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Censo 2022

Censo 2022: IBGE divulga características dos quilombolas e inaugura quarta unidade da Casa Brasil IBGE em Juiz de Fora (MG)

Editoria: IBGE | Breno Siqueira

09/05/2025 16h28 | Atualizado em 09/05/2025 16h32

Equipe técnica divulgou as principais características das pessoas e dos domicílios da população quilombola - Foto: Twin Alvarenga/UFJF

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (9), às 10 horas, os dados referentes ao Censo Demográfico 2022: Quilombolas - Principais características das pessoas e dos domicílios, por situação urbana ou rural do domicílio, com resultados do universo. A coletiva pública foi realizada no Centro de Ciências da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), no Campus da Universidade, em Juiz de Fora (MG). A divulgação contou com a presença de 300 pessoas no local, entre elas professores, estudantes, autoridades, servidores do IBGE e convidados, e foi transmitida pelo IBGE Digital e pelas redes sociais do Instituto. Assista aqui o vídeo.

Grupo de mulheres da comunidade do Quilombo do Paiol fez parte da apresentação cultural do evento - Foto: Twin Alvarenga/UFJF

Antes da realização da coletiva pública dos resultados, o IBGE inaugurou, às 9 horas, no Centro de Ciências da UFJF a quarta unidade da Casa Brasil IBGE, na cidade de Juiz de Fora (MG), um espaço de memória e tecnologia que reúne num só lugar as várias áreas do IBGE e que também está presente no Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE) e Belém (PA).

O evento foi realizado no Centro de Ciências da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e transmitido pelo IBGE Digital - Foto: Twin Alvarenga/UFJF

Em mensagem de vídeo, o presidente do IBGE Marcio Pochmann destacou a presença desta unidade numa cidade que não é uma capital como as demais Casas. “Juiz de Fora é uma cidade muito importante, um pólo regional e, por intermédio desta parceria, permitirá que servidores, professores, estudantes e gestores públicos tenham acesso mais rápido e efetivo às informações produzidas pelo IBGE, dados estes que são a base da melhor compreensão do nosso país”, explicou o presidente do Instituto.

A reitora da UFJF, Girlene Alves da Silva, cumprimentou todos os presentes, e exaltou os dados trazidos pelo IBGE, afirmando que eles “nos mostram a importância de se pensar em política pública por gente, com gente, para gente e a necessidade de financiamento perene. Agradecemos ao IBGE pela parceria”, ressaltou Girlene.

A reitora da UFJF, Girlene Alves da Silva e vice-reitor, Telmo Ronzani, representaram a universidade no evento - Foto: Twin Alvarenga/UFJF

Participaram do evento, a diretora de Geociências, Maria do Carmo Bueno, o diretor-adjunto de Pesquisas, Vladimir Miranda, o Coordenador Geral de Documentação e Disseminação, Daniel Castro, a coordenadora do Censo Demográfico, Giulia Scappini, o chefe da Agência do IBGE em Juiz de Fora, Julio Cesar Gomes Graça, e servidores. Representando a UFJF, prestigiaram a divulgação dos resultados do Censo além da reitora Girlene Alves da Silva, o vice-reitor, Telmo Ronzani, entre outros professores e pesquisadores.

Ao final do evento, lideranças quilombolas, gestores públicos e membros da comunidade acadêmica receberam um kit com produtos do IBGE - Foto: Twin Alvarenga/UFJF

Também presentes a secretária especial de Igualdade Racial de Juiz de Fora, Giane Almeida, a diretora de Ações Afirmativas da UFJF, Danielle Teles, a professora e pedagoga da comunidade quilombola Colônia do Paiol, Maria José Santana (Mestra Zezé), além de demais lideranças quilombolas e do movimento negro, entre outras autoridades.

A divulgação dos resultados ficou por conta da responsável técnica pelo Projeto Técnico de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, Marta Antunes, e pelo Gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas da Coordenação de Estruturas Territoriais, da Diretoria de Geociências (DGC), Fernando Damasco. A publicação traz, pela primeira vez, uma série de temas com recorte para situação rural e urbana, exclusivamente para o universo da população quilombola. Entre eles, dados sobre sexo e idade, alfabetização, registro de nascimento, além de características dos domicílios com pelo menos um morador quilombola quanto ao saneamento básico, composição domiciliar e óbitos registrados. Veja aqui os resultados.

Vladimir Miranda ressaltou o fato da divulgação acontecer numa universidade federal. “Elas possuem um papel muito importante em ajudar o IBGE a melhorar suas metodologias, com sua colaboração. É um orgulho, acima de tudo, por divulgar estas informações após um Censo repleto de dificuldades, como a pandemia e o alto número de fake news. É muito importante também divulgar dados dos quilombolas, uma demanda antiga da sociedade de representar uma população tão tradicional”, explicou o diretor-adjunto de Pesquisas.

Por sua vez, Maria do Carmo Bueno destacou o Censo como um retrato da realidade da população do nosso país e que “o IBGE fez um grande avanço neste Censo Demográfico 2022, pois trouxemos pela primeira vez os dados da população quilombola. Esperamos evoluir e retratar ainda mais outras comunidades tradicionais”.

Vladimir Miranda, diretor-adjunto de Pesquisas do IBGE, ressaltou o fato da divulgação acontecer numa universidade federal - Foto: Twin Alvarenga/UFJF

Coordenadora técnica do Censo Demográfico, Giulia Scappini definiu a divulgação como “um marco histórico na produção das estatísticas oficiais do Brasil. É a primeira vez que temos dados amplos e territorializados sobre os quilombolas, cobrindo todo o território da nação coletado pelo questionário básico do Censo. Esse resultado só foi possível graças ao empenho de uma extensa e dedicada rede de coleta”.

Danielle Telles ressaltou como é importante a relação da universidade com o IBGE e com a comunidade quilombola para construir políticas que atendam às necessidades reais da população - Foto: Twin Alvarenga/UFJF

Secretária especial de Igualdade Racial de Juiz de Fora, Giane Almeida acentuou o fato de que não se fazer política pública sem os dados. “Nossa secretaria existe para que os dados possam existir e que estas políticas aconteçam num movimento de articulação desta pasta especial com as demais secretarias que atuam na ponta, como Educação e Saúde”, explicou Almeida.

Danielle Telles ressaltou como é importante a relação da universidade com o IBGE e com a comunidade quilombola “para construir políticas que atendam às necessidades reais da população e, sobretudo, as quais a população quilombola seja protagonista. É importante termos uma escuta muito atenta e muito qualificada das experiências e vivências que cada quilombo traz”.

Evento contou com a apresentação cultural do grupo de tambor Trovão da Roza - Foto: Twin Alvarenga / UFJF

Mestra Zezé revelou a importância de eventos como o desta divulgação para mostrar a realidade do povo quilombola. “Esses dados são muito importantes pois mostram à sociedade informações dos quilombolas, nos dando visibilidade. Estamos podendo falar e contar a nossa história, além de melhorar o acesso às políticas públicas”, explicou a quilombola.

Duas apresentações culturais marcaram as atividades: o grupo de tambor Trovão da Roza, que une o Maracatu à figura histórica de Roza Cabinda, mulher negra escravizada que conquistou sua liberdade se tornando símbolo de resistência em Juiz de Fora; e do grupo de mulheres da comunidade do Quilombo do Paiol que usam o canto como resgate de suas raízes ancestrais.