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Em junho, produção industrial apresenta estabilidade (0,0%)

01/08/2017 09h00 | Atualizado em 01/08/2017 15h13

Em junho de 2017, a produção industrial nacional mostrou variação nula (0,0%) frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, após dois meses consecutivos de crescimento na produção, período em que acumulou ganho de 2,5%. 

Junho 2017 /Maio 2017

0,0%

Junho 2017 / Junho 2016

0,5%

Acumulado em 2017

0,5%

Acumulado em 12 meses

-1,9%

Média Móvel Trimestral

0,8%

  Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, o total da indústria apontou expansão de 0,5% em junho de 2017, segundo resultado positivo consecutivo, mas menos intenso do que o verificado no mês anterior (4,1%). No índice acumulado nos seis primeiros meses de 2017, o setor industrial acumulou acréscimo de 0,5%. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, com o recuo de 1,9% em junho de 2017, prosseguiu com a redução no ritmo de queda iniciada em junho de 2016 (-9,7%). A publicação completa da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) pode ser acessada aqui. 

Indicadores da Produção Industrial por Grandes Categorias Econômicas
Brasil - Junho de 2017
Grandes Categorias Econômicas Variação (%)
Junho 2017/Maio 2017* Junho 2017/Junho 2016 Acumulado Janeiro-Junho Acumulado nos Últimos 12 Meses
Bens de Capital 0,3 0,3 2,9 1,0
Bens Intermediários 0,1 0,9 -0,1 -2,1
Bens de Consumo -1,1 -0,6 0,9 -2,1
  Duráveis -6,0 5,0 10,0 1,5
  Semiduráveis e não Duráveis -0,5 -1,8 -1,2 -2,9
Indústria Geral 0,0 0,5 0,5 -1,9
  Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria   
    *Série com ajuste sazonal    

De maio para junho, 12 dos 24 ramos industriais tiveram redução

A atividade industrial repetiu em junho de 2017 o patamar registrado em maio último, mas teve predomínio de resultados negativos, já que 12 dos 24 ramos pesquisados apontaram redução na produção. As principais influências negativas foram assinaladas por veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,2%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,7%), com o primeiro devolvendo parte do avanço de 13,0% acumulado nos meses de abril e maio; o segundo intensificando a queda de 7,2% verificada no mês anterior; e o terceiro acumulando perda de 4,0% nos dois últimos meses e eliminando o avanço de 1,8% observado em abril último. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total da indústria vieram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-4,9%), de outros equipamentos de transporte (-6,8%) e de produtos de metal (-2,0%). Por outro lado, entre os nove ramos que ampliaram a produção nesse mês, o desempenho de maior importância para a média global foi assinalado por produtos alimentícios (4,5%), segundo resultado positivo consecutivo, acumulando nesse período expansão de 7,8%. Outros destaques positivos sobre o total nacional vieram de indústrias extrativas (1,3%), de máquinas e equipamentos (2,0%) e de bebidas (1,7%). Vale ressaltar que essas atividades também mostraram taxas positivas em maio último: 0,3%, 2,0% e 1,3%, respectivamente.

Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de consumo duráveis, ao recuar 6,0%, mostrou a queda mais acentuada em junho de 2017 e eliminou parte do avanço de 9,5% acumulado nos meses abril e maio. O setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis (-0,5%) também apontou taxa negativa nesse mês, após crescer 0,9% em maio último, quando interrompeu três meses consecutivos de recuo na produção e acumulou perda de 3,4%. Por outro lado, os segmentos de bens de capital (0,3%) e de bens intermediários (0,1%) assinalaram os resultados positivos em junho de 2017 e marcaram o terceiro mês consecutivo de crescimento na produção, com ganho acumulado de 6,4% e 2,6%, respectivamente.

Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria apontou acréscimo de 0,8% no trimestre encerrado em junho de 2017 frente ao nível do mês anterior e intensificou o ritmo de crescimento frente ao verificado em maio (0,2%). Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens de capital (2,1%) mostrou o avanço mais elevado nesse mês e manteve a trajetória ascendente iniciada em fevereiro último. Os setores produtores de bens de consumo duráveis (0,9%) e de bens intermediários (0,8%) também registraram resultados positivos em junho de 2017, com o primeiro apontando a terceira expansão consecutiva e acumulando nesse período ganho de 2,3%; e o segundo interrompendo o comportamento predominantemente negativo presente desde março último. Por outro lado, o segmento de bens de consumo semi e não-duráveis (-0,1%) apontou o único resultado negativo nesse mês e permaneceu com a trajetória descendente iniciada em março de 2017.

