Em maio, IPCA-15 fica em 0,14%
23/05/2018 09h00 | Atualizado em 23/05/2018 10h31
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 0,14% em maio, 0,07 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de abril (0,21%). Essa foi a menor taxa para um mês de maio desde o ano 2000, quando o índice registrou 0,09%. O IPCA-15 acumulado no ano ficou em 1,23%, menor nível para o período janeiro-maio desde a implantação do Plano Real. O acumulado dos últimos doze meses foi de 2,70%, ficando abaixo dos 2,80% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Já em maio de 2017 a taxa foi 0,24%.
Período |
Taxa |
---|---|
Maio |
0,14% |
Abril |
0,21% |
Maio 2017 |
0,24% |
Acumulado no ano |
1,23% |
Acumulado 12 meses |
2,70% |
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, Alimentação e bebidas (-0,05%), Artigos de residência (-0,11%) e Transportes (-0,35%) apresentaram deflação de abril para maio. Já os demais grupos registraram aumento nos preços.
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
---|---|---|---|---|
Abril | Maio | Abril | Maio | |
Índice Geral | 0,21 | 0,14 | 0,21 | 0,14 |
Alimentação e Bebidas | 0,15 | -0,05 | 0,04 | -0,01 |
Habitação | 0,26 | 0,45 | 0,04 | 0,07 |
Artigos de Residência | 0,13 | -0,11 | 0,00 | -0,01 |
Vestuário | 0,43 | 0,52 | 0,03 | 0,03 |
Transportes | 0,12 | -0,35 | 0,02 | -0,06 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 0,69 | 0,76 | 0,08 | 0,09 |
Despesas Pessoais | 0,06 | 0,14 | 0,01 | 0,01 |
Educação | 0,02 | 0,11 | 0,00 | 0,01 |
Comunicação | -0,15 | 0,14 | -0,01 | 0,01 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
A queda de 0,05% do grupo Alimentação foi influenciada, principalmente, pela alimentação fora (-0,28%), cujos resultados variaram entre -0,86% da região metropolitana de São Paulo e 1,06% na região metropolitana de Porto Alegre. O destaque foi o item refeição fora (-0,46%).
Já o grupamento dos alimentos no domicílio apresentou alta de 0,09% após a queda de 0,05% de abril. Enquanto cebola (35,68%), hortaliças (6,10%), feijão-carioca (3,75%) e leite longa vida (4,44%) apresentaram alta, outros itens importantes no consumo das famílias registraram queda de preços: açúcar cristal (-3,90%), pescados (-3,51%), frango inteiro (-1,60%), arroz (-1,35%) e frutas (-0,97%).
Nos Artigos de residência (-0,11%), a queda foi impulsionada pelo item TV, som e informática (-1,47%). Com exceção de Porto Alegre (0,22%), as demais regiões pesquisadas apresentaram queda de preços de abril para maio.
Nos Transportes (-0,35%), apesar da alta de 0,81% na gasolina, houve quedas nos itens etanol (-5,17%) e passagem aérea (-14,94%). Ambos contribuíram com -0,05 p.p. (o impacto negativo mais intenso sobre o índice do mês) para o resultado de maio.
Quanto às altas, o grupo Saúde e cuidados pessoais (0,76%) apresentou a maior variação dentre os grupos e o maior impacto no índice do mês, 0,09 p.p. A pressão foi exercida pelos itens plano de saúde (1,06%) e remédios (1,04%) - que sofreram reajuste anual, a partir de 31 de março, com variação entre 2,09% e 2,84%, conforme o tipo do medicamento.
No grupo Habitação (0,45%), o destaque foi o item energia elétrica (2,18%), representando o maior impacto individual no índice de maio. Além da vigência, a partir de 1º de maio, da bandeira tarifária amarela, adicionando a cobrança de R$0,01 a cada kwh consumido, as seguintes áreas pesquisadas sofreram reajuste nas tarifas: Salvador (15,47%) - reajuste de 16,95% a partir de 22 de abril; Porto Alegre (5,95%) – reajuste de 9,85% a partir de 19 de abril; Recife (5,59%) - reajuste de 8,47% a partir de 29 de abril; e Fortaleza (5,80%) - reajuste de 3,80% a partir de 22 de abril.
O Item gás encanado (0,46%) refletiu o reajuste de 1,87% ocorrido no Rio de Janeiro (0,88%), em vigor desde 1º de maio, e a taxa de água e esgoto (0,01%), o reajuste de 2,78% em Recife (0,35%), a partir de 12 de maio.
Os itens mão de obra para pequenos reparos (-0,10%), do grupo Habitação (0,45%), e empregado doméstico (0,43%), do grupo Despesas pessoais (0,14%), passaram a incorporar a variação apurada a partir das informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). Essas mudanças metodológicas foram divulgadas por meio das notas técnicas 02 e 03/2018, de 12 de março. Há, também, uma matéria na Agência IBGE Notícias sobre essa mudança.
Quanto aos índices regionais, a região metropolitana de São Paulo (-0,19%) apresentou o menor resultado em razão das quedas nos itens etanol (-5,56%) e passagem aérea
(-28,39%). A região metropolitana de Salvador apresentou o maior resultado (0,77%), influenciado pela energia elétrica (15,47%), devido ao reajuste de 16,95% nas tarifas em vigor desde 22 de abril, e da cebola, que registrou alta de 44,84%. A tabela a seguir apresenta os resultados por região pesquisada.
Região | Peso Regional (%) | Variação Mensal (%) | Variação acumulada (%) | ||
---|---|---|---|---|---|
Abril | Maio | Ano | 12 meses | ||
Salvador | 7,35 | 0,09 | 0,77 | 1,68 | 2,49 |
Recife | 5,05 | -0,07 | 0,73 | 1,16 | 2,22 |
Porto Alegre | 8,40 | 0,20 | 0,67 | 1,71 | 2,97 |
Fortaleza | 3,49 | 0,18 | 0,24 | 1,24 | 1,52 |
Curitiba | 7,79 | 0,14 | 0,24 | 1,17 | 3,06 |
Belém | 4,65 | 0,15 | 0,20 | 0,96 | 1,54 |
Brasília | 3,46 | 0,27 | 0,14 | 0,43 | 2,74 |
Belo Horizonte | 11,23 | 0,22 | 0,10 | 1,31 | 2,16 |
Rio de Janeiro | 12,46 | 0,43 | -0,03 | 1,63 | 2,37 |
Goiânia | 4,44 | -0,10 | -0,04 | 0,17 | 3,47 |
São Paulo | 31,68 | 0,28 | -0,19 | 1,12 | 3,16 |
Brasil | 100,00 | 0,21 | 0,14 | 1,23 | 2,70 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 14 de abril a 15 de maio de 2018 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 16 de março a 13 de abril de 2018. O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.