Em fevereiro, IPCA-15 fica em 0,38%
23/02/2018 09h00 | Atualizado em 10/04/2018 08h51
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 0,38% em fevereiro, bem próximo da variação de 0,39% registrada em janeiro. Esta foi a segunda menor taxa para um mês de fevereiro desde a implantação do Plano Real, em 1994, ficando atrás apenas da variação de 0,34%, em fevereiro de 2000. O acumulado dos últimos doze meses foi de 2,86%, ficando abaixo dos 3,02% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. No ano, o índice acumula 0,77%, menor taxa nesse período desde a implantação do Plano Real. As principais informações do IPCA-15 podem ser acessadas à direita dessa página.
PERÍODO | TAXA |
---|---|
Fevereiro | 0,38% |
Janeiro | 0,39% |
Fevereiro 2017 | 0,54% |
Acumulado no ano | 0,77% |
Acumulado 12 meses | 2,86% |
O grupo Educação registrou a maior alta (4,01%) dentre os grupos de produtos e serviços pesquisados, seguido dos Transportes (1,11%), enquanto Habitação (-0,51%) e Vestuário (-0,73%) tiveram queda.
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
---|---|---|---|---|
Janeiro | Fevereiro | Janeiro | Fevereiro | |
Índice Geral | 0,39 | 0,38 | 0,39 | 0,38 |
Alimentação e Bebidas | 0,76 | 0,13 | 0,19 | 0,03 |
Habitação | -0,41 | -0,51 | -0,06 | -0,08 |
Artigos de Residência | 0,06 | 0,20 | 0,00 | 0,01 |
Vestuário | 0,36 | -0,73 | 0,02 | -0,04 |
Transportes | 0,86 | 1,11 | 0,16 | 0,20 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 0,41 | 0,34 | 0,05 | 0,04 |
Despesas Pessoais | 0,19 | 0,19 | 0,02 | 0,02 |
Educação | 0,28 | 4,01 | 0,01 | 0,20 |
Comunicação | 0,08 | 0,03 | 0,00 | 0,00 |
No grupo Educação, a alta de 4,01% reflete os reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo, em especial, os aumentos nas mensalidades dos cursos regulares, cujos valores subiram 5,24%. Foi o maior impacto individual no índice do mês (0,16 p.p.), com reajustes variando entre 4,40% (São Paulo) e 8,02% (Goiânia). Os cursos diversos, com impacto de 0,03 p.p., subiram, em média, 3,55%. A maior alta foi registrada no Rio de Janeiro (6,44%).
Além do grupo Educação (4,01%), o IPCA-15 foi pressionado pelo grupo dos Transportes (1,11%) por influência, principalmente, dos combustíveis (2,03%). A gasolina subiu, em média, 1,78%, variando entre -0,33% em Brasília e 7,82% em Salvador. O litro do etanol ficou 3,11% mais caro, oscilando entre 0,35% em Fortaleza e 7,65% em Salvador.
Além dos combustíveis (2,03%), as despesas com Transportes foram pressionadas pelo item ônibus urbano (2,01% e 0,05 p.p.), cuja alta é consequência das variações conforme tabela a seguir.
Região | Variação (%) | Reajuste (%) | Data |
---|---|---|---|
Goiânia | 5,95 | 8,11 | 24/01 |
São Paulo | 3,90 | 5,26 | 07/01 |
Fortaleza | 2,57 | 6,43 | 03/02 |
Rio de Janeiro | 2,06 | 5,88 | 05/02 |
Salvador | 1,78 | 2,78 | 02/01 |
Vale ainda destacar a variação de 1,14% nos ônibus intermunicipais, conforme reajustes apresentados na tabela abaixo; o táxi, cuja alta de 1,65% ocorreu em razão do reajuste nas tarifas no Rio de Janeiro (5,49%), em vigor desde 24 de janeiro; e a queda de 3,47% nas passagens aéreas.
