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Índice de Preços ao Produtor (IPP) varia -0,21% em junho

27/07/2017 09h00 | Atualizado em 27/07/2017 14h15

O Índice de Preços ao Produtor teve variação de -0,21% em junho em comparação com o mês anterior, abaixo dos 0,10% registrados em maio. Entre as 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação, 15 apresentaram variações positivas de preços, mesma quantidade do mês anterior. O acumulado no ano ficou em -0,30%, contra -0,08% de maio. O acumulado em 12 meses foi de 1,52%, contra 2,24% de maio.

PERÍODO

TAXA

Junho 2017

-0,21%

Maio 2017

0,10%

Junho 2016

0,50%

    Acumulado em 2017

-0,30%

   Acumulado 12 meses

1,52%

O Índice de Preços ao Produtor teve variação de -0,21% em junho em comparação com o mês anterior, abaixo dos 0,10% registrados em maio. Entre as 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação, 15 apresentaram variações positivas de preços, mesma quantidade do mês anterior. O acumulado no ano ficou em -0,30%, contra -0,08% de maio. O acumulado em 12 meses foi de 1,52%, contra 2,24% de maio.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange informações por grandes categorias econômicas, ou seja, bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis e semiduráveis e não duráveis). A publicação completa do IPP pode ser acessada aqui.

Indústria Geral e Seções Variações (%)
M/M-1 Acumulado Ano M/M-12
ABR/17 MAI/17 JUN/17 ABR/17 MAI/17 JUN/17 ABR/17 MAI/17 JUN/17
Indústria Geral -0,11 0,10 -0,21 -0,19 -0,08 -0,30 3,06 2,24 1,52
B - Indústrias Extrativas 1,72 -11,02 -6,22 1,94 -9,30 -14,94 33,20 6,42 1,17
C - Indústrias de Transformação -0,18 0,54 -0,01 -0,27 0,27 0,26 2,17 2,11 1,53
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria        

Em junho de 2017, a variação de preços de -0,21% frente a maio repercutiu da seguinte maneira entre as Grandes Categorias Econômicas: 0,88% em bens de capital; -0,36% em bens intermediários; e -0,24% em bens de consumo, sendo que -0,01% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e -0,32% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Do resultado da indústria geral, -0,21%, a influência das Grandes Categorias Econômicas foi a seguinte: 0,08 p.p. de bens de capital, -0,20 p.p. de bens intermediários e -0,09 p.p. de bens de consumo. No caso de bens de consumo, -0,09 p.p. se deveu às variações de preços observadas nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis com influência nula devida aos bens de consumo duráveis.

Na perspectiva do acumulado no ano (mês atual contra dezembro do ano anterior), as variações de preços da indústria acumularam, até junho, variação de -0,30%, sendo 2,01% a variação de bens de capital (com influência de 0,17 p.p.), -0,07% de bens intermediários (-0,04 p.p.) e -1,20% de bens de consumo (-0,43 p.p.). No último caso, este resultado foi influenciado em 0,25 p.p. pelos produtos de bens de consumo duráveis e -0,68 p.p., pelos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Na taxa anual, a variação de preços da indústria alcançou, em junho, 1,52%, com as seguintes variações: bens de capital, 3,07% (0,26 p.p.); bens intermediários, 1,05% (0,59 p.p.); e bens de consumo, 1,88% (0,66 p.p.), sendo que a influência de bens de consumo duráveis foi de 0,41 p.p. e a de bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 0,26 p.p.

Indústria Geral e Seções Variações (%)
M/M-1 Acumulado Ano M/M-12
ABR/17 MAI/17 JUN/17 ABR/17 MAI/17 JUN/17 ABR/17 MAI/17 JUN/17
Indústria Geral -0,11 0,10 -0,21 -0,19 -0,08 -0,30 3,06 2,24 1,52
Bens de Capital (BK) 0,10 0,69 0,88 0,43 1,12 2,01 0,37 1,45 3,07
Bens Intermediários (BI) -0,28 -0,27 -0,36 0,56 0,29 -0,07 3,67 2,16 1,05
Bens de consumo(BC) 0,12 0,56 -0,24 -1,51 -0,95 -1,20 2,77 2,57 1,88
Bens de consumo duráveis (BCD) 0,43 1,56 -0,01 1,49 3,07 3,06 3,92 5,05 4,96
Bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) 0,02 0,25 -0,32 -2,40 -2,15 -2,47 2,42 1,82 0,95
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria        

15 das 24 atividades industriais tiveram aumento de preços

Em junho/2017, 15 das 24 atividades apresentaram variações positivas de preços, mesma quantidade do mês anterior.

As quatro maiores variações observadas em junho/2017 se deram entre os produtos compreendidos nas seguintes atividades industriais: indústrias extrativas (-6,22%), papel e celulose (3,39%), refino de petróleo e produtos de álcool (-2,14%) e  fumo (2,00%).

Em termos de influência, na comparação entre junho/2017 e maio/2017 (-0,21%), sobressaíram refino de petróleo e produtos de álcool (-0,22 p.p.), indústrias extrativas (-0,21 p.p.), papel e celulose (0,12 p.p.) e alimentos (-0,09 p.p.).

