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Censo 2022

Banco de Nomes do IBGE tem mais de cinco milhões de acessos na primeira semana

Editoria: IBGE | Ana Paula Davim e Lorenzo Mello

12/11/2025 15h00 | Atualizado em 12/11/2025 15h44

Em uma semana, nova edição do Nomes no Brasil ultrapassa cinco milhões de acessos e amplia sucesso da ferramenta criada em 2016

Lançamento do novo Nomes no Brasil ocorreu na Casa Brasil IBGE no Rio de Janeiro, com exposição especial - Foto: Pablo Félix

Em uma semana desde o lançamento, em 4 de novembro, o novo site Nomes no Brasil bateu recorde e alcançou o dobro do número de acessos obtidos no mês de lançamento da primeira edição, em 2016. Repetindo a proposta de catalogar os primeiros nomes, a atualização incluiu dados de sobrenome coletados no Censo Demográfico 2022 e acrescentou funcionalidades como “Nomes no Mundo”, curiosidades e jogos temáticos. Foram registrados mais de cinco milhões de acessos só nos primeiros dias.

"O Nomes no Brasil é um produto poderoso de comunicação para o IBGE, aproximando a instituição do público-geral, mostrando que o trabalho que a gente faz é importante e diz respeito à vida de todos, independente da aparente complexidade dos números que costumamos divulgar”, comentou Tarsus Magnus, um dos desenvolvedores que compõem a equipe responsável pelo site.

 

Salto nos acessos

 Além do próprio banco de nomes, o crescimento nos acessos de outros produtos do IBGE também se repetiu, assim como no lançamento, em 2016: “É uma ferramenta que serve como porta de entrada para outros produtos e dados do IBGE. Não é à toa que o portal principal do IBGE, durante a semana de lançamento do Nomes no Brasil, teve o dobro dos acessos que geralmente costuma ter”, apontou Rodrigo Rego, gerente de Inovação e Desenvolvimento e responsável pelo projeto.

A entrada de novos usuários é considerada um dos resultados importantes do projeto, de acordo com o Coordenador de Experiências e Serviços On-Line, Roberto Stoeterau: “Um dos maiores desafios do IBGE hoje em dia é a rejeição que os pesquisadores enfrentam na coleta de dados junto à população. Iniciativas como o projeto ‘Nomes no Brasil’ aproximam o cidadão das informações divulgadas pelo instituto”.

Para atender a demanda inesperada que ocorreu no lançamento da primeira edição, a equipe técnica responsável precisou desenvolver soluções para balancear a carga de acessos e garantir que todos os serviços do IBGE continuassem no ar. “Nesta nova edição, testamos a infraestrutura previamente para identificar os gargalos de processamento, dimensionamos os recursos com base em experiências anteriores e otimizamos a armazenagem de dados da aplicação”, explicou o gerente de Infraestrutura e Serviços Web, Augusto Mendonça.

O interesse no banco de dados também refletiu nas redes sociais, tornando-se “trend” nas publicações de usuários brasileiros, que republicaram os resultados das buscas dos nomes e suas curiosidades. Apenas no perfil oficial do IBGE no Instagram, os conteúdos produzidos com base no novo Nomes no Brasil tiveram mais de 650 mil visualizações.

 

Parte da equipe técnica responsável pelo novo Nomes no Brasil - Foto: Adriano Monteiro

 

Histórico

 Até o Censo Demográfico 2010, o campo de “nome” do formulário não era um dado utilizado para a produção de estatísticas. Em 2016, técnicos do IBGE perceberam a possibilidade de utilizar os dados para a criação de um ranking com os primeiros nomes mais comuns da população brasileira recenseada. A partir do cruzamento da incidência geográfica, do período de nascimento e do gênero declarado pelos informantes, mais informações passaram a ser disponibilizadas.

No questionário do Censo 2022, os campos de nome e sobrenome foram separados, para aumentar a qualidade dos dados coletados. A mudança permitiu a ampliação do banco de dados do Nomes no Brasil, que passou a explorar os sobrenomes a partir dos resultados do Censo Demográfico. Para a coordenadora técnica do Censo Demográfico, Giulia Scappini, “conhecer os nomes e sobrenomes é conhecer nossas mais variadas origens, trajetórias familiares e transformações culturais que atravessam o tempo e o território”. “É um produto que dialoga com a história de toda a população brasileira e, por isso, desperta tanta curiosidade”, resume.

O diretor-adjunto do Centro de Documentação e Disseminação de Informações, Leandro Albertini, analisa o sucesso da plataforma: “Essa base sempre despertou uma enorme curiosidade nas pessoas, atraindo desde o público infantojuvenil até os mais idosos, e a possibilidade de pesquisar também o próprio sobrenome impulsionou ainda mais esse interesse. Os recursos que permitem analisar tendências históricas e geográficas dos nomes e as demais funcionalidades implementadas fazem a ferramenta ser o sucesso que é, um produto valioso tanto para pesquisadores quanto para momentos de descoberta em família”.

 

Da escola à academia

O banco de nomes disponibilizado pelo IBGE é considerado por profissionais da Linguística uma das principais fontes para obtenção de dados onomásticos antroponímicos, isto é, de nomes de pessoas. Para a doutora em Linguística e professora da Universidade de São Paulo (USP), Patrícia Carvalhinhos, a atualização da ferramenta foi motivo de celebração entre os pesquisadores da área. “Entender a incidência de nome e sobrenome em uma população é um caminho para a gente entender não apenas essa população em si, mas também a cultura e a própria dinâmica dessa sociedade, seja em um momento sincrônico, seja ao longo de vários períodos, e a ferramenta tem isso”, explica.

A gerente substituta do IBGEeduca, Agláia Tavares, ressalta também o uso pedagógico que o banco de nomes proporciona: “O site Nomes do Brasil é uma ótima ferramenta para fins educacionais por conta de sua linguagem acessível e conteúdo lúdico, favorecendo o engajamento infantil no aprendizado de conceitos básicos de estatística, principalmente por humanizar os dados”. “Além disso, o site está alinhado à Base Nacional Curricular Comum, pois está prevista a aprendizagem de estatística e probabilidade dentro da disciplina Matemática na Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental”, conclui.