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Índice de Preços ao Produtor (IPP) de março fica em 1,93%

05/05/2015 10h30 | Atualizado em 09/08/2017 10h16

 

MARÇO 2015
1,93%
Fevereiro 2015
0,26%
Março 2014
-0,21%
Acumulado em 2015
2,22%
Março 2015 / Março 2014 (acumulado em 12 meses)
4,94%

Em março de 2015, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou 1,93% em comparação com o mês anterior, resultado superior ao alcançado em fevereiro (0,26%) e que é a maior variação da série histórica da pesquisa, que teve início em janeiro de 2010, na comparação mês contra mês anterior. O acumulado em 2015 foi de 2,22% em março, contra 0,29% em fevereiro. O acumulado em 12 meses de março foi de 4,94%.

O IPP mede a evolução dos preços de produtos 'na porta de fábrica', sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na páginawww.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/ipp.

19 das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços

Em março de 2015, 19 das 23 atividades apresentaram variações positivas de preços, contra 17 do mês anterior. As maiores variações observadas em março/fevereiro foram: outros equipamentos de transporte (7,86%), fumo (5,58%), outros produtos químicos (5,56%) e papel e celulose (4,91%). Tiveram maiorinfluência, ou impacto, em março/fevereiro, outros produtos químicos (0,57 p.p.), alimentos (0,35 p.p.), metalurgia (0,21 p.p.) e outros equipamentos de transporte (0,18 p.p.).

O indicador acumulado de 2015 atingiu 2,22%, em março/15, enquanto era de 0,29% em fevereiro/15. Com isso, nos três primeiros meses do ano de 2015, o indicador acumulado já superou o acumulado até setembro de 2014 (2,07%). As maiores variações percentuais no acumulado do ano em março/15 foram: outros equipamentos de transporte (14,14%), fumo (13,62%), papel e celulose (8,85%) e madeira (7,82%). Neste indicador, os setores de maior influência foram: refino de petróleo e produtos de álcool (-0,50 p.p.), alimentos (0,49 p.p.), metalurgia (0,32 p.p.) e papel e celulose (0,31 p.p.).

Na comparação março de 2015/ março de 2014 (acumulado em 12 meses), a variação de preços ocorrida foi de 4,94%, contra 2,74% em fevereiro. Nesta comparação, a taxa de março/15 é a maior desde junho de 2014 (5,01%). As quatro maiores variações de preços ocorreram em outros equipamentos de transporte (24,77%), fumo (22,66%), papel e celulose (16,13%) e calçados e artigos de couro (14,80%). As principais influênciasvieram de alimentos (0,91 p.p.), veículos automotores (0,86 p.p.), metalurgia (0,72 p.p.) e papel e celulose (0,54 p.p.).

Em março de 2015, os preços dos alimentos variaram, em média, 1,77%, maior resultado desde agosto de 2013 (3,20%). Com isso, o setor acumulou variação de 2,51%, taxa positiva que, num mês de março, não ocorria desde 2012 (0,03%). Já na comparação entre março de 2015 e março de 2014, os preços deste ano estiveram 4,57% maiores do que os do mesmo mês do ano anterior. Neste tipo de comparação, esse é o maior resultado desde junho de 2014 (6,56%). Dois produtos são listados tanto como destaque em termos de variação quanto em termos de influência: 'leite esterilizado / UHT / Longa Vida' e 'carnes de bovinos frescas ou refrigeradas'. Todavia, enquanto o impacto do primeiro foi positivo, o do segundo foi negativo. Os outros dois produtos destacados em termos de influência foram 'resíduos da extração de soja' e 'açúcar cristal', ambos com variações de preços positivas, na comparação março de 2015/fevereiro de 2015. Com exceção do 'leite esterilizado / UHT / Longa Vida', os outros três pertencem ao grupo daqueles que têm as maiores contribuições no cálculo do setor. O impacto dos quatro produtos foi de 0,70 p.p. (em 1,77%). Menor oferta, no caso de leite e do açúcar, e câmbio, atrelado a uma maior demanda, no caso da soja, explicam os movimentos dos preços desses produtos. No caso de carnes, apesar do câmbio, as empresas reportaram uma demanda externa em queda, o que justificaria a queda observada no preço do produto.

Os produtos do setor de papel e celulose apresentaram, em março de 2015, um aumento médio de preços ao produtor da ordem de 4,91%, em relação a fevereiro/2015 (2,84%). A variação de março/2015 foi a maior desde o início da pesquisa em janeiro de 2010. Os preços desse setor são influenciados pela desvalorização cambial ocorrida nos três últimos meses. De janeiro/2015 até março/2015, os preços desses produtos acumularam um aumento de 8,85%. Nos últimos 12 meses, o aumento acumulado de preços ao produtor no setor foi de 16,13%. Um ano atrás, em março de 2014, os preços de fabricação de celulose, papel e produtos de papel haviam tido uma variação negativa de - 0,31%. Os quatro produtos que mais influenciaram o aumento de 4,91% do último mês foram 'celulose', 'papel para escrita, impressão e outros usos gráficos, não revestidos de matéria inorgânica', 'papel kraft para embalagem não revestido', e 'cadernos'. Esses quatro produtos foram responsáveis por 4,72 pontos percentuais na variação total do setor.

