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Índice de Preços ao Produtor varia 0,83% em agosto

27/09/2018 09h00 | Atualizado em 27/09/2018 11h31

Os preços da indústria variaram 0,83% em agosto, resultado inferior ao de julho (1,13%). Na mesma comparação, 22 das 24 atividades tiveram variações positivas de preços, contra 20 no mês anterior. Em agosto de 2017, o resultado foi 0,29%. O acumulado no ano, com o resultado de agosto de 2018, chegou a 10,75% e nos 12 meses, a 16,51%. O material de apoio da divulgação do Índice de Preços ao Produtor está à direita.

Período TAXA
Agosto 2018 0,83%
Julho 2018 1,13%
Agosto 2017 0,29%
Acumulado no ano 10,75%
Acumulado 12 meses 16,51%

Em agosto, os preços das indústrias extrativas e de transformação (indústria geral), variaram 0,83% em relação a julho, resultado inferior ao observado em julho/junho (1,13%). As quatro maiores variações observadas em agosto/2018 se deram nas seguintes atividades industriais: bebidas (3,95%), madeira (3,54%), fumo (2,57%) e outros produtos químicos (2,19%). Em termos de influência, na comparação entre agosto/2018 e julho/2018 (0,83%), sobressaíram outros produtos químicos (0,23 p.p.), bebidas (0,10 p.p.), metalurgia (0,09 p.p.) e veículos automotores (0,08 p.p.).

Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Seções  - Últimos três meses 
Indústria Geral e Seções Variações (%) 
M/M-1 Acumulado Ano M/M-12 
JUN/18 JUL/18 AGO/18 JUN/18 JUL/18 AGO/18 JUN/18 JUL/18 AGO/18 
Indústria Geral 2,27 1,13 0,83 8,61 9,83 10,75 13,44 15,89 16,51
B - Indústrias Extrativas 5,72 2,37 1,61 20,69 23,55 25,54 59,02 65,79 58,61
C - Indústrias de Transformação 2,12 1,07 0,80 8,12 9,27 10,14 11,98 14,30 15,09
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria         

O indicador acumulado no ano (agosto/2018 contra dezembro/2017) atingiu 10,75%, contra 9,83% em julho/2018. Foi o maior resultado para um mês de agosto da série histórica, iniciada em 2014. Entre as atividades com as maiores variações percentuais neste indicador sobressaíram: indústrias extrativas (25,54%), outros produtos químicos (23,28%), refino de petróleo e produtos de álcool (16,32%) e outros equipamentos de transporte (15,06%). Já os setores de maior influência foram: outros produtos químicos (2,24 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (1,87 p.p.), alimentos (1,58 p.p.) e metalurgia (1,18 p.p.).

O indicador acumulado em 12 meses (agosto/2018 contra agosto/2017) chegou a 16,51%, contra 15,89% em julho/2018. Nesse indicador, o mês de agosto/2018 registrou o maior resultado da série histórica. As quatro maiores variações foram em indústrias extrativas (58,61%), outros produtos químicos (34,91%), refino de petróleo e produtos de álcool (33,92%) e metalurgia (24,42%). Já os setores de maior influência foram: refino de petróleo e produtos de álcool (3,55 p.p.), outros produtos químicos (3,23 p.p.), indústrias extrativas (1,91 p.p.) e metalurgia (1,90 p.p.).

Entre as grandes categorias econômicas, em agosto a variação de preços de 0,83% repercutiu da seguinte maneira: 1,26% em bens de capital; 1,03% em bens intermediários; e 0,36% em bens de consumo, sendo que 0,91% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e 0,19% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis. Do resultado da indústria geral, 0,83%, a influência das Grandes Categorias Econômicas foi a seguinte (tabela 5): 0,11 p.p. de bens de capital, 0,61 p.p. de bens intermediários e 0,12 p.p. de bens de consumo. No caso de bens de consumo, 0,05 p.p. se deveu às variações de preços observadas nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis e 0,07 p.p. nos bens de consumo duráveis.

Na perspectiva do acumulado no ano (mês atual contra dezembro do ano anterior), as variações de preços da indústria acumularam, até agosto, variação de 10,75%, sendo 8,83% a variação de bens de capital (com influência de 0,75 p.p.), 15,23% de bens intermediários (8,67 p.p.) e 3,82% de bens de consumo (1,32 p.p.). No último caso, este resultado foi influenciado em 0,32 p.p. pelos produtos de bens de consumo duráveis e 1,00 p.p., pelos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Na taxa anual (M/M-12), a variação de preços da indústria alcançou, em agosto, 16,51%, com as seguintes variações: bens de capital, 12,10% (1,06 p.p.); bens intermediários, 24,14% (13,42 p.p.); e bens de consumo, 5,69% (2,03 p.p.), sendo que a influência de bens de consumo duráveis foi de 0,42 p.p. e a de bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 1,61 p.p.