Em junho/2017, o indicador acumulado no ano (junho/2017 contra dezembro de 2016) atingiu -0,30%, contra -0,08% em maio/2017. Entre as atividades que, em junho/2017, tiveram as maiores variações percentuais na perspectiva deste indicador sobressaíram: indústrias extrativas (-14,94%), metalurgia (7,24%), minerais não-metálicos (-6,76%) e papel e celulose (6,17%).

Neste indicador, os setores de maior influência foram: alimentos (-1,01 p.p.), indústrias extrativas (-0,54 p.p.), metalurgia (0,53 p.p.) e veículos automotores (0,31 p.p.).

A seguir, os setores que estavam entre as quatro maiores influências em junho de 2017, nas três comparações: mensal, acumulada no ano e acumulada em 12 meses.

Indústrias extrativas: no mês de junho deste ano, os preços do setor apresentaram variação de -6,22%, em relação a maio. Esta foi a maior variação registrada para o indicador no mês, com influência significativa (-0,21 p.p) sobre o indicador da indústria geral (-0,21%).

O acumulado do ano ficou em -14,94%, sendo a principal queda registrada entre as atividades pesquisadas, no período. A variação acumulada no ano pelas indústrias extrativas se destacou como a segunda influência sobre o indicador geral da indústria (-0,54 p.p. em -0,30%).

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, observou-se variação de 1,17%.

Entre os produtos com impacto na influência sobre os indicadores do mês, destacou-se o produto “minérios de ferro”.

Alimentos: em junho de 2017, a variação média de preços do setor foi de -0,42%, quinto resultado negativo no ano, o que contribuiu para o resultado no acumulado do ano em -4,71%. Na comparação anual, a variação de -2,12% entre junho de 2017 e junho de 2016 é a menor desde o início da pesquisa.

Além de estar entre os setores de maior contribuição no cálculo do índice, o destaque dado neste mês se deveu justamente aos acumulados no ano e em 12 meses, cujas influências no resultado final da pesquisa foram a maior no ano (-1,01 p.p. em -0,30%) e o maior resultado negativo no índice que mede a evolução nos últimos 12 meses, igual -0,45 p.p. em 1,52%.

Entre os produtos destacados, apenas um aparece tanto em termos de variação quanto de influência (“leite esterilizado/UHT/longa vida”). No caso da influência temos ainda o “açúcar cristal” e as “carnes e miudezas de aves congeladas” com resultados negativos e o “óleo de soja em bruto, mesmo degomado” com influência positiva.

Estes quatro produtos, que representam as variações mais influentes, as mesmas tiveram um impacto de -0,47 p.p. na variação de -0,42%, portanto, coube aos demais 39 produtos a influência positiva observada de 0,05 p.p..

Os preços declinantes do açúcar estão em linha com o início da safra, mas refletem também a tendência observada no mercado externo.

Em relação aos resultados acumulados nos últimos 12 meses é imprescindível citar o movimento dos produtos derivados da soja, em especial os “resíduos da extração de soja”, os quais representam juntos quase 25% do peso da atividade e que são atrelados ao mercado externo e a cotação do dólar (desvalorização frente ao real em 3,8% nos últimos 12 meses); sendo este grupo o maior responsável pela variação dos preços da atividade nos 12 meses de -2,12%.

Refino de petróleo e produtos de álcool: em junho os preços do setor apresentaram variação de -2,14%, na comparação com o mês imediatamente anterior – quarta variação negativa registrada nos seis primeiros meses do ano. Com a terceira maior contribuição (peso) para o cômputo do índice da indústria geral, a variação de preços do setor, que foi a terceira maior taxa absoluta registrada nas indústrias extrativas e de transformação, exerceu a principal influência para o resultado geral na comparação com o mês anterior (-0,22 p.p.).

Destacam-se como principais influências para o resultado setorial no mês os menores preços de “Álcool etílico (anidro ou hidratado)”, “Gasolina automotiva”, “Naftas” e “Óleo diesel e outros óleos combustíveis”.

Esse movimento de redução nos preços do setor se deve em grande medida à nova política interna de preços na classe dos produtos refinados do petróleo, responsável pelos menores preços destes e cuja competição com o álcool no mercado de combustíveis, por sua vez, corroborou o impacto de uma maior disponibilidade de insumos sobre os preços deste produto (“efeito safra”).

No ano, o setor acumulou variação de -1,81% nos preços, revertendo o sinal da taxa verificada em maio. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior os preços da atividade apresentaram variação de 0,86%.

Outros produtos químicos: a indústria química registrou no mês de junho uma variação positiva de preços de 0,82% em relação ao mês de maio, sendo a oitava variação positiva nos últimos dez meses, o que gerou uma variação acumulada de preços no ano de 3,00%, mas que não foi suficiente para reverter a queda de preços de -1,86% acumulada nos últimos 12 meses. A redução de preços da atividade, em uma análise de longo prazo, é também verificada quando comparamos a variação entre dezembro de 2013 (mês base da pesquisa) e outubro de 2015, variação de preços média de 17,48% (pico da série quando fazemos a análise pelos números-índice), enquanto entre outubro de 2015 e junho de 2017 houve uma queda de preços de 12,62%.