Região | Variação (%) | Reajuste (%) | Data |
---|---|---|---|
Rio de Janeiro | 1,76 | 4,00 | 14/01 |
Belo Horizonte | 0,27 | 3,40 | 01/01 |
São Paulo | 2,64 | * | 16/01 |
Salvador | 1,04 | 2,70 | 03/01 |
* Em São Paulo o reajuste variou entre 3,15% e 4,95%. |
O grupo Alimentação e Bebidas mostrou desaceleração em fevereiro (0,13% e 0,03 p.p.). Em janeiro a taxa havia sido de 0,76%. Os alimentos consumidos em casa variaram, também, 0,13%. Os preços de alguns produtos subiram bastante como o tomate (29,07%), a cenoura (17,96%) e a cebola (10,37%). A batata-inglesa e as carnes vieram com queda, respectivamente, de 3,50% e 0,70% após a alta de 11,70% e 1,53% de janeiro.
Na alimentação fora (0,15%), as áreas variaram de -0,31% na região metropolitana de Recife até a alta de 1,63% na de Salvador.
Assim como em janeiro, o principal impacto negativo no índice (-0,11 p.p.) veio do grupo Habitação (-0,51%) por conta do item energia elétrica (-2,99%). Em 10 das 11 áreas pesquisadas houve quedas, variando dos -5,84% de Goiânia até o -1,90% de Salvador. A única alta foi em Porto Alegre (1,33%), devido ao reajuste de 29,60% na tarifa de uma das concessionárias, em vigor desde 21 de dezembro.
Ainda no grupo Habitação, a taxa de água e esgoto (0,21%) refletiu os reajustes de 5,70% em Fortaleza (4,65%) a partir de 22 de janeiro e de 5,96% em Belém (2,88%), em vigor desde 1º fevereiro.
O aumento do gás encanado (1,23%) é consequência dos reajustes de 2,77%, desde 1º de janeiro, e de 1,74% a partir de 1º de fevereiro, nas tarifas no Rio de Janeiro (2,36%). O gás de botijão apresentou queda de 0,22%, variando entre -8,00% em Salvador e 9,52% em Curitiba. Em 19 de janeiro, a Petrobrás anunciou a redução de 5,00%, nas refinarias, no preço do gás de cozinha vendido em botijões de 13kg.
Quanto aos índices regionais, o mais elevado foi na região metropolitana de Salvador (0,78%) onde se destaca a gasolina (7,82%). O menor índice foi o de Brasília (-0,09%) sob influência da queda de 10,06% nas passagens aéreas. A seguir, tabela com os resultados por região pesquisada.
Região | Peso Regional (%) | Variação Mensal (%) | Variação acumulada (%) | ||
---|---|---|---|---|---|
Janeiro | Fevereiro | Ano | 12 meses | ||
Salvador | 7,35 | 0,12 | 0,78 | 0,90 | 1,77 |
Rio de Janeiro | 12,46 | 0,48 | 0,57 | 1,05 | 2,70 |
São Paulo | 31,68 | 0,52 | 0,39 | 0,91 | 3,81 |
Belém | 4,65 | -0,06 | 0,38 | 0,33 | 0,97 |
Belo Horizonte | 11,23 | 0,35 | 0,38 | 0,73 | 1,61 |
Porto Alegre | 8,40 | 0,45 | 0,37 | 0,82 | 2,78 |
Curitiba | 7,79 | 0,52 | 0,25 | 0,78 | 3,32 |
Recife | 5,05 | 0,34 | 0,21 | 0,55 | 2,87 |
Fortaleza | 3,49 | 0,43 | 0,13 | 0,56 | 1,73 |
Goiânia | 4,44 | 0,21 | 0,13 | 0,34 | 3,65 |
Brasília | 3,46 | 0,03 | -0,09 | -0,06 | 2,75 |
Brasil | 100,00 | 0,39 | 0,38 | 0,77 | 2,86 |
Para o cálculo do IPCA-15 os preços foram coletados no período de 16 de janeiro a 15 de fevereiro de 2018 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de dezembro de 2017 a 15 de janeiro de 2018 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.