Indústria avançou 0,5% em relação a junho de 2016

Na comparação com junho de 2016, o setor industrial assinalou expansão de 0,5% em junho de 2017, com resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas, 13 dos 26 ramos, 38 dos 79 grupos e 46,1% dos 805 produtos pesquisados. Vale citar que junho de 2017 (21 dias) teve um dia útil a menos do que igual mês do ano anterior (22). Entre as atividades, produtos alimentícios (7,2%) exerceu a maior influência positiva na formação da média da indústria, impulsionada, em grande parte, pelos itens açúcar cristal e VHP. Outras contribuições positivas relevantes sobre o total nacional vieram de indústrias extrativas (4,5%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (6,6%), de máquinas e equipamentos (5,8%), de produtos do fumo (30,0%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (10,9%) e de celulose, papel e produtos de papel (5,1%). Por outro lado, ainda na comparação com junho de 2016, entre as 12 atividades que apontaram redução na produção, as principais influências no total da indústria foram registradas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-5,3%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-18,7%), outros produtos químicos (-6,5%), outros equipamentos de transporte (-22,4%), impressão e reprodução de gravações (-33,1%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-10,7%) e produtos de minerais não-metálicos (-4,6%).

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de consumo duráveis (5,0%) assinalou, em junho de 2017, a expansão mais acentuada entre as grandes categorias econômicas. Os segmentos de bens intermediários (0,9%) e de bens de capital (0,3%) também mostraram resultados positivos nesse mês. Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis, com redução de 1,8%, apontou a única taxa negativa.

O segmento de bens de consumo duráveis avançou 5,0% no índice mensal de junho de 2017, oitava taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação, mas menos elevada do que a observada em maio último (20,8%). Nesse mês, o setor foi particularmente impulsionado pelo crescimento na fabricação de automóveis (11,3%) e de eletrodomésticos da “linha marrom” (16,7%). Por outro lado, motocicletas (-28,0%), eletrodomésticos da “linha branca” (-1,8%), outros eletrodomésticos (-10,6%) e móveis (-1,6%) apontaram os impactos negativos mais importantes.

O setor produtor de bens intermediários cresceu 0,9% em junho de 2017, segunda taxa positiva consecutiva, mas com expansão menos acentuada do que a verificada em maio último (2,9%). O resultado desse mês foi explicado, principalmente, pelos avanços nos produtos associados às atividades de produtos alimentícios (16,4%), de indústrias extrativas (4,5%), de celulose, papel e produtos de papel (5,9%), de máquinas e equipamentos (7,6%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (2,2%), de produtos de borracha e de material plástico (1,9%) e de produtos têxteis (2,6%), enquanto as pressões negativas foram registradas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-10,5%), outros produtos químicos (-6,5%), produtos de minerais não-metálicos (-4,7%) e produtos de metal (-2,5%). Ainda nessa categoria econômica, vale citar também os resultados negativos assinalados pelos grupamentos de insumos típicos para construção civil (-6,0%), que marcou o quadragésimo recuo consecutivo nesse tipo de comparação; e de embalagens (-1,0%), que permaneceu pelo terceiro mês seguido com queda na produção.

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, o segmento de bens de capital mostrou variação positiva de 0,3% em junho de 2017, após crescer 8,1% em maio último. Na formação do índice desse mês, o segmento foi influenciado pelos avanços observados na maior parte dos seus grupamentos, com destaque para as expansões vindas de bens de capital para uso misto (11,1%) e para construção (23,0%). As demais taxas positivas foram registradas por bens de capital agrícola (0,7%) e para fins industriais (0,4%). Por outro lado, os impactos negativos foram assinalados pelos grupamentos de bens de capital para energia elétrica (-12,1%) e para equipamentos de transporte (-1,6%).