O cenário da indústria química, especialmente dos produtos petroquímicos básicos e intermediários para plastificantes, resinas e fibras, é ligado aos valores internacionais, aos custos associados à energia elétrica e à importação de produtos, especialmente os ligados aos produtos intermediários para fertilizantes. A cotação do dólar (depreciação da moeda americana frente ao real de 3,8% nos últimos 12 meses) e os preços da nafta, produto que neste mês foi destaque tanto em variação quanto em influência devido a sua redução de preços.

Interessante ressaltar que os quatro produtos de maior influência no mês contra mês imediatamente anterior representaram um resultado positivo em 0,76 p.p. no resultado do mês, ou seja, os demais 28 produtos contribuíram com o restante para chegar ao 0,82% de variação no mês.

Metalurgia: ao comparar os preços de junho de 2017 contra maio de 2017, houve uma variação negativa igual a -0,70%, primeiro resultado negativo no ano. Desta forma, o setor acumulou no ano 7,24% e nos últimos 12 meses uma variação de 13,30%, em ambos os casos, as maiores variações positivas de preços no índice entre todas as 24 atividades analisadas. Em junho de 2016, a situação era oposta, o setor metalúrgico apresentava no acumulado em 12 meses a menor variação positiva entre todas as atividades, com 0,02%.

 Em relação aos produtos que mais influenciaram os resultados no mês contra mês anterior, aparecem três dos quatro produtos de maior peso na atividade, sendo que o produto “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aço ao carbono” teve influência positiva e “bobinas a frio de aços ao carbono, não revestidos” e “bobinas a quente de aços ao carbono, não revestidas” tiveram influência negativa.

 Entre os 22 produtos selecionados para a pesquisa, os quatro produtos com destaque na análise de influências na comparação com o mês anterior representaram -0,62 p.p. da variação no mês, ou seja, os demais 18 produtos influenciaram em -0,08 p.p.

Considerando as principais influências na análise de acumulado no ano e em 12 meses, os quatro produtos em destaque são comuns e também representam os  produtos com maior peso na atividade: “alumínio não ligado em formas brutas”, “bobinas a quente de aços ao carbono, não revestidas”, “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono” e “bobinas a frio de aços ao carbono, não revestidos”, todos eles com resultados positivos.

O comportamento do setor é influenciado pela combinação dos resultados dos grupos siderúrgicos (ligado aos produtos de aço) e do grupo de materiais não ferrosos (cobre e alumínio), os quais por sua vez apresentam comportamentos bastante diferentes. O primeiro grupo, ligado ao setor siderúrgico, apesar de afetado pelo excedente de capacidade de aço no mundo, retração do mercado e da flutuação dos preços do minério de ferro, tem conseguido uma recuperação de preços, já o segundo costuma apresentar seus resultados ligados às cotações das bolsas internacionais e à apreciação do real.

Veículos automotores: em junho, a variação observada no setor foi de 0,12%, quando comparada com o mês imediatamente anterior. Esta foi a décima primeira variação positiva seguida da atividade, que vem exibindo resultados positivos no indicador comparado ao mês anterior desde agosto de 2016. Com isso, a variação acumulada no ano alcançou 2,90%. A título de comparação, em junho de 2016, o acumulado era de 1,36%. Nos últimos 12 meses, o setor acumulou uma variação de 5,47%, maior resultado para este indicador desde fevereiro de 2016.

Além de ser um dos setores de maior peso no cálculo do indicador geral (atrás apenas do setor de alimentos), a atividade de veículos automotores também se destacou, dentre todos os setores pesquisados, em outros três indicadores: apresentou a terceira maior variação acumulada nos últimos 12 meses; a quarta maior influência na variação acumulada no ano (0,31 p.p. em -0,30%); e a segunda maior influência na variação acumulada nos últimos 12 meses (0,58 p.p. em 1,52%).

Entre os quatro produtos de maior influência no indicador de mês contra mês anterior, três deles tiveram impacto positivo no índice (“caminhão-trator para reboques e semirreboques”, “carrocerias para ônibus” e “peças para motor de veículos automotores”). Apenas um produto dentre os de maior influência impactou negativamente o indicador: “automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência” (justamente o de maior peso na atividade, freando uma maior variação média de preços no setor). A influência desses quatro produtos que mais impactaram a variação mensal foi de 0,15 p.p. em 0,12%, ou seja, os demais 21 produtos da atividade contribuíram com -0,03 p.p.

Em relação ao indicador acumulado em 12 meses, os quatro produtos de maior influência neste índice o impactaram positivamente, sendo que apenas dois são comuns entre os indicadores: “automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência” e “carrocerias para ônibus”. Os outros produtos foram: “caminhão diesel com capacidade superior a 5t” e “chassis com motor para ônibus ou para caminhões”.

  

Comunicação Social
27 de julho de 2017