é afetado pelo excedente de aço no mundo (apesar dos cortes de produção na China), pelas variações do Dólar frente ao Real, pela flutuação dos valores do minério de ferro (em recuperação de preços desde o segundo semestre de 2017), pelo aquecimento do setor automotivo e pelas medidas protecionistas da União Europeia e dos Estados Unidos. Já os preços dos materiais não ferrosos costumam ter ser preços influenciados pelas bolsas internacionais.