Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

IPCA

Energia elétrica segue em alta e inflação é de 0,26% em julho

Editoria: Estatísticas Econômicas | Irene Gomes

12/08/2025 09h00 | Atualizado em 12/08/2025 09h05

Energia elétrica residencial acumula alta de 10,18% de janeiro a julho, maior variação para o período desde 2018 (13,78%) - Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias

A inflação do país foi de 0,26% em julho, subindo 0,02 ponto percentual em relação a junho (0,24%). O resultado mensal novamente foi influenciado pela energia elétrica residencial, que registrou o maior impacto individual no índice (0,12 p.p.), assim como nos meses de maio (0,14 p.p. em 0,26%) e junho (0,12 p.p. em 0,24%).  No ano, a inflação acumulada é de 3,26% e, nos últimos 12 meses, de 5,23%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado hoje (12) pelo IBGE.

“De janeiro a julho, energia elétrica residencial acumula uma alta de 10,18%, destacando-se como o principal impacto individual (0,39 p.p.) no resultado acumulado do IPCA (3,26%). Esta variação (10,18%) é a maior para o período janeiro a julho desde 2018 quando o acumulado foi de 13,78%.”, destaca Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.

Em julho, manteve-se a bandeira tarifária vermelha patamar 1, vigente desde junho, que adiciona R$4,46 na conta de luz a cada 100 KWh consumidos. Além disso, a alta reflete o reajuste de 13,97% em uma das concessionárias em São Paulo (10,56%), vigente desde 04 de julho; 1,97% em Curitiba (2,47%), desde 24 de junho; 14,19% em uma das concessionárias de Porto Alegre (1,48%), a partir de 19 de junho, além da redução de 2,16% nas tarifas de uma das concessionárias do Rio de Janeiro (0,71%), a partir de 17 de junho.

“Sem a contribuição da energia elétrica, o resultado do IPCA de julho ficaria em 0,15%”, informou o gerente.

 

Ainda no grupo Habitação (0.91% e 0,14 p.p.), houve reajustes na taxa de água e esgoto (0,13%) em algumas áreas: 4,97% em Salvador (2,16%) a partir de 18 de julho; 9,88% em Brasília (0,57%) a partir de 1º de junho; e 4,76% em Rio Branco (0,14%) desde 1º de maio, este outorgado de forma escalonada entre os meses de maio e junho.

Pelo lado das altas, o grupo Despesas pessoais (0,76 % e 0,08 p.p.) teve a segunda maior variação e impacto no mês de julho. A alta foi impulsionada pelo reajuste, a partir de 9 de julho, nos jogos de azar (11,17% e 0,05 p.p.), subitem que registrou o terceiro maior impacto individual no índice.

O grupo Transportes acelerou de junho (0,27% e 0,05 p.p.) para julho (0,35% e 0,07 p.p.), impulsionado pela alta nas passagens aéreas (19,92%), que registraram o segundo maior impacto individual na inflação de julho (0,10 p.p.). Os combustíveis, por sua vez, recuaram 0,64% em julho com quedas nos preços do etanol (-1,68%), do óleo diesel (-0,59%), da gasolina (-0,51%) e do gás veicular (-0,14%).

O gerente destacou que “o grupamento dos combustíveis registrou queda nos preços pelo quarto mês consecutivo. Em junho, houve redução no preço da gasolina nas refinarias.”

O grupo também sofreu influência da gratuidade concedida aos domingos e feriados no metrô (0,16%), em Brasília (2,80%), e no ônibus urbano (0,46%), em Brasília (2,80%) e Belém (6,68%), além da redução de tarifa aos domingos e feriados em Curitiba (2,94%). O táxi (0,21%) incorporou o reajuste médio de 8,71% nas tarifas em Belo Horizonte (2,05%), a partir de 7 de junho.

Em Saúde e cuidados pessoais (0,45% e 0,06 p.p.), destacam-se as altas nos itens de higiene pessoal (0,98%) e no plano de saúde (0,35%), este último refletindo a incorporação dos reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Pelo lado das quedas, destacam-se os grupos Alimentação e bebidas (-0,27% e -0,06 p.p.) e Vestuário (-0,54% e -0,03 p.p.).  

O grupo Alimentação e bebidas ficou negativo pelo segundo mês consecutivo (em junho, a variação foi de -0,18%). A queda em julho foi puxada pela alimentação no domicílio (-0,69%), com destaque para batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%). Já a alimentação fora do domicílio acelerou de 0,46% em junho para 0,87% em julho, com destaque para o subitem lanche, que subiu de 0,58% em junho para 1,90% em julho.

“Com a queda de alimentos importante na cesta de consumo das famílias, o resultado do IPCA no mês ficou em 0,26%. Sem a contribuição dos alimentos, a inflação seria de 0,41%. As altas no grupamento de alimentação fora do domicílio refletem o período de férias”, explica o gerente

No Vestuário, destacam-se as quedas na roupa feminina (-0,98%) e na roupa masculina    (-0,87%).

As demais variações e impactos no IPCA de junho foram: Artigos de residência (0,09% e 0,0 p.p.), Educação (0,02% e 0,0,p.p.) e Comunicação (-0,09% e 0,0 p.p).

No agregado especial de serviços, o IPCA acelerou de 0,40% em junho para 0,59% em julho, e o agregado de preços monitorados, ou seja, controlados pelo governo, acelerou de 0,60% para 0,67%.

Segundo Fernando, “nos serviços, destaca-se a influência da passagem aérea, segundo maior impacto individual no índice do mês (0,10 p.p.), e, nos monitorados, sobressaem a energia elétrica e os jogos de azar, que subiram 11,17% em julho.”

Quanto aos índices regionais, São Paulo apresentou a maior variação (0,46%) por conta da passagem aérea (13,56%) e da energia elétrica residencial (10,56%). A menor variação ocorreu em Campo Grande (-0,19%) em razão da queda na batata-inglesa (-33,84%) e na energia elétrica residencial (-1,39%).

INPC tem alta de 0,21% em julho  

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor teve alta de 0,21% em julho. No ano, o acumulado é de 3,30% e, nos últimos 12 meses, de 5,13%, abaixo dos 5,18% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2024, a taxa foi de 0,26%.

Os produtos alimentícios passaram de -0,19% em junho para -0,38% em julho. A variação dos não alimentícios passou de 0,37% em junho para 0,41% em julho.

Quanto aos índices regionais, a maior variação (0,56%) ocorreu em São Paulo por conta da energia elétrica residencial (10,61%) e do conserto de automóvel (2,94%). A menor variação ocorreu em Campo Grande (-0,27%) em razão da queda na batata-inglesa (-33,84%) e na energia elétrica residencial (-1,37%).

Mais sobre as pesquisas

O IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, enquanto o INPC, as famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju. Acesse os dados no Sidra. O próximo resultado do IPCA, referente a agosto, será divulgado em 10 de setembro.