A produção de bens de consumo semi e não-duráveis recuou 1,8% em junho de 2017, após registrar expansão de 1,7% em maio último. O desempenho nesse mês foi explicado, em grande parte, pela queda observada no grupamento de não-duráveis (-7,9%), pressionado, principalmente, pela menor produção de medicamentos. Os subsetores de semiduráveis (-2,3%) e de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-0,9%) também assinalaram resultados negativos nesse mês. Por outro lado, o grupamento de carburantes (6,5%) apontou a única taxa positiva nessa categoria, impulsionado pela maior produção de álcool etílico e gasolina automotiva.

Indústria varia 0,2% no segundo trimestre de 2017

Em bases trimestrais, o setor industrial, ao avançar 0,2% no segundo trimestre de 2017, manteve o comportamento positivo registrado nos três primeiros meses do ano (1,0%), quando interrompeu onze trimestres consecutivos de taxas negativas nesse tipo de confronto. A diminuição no ritmo de produção verificada no total da indústria na passagem do primeiro (1,0%) para o segundo trimestre (0,2%), ambas as comparações contra iguais períodos do ano anterior, foi observada em três das quatro grandes categorias econômicas, com destaque para bens de capital (de 4,8% para 1,2%) e bens de consumo semi e não-duráveis (de 0,5% para -2,9%). O setor produtor de bens de consumo duráveis (de 11,1% para 9,0%) também apontou redução na intensidade de crescimento entre os dois períodos, enquanto bens intermediários (de -0,3% para 0,2%) mostrou ligeiro ganho de dinamismo e interrompeu quatorze trimestres seguidos de resultados negativos.

Indústria avança 0,5% no primeiro semestre de 2017

No índice acumulado para janeiro-junho de 2017, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial mostrou acréscimo de 0,5%, com resultados positivos em duas das quatro grandes categorias econômicas, 13 dos 26 ramos, 41 dos 79 grupos e 51,1% dos 805 produtos pesquisados. Entre as atividades, veículos automotores, reboques e carrocerias (11,7%) e indústrias extrativas (6,0%) exerceram as maiores influências positivas na formação da média da indústria, impulsionadas, em grande parte, pelos itens automóveis, veículos para transporte de mercadorias, caminhão-trator e autopeças, na primeira; e minérios de ferro, óleos brutos de petróleo e gás natural, na segunda. Outras contribuições positivas relevantes sobre o total nacional vieram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (18,6%), de metalurgia (3,6%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (5,1%) e de máquinas e equipamentos (2,4%). Por outro lado, entre as treze atividades que apontaram redução na produção, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-7,6%) e produtos alimentícios (-2,2%) assinalaram as maiores contribuições negativas no total da indústria, pressionadas, em grande parte, pelos itens óleo diesel e álcool etílico, na primeira; e açúcar cristal e VHP, sorvetes, picolés, carnes de bovinos congeladas, sucos concentrados de laranja e rações, na segunda. Vale destacar também os resultados negativos vindos de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,4%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-6,8%), de outros equipamentos de transporte (-11,6%), de produtos de minerais não-metálicos (-3,9%) e de impressão e reprodução de gravações (-14,2%).

Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os seis primeiros meses de 2017 mostrou maior dinamismo para bens de consumo duráveis (10,0%) e bens de capital (2,9%), impulsionadas, em grande parte, pela ampliação na fabricação de automóveis (17,1%) e eletrodomésticos (11,2%), na primeira; e de bens de capital agrícola (19,6%), para construção (23,8%) e para uso misto (11,5%), na segunda. Vale destacar, nos dois grandes grupamentos, a influência da baixa base de comparação, uma vez que no período janeiro-junho de 2016 esses segmentos apontaram recuos de 22,2% e de 18,8%, respectivamente. Por outro lado, os setores produtores de bens de consumo semi e não-duráveis (-1,2%) e de bens intermediários (-0,1%) assinalaram as taxas negativas no índice acumulado de 2017, pressionadas, especialmente, pela redução na fabricação de produtos associados às atividades de produtos alimentícios (carnes de bovinos congeladas, frescas ou refrigeradas, sucos concentrados de laranja, sorvetes e picolés), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (medicamentos) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (álcool etílico), na primeira; e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleos diesel), na segunda.