Índices de Preços ao Produtor, segundo Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Grandes Categorias Econômicas  - Últimos três meses 
Indústria Geral e Seções Variações (%) 
M/M-1 Acumulado Ano M/M-12 
JUN/18 JUL/18 AGO/18 JUN/18 JUL/18 AGO/18 JUN/18 JUL/18 AGO/18 
Indústria Geral 2,27 1,13 0,83 8,61 9,83 10,75 13,44 15,89 16,51
Bens de Capital (BK) 1,00 1,56 1,26 5,83 7,48 8,83 8,04 10,42 12,10
Bens Intermediários (BI) 2,86 1,53 1,03 12,33 14,05 15,23 19,70 22,86 24,14
Bens de consumo(BC) 1,55 0,29 0,36 3,15 3,45 3,82 4,91 6,28 5,69
Bens de consumo duráveis (BCD) 0,36 0,46 0,91 2,43 2,90 3,84 3,74 4,02 4,89
Bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) 1,92 0,24 0,19 3,38 3,62 3,82 5,28 7,00 5,94
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria                    

 Tiveram destaque nos resultados, os seguintes setores:

Indústrias extrativas: em agosto, as indústrias extrativas apresentaram variação de 1,61% nos preços, em relação a julho. O resultado teve influência observada de 0,07 p.p. sobre os 0,83% observados para o indicador (M/M-1) para a indústria geral. Influenciaram positivamente a variação mensal da atividade os produtos “minérios de ferro” e “gás natural”. O setor apresentou variação acumulada no ano positiva de 25,54%. Na influência, houve contribuição de 1,00 p.p. sobre o indicador acumulado da indústria geral (10,75%).

Em relação a agosto do ano anterior, observou-se variação de 58,61% nos preços do setor. Na influência, o setor teve contribuição de 1,91 p.p. sobre a variação de 16,51% da indústria geral. Todos os produtos pesquisados na atividade apresentaram contribuição positiva sobre este indicador.

Alimentos: em agosto, a variação média de preços na comparação com julho foi de -0,40%, segundo resultado negativo consecutivo. Com isso, o acumulado no ano foi de 8,27%, o terceiro consecutivo na casa dos 8,0%, ainda que seja o menor (8,93%, em junho; 8,71%, em julho). Vale dizer que, neste tipo de comparação e em agosto, desde o início da série, em 2010, é o segundo maior (perde para o resultado de 2012, 14,41%). Na comparação com agosto de 2017, a variação foi de 9,22%, a maior observada desde novembro de 2016, 9,46%. Por fim, em termos de número-índice, os três últimos resultados (126,78, 126,52 e 126,01, respectivamente de junho, julho e agosto) são os maiores da série, que antes tinha seu ponto máximo em dezembro de 2016, 125,52.

O destaque do setor se deu porque foi a terceira maior influência no resultado acumulado. Atrás de Outros produtos químicos (2,24 p.p.) e Refino de petróleo e produtos de álcool (1,87 p.p.), o setor teve influência de 1,58 p.p. em 10,75%.

Em temos de influência no resultado agosto contra julho, dos quatro produtos destacados (“resíduos da extração de soja”, “leite esterilizado / UHT / Longa Vida”, “carnes de bovinos frescas ou refrigeradas” e “açúcar cristal”), apenas “resíduos de extração de soja” teve influência positiva. A influência conjunta dos quatro produtos foi de -0,42 p,p., ou seja, os demais 39 produtos selecionados tiveram uma pequena influência positiva (de 0,02 p.p.).

O resultado acumulado, em que o setor se destaca, é marcado pela influência positiva de produtos que têm impacto direto do câmbio (com uma depreciação do Real em torno de 19%), como é o caso dos derivados de soja, de trigo e do “suco concentrado de laranja”, com o “leite esterilizado / UHT / Longa Vida”, cujos preços estão impactados pelo período de entressafra.

Bebidas: os preços da indústria de bebidas apresentaram variação positiva de 3,95% em agosto de 2018 em comparação com julho devido, principalmente, aos maiores preços de “cervejas e chope”. Esse resultado reforça a recuperação de preços verificada no mês anterior, quando o setor registrou aumento de 0,14% no mesmo indicador, após sete meses de queda. Reposicionamentos nos preços de “cervejas e chope” foram as principais causas do aumento.

No acumulado no ano, o setor registrou uma variação de -3,73% em agosto, arrefecendo as taxas negativas desse mesmo indicador nos meses anteriores, quando chegou a atingir uma variação de -7,39% em julho. Na comparação com igual mês do ano anterior, a variação foi de 0,25%.

A variação de preços observada no setor fez com que o mesmo tivesse a segunda maior influência no cálculo do M/M-1 das indústrias extrativas e de transformação, de modo que o setor de bebidas responde por 0,10 p.p. da variação de 0,83% da indústria geral.