O setor de refino de petróleo e produtos de álcool, com o resultado de -0,66% observado em março/2015, o terceiro negativo consecutivo nessa comparação, acumulou - 4,43% de variação. Vale dizer que, no acumulado, três variações negativas consecutivas ocorreram apenas em 2012 (janeiro, - 0,58%; fevereiro, - 0,78%; e março, - 0,42%), numa série que, além desses pontos, só teve um outro negativo (abril de 2010, - 0,46%). No acumulado em doze meses, o resultado de março foi de - 3,22%, o segundo negativo consecutivo, numa série (que se iniciou em dezembro de 2010) com um único outro ponto negativo (abril de 2012, - 0,39%). Os destaques, tanto em termos de variação quanto em termos de influência, recaem sobre os mesmos produtos: 'óleos lubrificantes básicos', 'querosenes de aviação', 'álcool etílico (anidro ou hidratado)' e 'gasolina automotiva'. As variações dos preços desses produtos, com exceção de 'querosenes de aviação', foram negativas, e, somadas, a influência deles foi de - 0,45 p.p. em - 0,66%. Os derivados de petróleo tiveram variação de preços condizentes com o ambiente internacional e, no caso do álcool, estoques altos justificam a queda observada no mês.

Em março/2015, os preços de outros produtos químicos variaram 5,56%, primeiro resultado positivo depois de três negativos consecutivos. Vale dizer que essa taxa é a terceira maior entre todas as das indústrias de transformação, abaixo de outros equipamentos de transporte (7,86%) e fumo (5,58%). Com essa variação, o acumulado no ano reverteu o resultado negativo em fevereiro/2015 (-4,84%) para positivo (0,45%). Mesmo assim, na comparação com o mesmo mês de 2014, os preços atuais estão num patamar 1,07% menores do que aqueles. Dos quatro produtos no topo das maiores influências, três estão entre as quatro maiores contribuições no cálculo do setor: 'adubos ou fertilizantes à base de NPK', 'herbicidas para uso na agricultura' e 'etileno (eteno) não-saturado' - o outro produto é 'polipropileno (PP)'. Os oito produtos em destaque tiveram variações positivas de preços, e os quatro de maior influência somaram 3,10 p.p. (em 5,56%). A desvalorização do real e o aumento do preço da energia elétrica estão na base dos aumentos verificados em março.

O Índice de Preços ao Produtor do setor de metalurgia foi a terceira maior influência no aumento de preços total das indústrias em março/2015, comparado com fevereiro, no acumulado de 2015, e no acumulado dos últimos 12 meses. Em março, o setor teve um aumento de 2,55% em relação a fevereiro/2015, cujo aumento contra janeiro havia sido de 0,65%. Com isso, no primeiro trimestre, o setor teve 3,91% de aumento acumulado, e nos últimos 12 meses, 9,19%. Os produtos da Metalurgia que tiveram maior variação em março/2015 foram 'chapas e tiras de alumínio em outras formas'; 'alumínio não ligado em formas brutas'; 'barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre'; e 'ligas de alumínio em formas brutas'. Os três últimos produtos acima, mais 'lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono', devido ao seu grande peso na atividade, exerceram a maior influência no aumento de preços do setor, com 2,51 pontos percentuais. Esses mesmos produtos influenciaram o total de variação acumulada nos últimos 12 meses, no setor. Considerando apenas o período de janeiro a março/2015, os produtos de maior influência foram 'alumínio não ligado em formas brutas'; 'ligas de alumínio em formas brutas'; e 'lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono', com variações positivas, e 'tubos de aço com costura', com variação negativa.

A variação de 0,47% observada no setor de veículos automotores é a menor do ano até o momento e, com ela, o acumulado alcançou 2,63%. Em relação ao acumulado em doze meses, a taxa de março (7,93%) é a maior da série, tendo sido antecedida por uma sequência que contém as sete maiores taxas nessa comparação. O início desses sete pontos foi setembro de 2014, momento em que houve a maior variação mensal (1,69%). Entre os destaques em termos de variação e em termos de influência, apenas 'peças para motor de veículos automotores' pertencem às duas listas. A influência conjunta das variações desse produto e das variações de 'automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência' (única variação negativa entre os mais influentes), 'caminhão-trator para reboques e semi-reboques' e 'carrocerias para ônibus' foi de 0,30 p.p. (em 0,47%). Vale registrar que, dos quatro produtos, apenas 'carrocerias para ônibus' não está entre o de maior contribuição no cálculo do índice setorial e o aumento verificado está atrelado a uma negociação específica, ocorrida nesse mês para mais de uma empresa produtora.

Em março de 2015, os preços do setor de outros equipamentos de transporte apresentaram variação positiva de 7,86% em relação ao mês anterior. O resultado neste indicador é o maior verificado nas indústrias de transformação, com a variação de preços da atividade exercendo a quarta maior influência no indicador global (0,18 p.p.). A taxa acumulada no ano chegou a 14,14% em março, novamente o maior resultado observado nas indústrias de transformação. A variação positiva neste mês é a oitava consecutiva verificada no setor — neste período os preços avançaram 27,7%. Na comparação com o mesmo mês de 2014, verifica-se uma variação positiva de 24,77% nos preços em março de 2015, resultado que também é o maior verificado nas indústrias de transformação. Tanto o indicador mensal quanto os indicadores de mais longo prazo, demonstram aderência com a variação da taxa de câmbio (R$/US$) ao longo do tempo, nesse tocante, destaca-se o impacto do câmbio sobre 'aviões', produto com maior contribuição na composição do índice do setor.

 

Comunicação Social
5 de maio de 2015