Refino de petróleo: a variação média de preços observada na passagem entre julho e agosto foi de 0,13%, mantendo sequência de variações positivas desde março, intervalo de tempo que inclui a maior da série, 7,36% (em maio). A atual é a menor delas. Até agosto, a variação acumulada foi de 16,32%. Já na comparação com igual mês do ano anterior, a variação mais recente, 33,92%, é menor do que a do mês anterior (42,41%), que, por sua vez, era a maior da série (iniciada em dezembro de 2010).

O destaque dado ao setor se deve ao fato de ser a terceira maior variação nos indicadores acumulados e M/M-12, a segunda maior influência no acumulado (1,87 p.p. em 10,75%) e a primeira na comparação agosto 2018/agosto 2017 (3,55 p.p. em 16,51%).

Entre os produtos de maior influência (-0,05 p.p. em 0,13%) dois apresentaram variações negativas, entre eles o de maior peso, “óleo diesel e outros óleos combustíveis” (o outro, que não figura entre aqueles quatro de maior peso, é “álcool etílico (anidro ou hidratado)”). Como então a influência dos quatro produtos destacados é negativa, isso significa que 0,18 p.p. foi a influência dos demais quatro produtos selecionados para o setor.

Outros produtos químicos: em agosto a indústria química apresentou variação média de preços, em relação a julho, de 2,19%, quarta maior variação entre todas as atividades analisadas pelo IPP, completando doze meses seguidos de elevação de preços. Com isso houve variação positiva de 23,28% no acumulado do ano (a maior ocorrida, em um mês de agosto, desde o início da série em 2010) e 34,91% nos 12 últimos meses (maior variação alcançada para esta atividade em toda a série), situação bem diversa da que ocorreu em agosto de 2017, quando, por exemplo, o acumulado em 12 meses era de 0,32%.

Os resultados observados no mês estão ligados aos preços internacionais, aos custos da matéria-prima importada, aos preços dos derivados de petróleo, especialmente da nafta, à apreciação do Dólar em relação ao Real, que alcançou, no mês, 2,6%; 19,4%, no acumulado do ano; e 24,7%, em 12 meses. Finalmente, também vale a pena ressaltar que, em agosto, dos 32 produtos analisados no setor, 14 tiveram aumentos de preços, portanto a maioria dos produtos apresentou movimento de queda.

Em relação aos quatro produtos de maior influência, três apresentaram valores positivos, “adubos ou fertilizantes à base de NPK”, que nessa época do ano costuma apresentar preços com esse comportamento, “PEAD”, “polipropileno (PP)” e apenas “sulfato de amônio ou uréia” apresentou queda.

Metalurgia: ao comparar os preços de agosto de 2018 contra julho de 2018, houve uma variação de 1,10%, 11 variações positivas nos últimos 12 meses (em janeiro de 2018 a variação foi de -0,06%), desta forma, a atividade acumulou no ano uma variação de 14,74% e nos últimos 12 meses 24,42% (maior variação alcançada para esta atividade, nestes dois índices, desde o início da série do IPP). Uma análise dos números-índices da série indica que, entre dezembro de 2013 (base da série) e agosto de 2018, os preços do setor tiveram uma variação acumulada de 49,70%.

Entre os quatro produtos que tiveram as maiores variações de preços considerando mês contra mês anterior, acumulado no ano e acumulado nos últimos 12 meses, todos os resultados obtidos foram positivos, excetuando os resultados do produto “ligas de alumínio em formas brutas”, no mês de agosto contra julho.

Os quatro produtos de maior influência no mês representaram 0,81 p.p. da variação, ou seja, 0,29 p.p. é a influência dos demais 18 produtos. Os quatro produtos são: “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono”, “ligas de alumínio em formas brutas”, “bobinas ou chapas de aços inoxidáveis, inclusive tiras” e “bobinas a quente de aços ao carbono, não revestidos”.

Veículos automotores: em agosto, a variação observada no setor foi de 0,82%, quando comparada com o mês imediatamente anterior. Com este resultado, a variação acumulada no ano alcançou 4,95%. A título de comparação, em agosto de 2017 o acumulado era de 2,99%. Nos últimos 12 meses, o setor acumulou uma variação de 6,54%.

Vale ressaltar que a variação mensal representou o 12º resultado positivo consecutivo e o 24º nos últimos 25 meses (apenas agosto de 2017 apresentou variação negativa de preços, na faixa de -0,08%). No período entre agosto de 2016 e julho de 2018, houve uma variação acumulada de 12,80%.

Entre os quatro produtos de maior influência no M/M-1, todos tiveram impacto positivo no índice: “automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência”, “peças para motor de veículos automotores”, “veículos para mercadorias a gasolina ou álcool capacidade menor de 5t” e “caixas de marcha para veículos automotores”, sendo que os dois primeiros estão entre os quatro produtos de maior peso do setor. A influência desses quatro produtos que mais impactaram a variação mensal foi de 0,69 p.p. Ou seja, os demais 21 produtos da atividade contribuíram com 0,13 p.p.