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Rede Maregráfica

IBGE detecta alterações no nível do mar causadas por tsunami em Tonga

Editoria: Geociências | Carlos Alberto Guimarães | Arte: Helga Szpiz

21/01/2022 10h00 | Atualizado em 21/01/2022 14h16

  • Destaques

  • Estação Maregráfica do IBGE em Arraial do Cabo (RJ) percebeu o fenômeno 17 horas depois do tsunami.
  • Nível do mar local na costa brasileira subiu 8 centímetros além do previsto.
  • IBGE mantém Rede Maregráfica Permanente para Geodésia (RMPG) com seis estações ativas no Brasil.
#PraCegoVer Foto de satélite mostrando a Ilha de Tonga e destacado em vermelho, o local do tsunami ocorrido no começo de janeiro de 2022.
Arquipélago de Tonga foi abalado por ondas gigantes após erupção vulcânica no Oceano Pacífico - Foto: Google Maps

O tsunami ocorrido no arquipélago de Tonga após erupção vulcânica no Oceano Pacífico, no dia 15, foi detectado no Brasil 17 horas depois. Na Estação Maregráfica do IBGE localizada em Arraial do Cabo (RJ), foram percebidas alterações do nível do mar local na costa brasileira, às 18h20 (horário de Brasília).

“Houve uma discrepância significativa entre a previsão astronômica de maré e a altura do nível d'água do local”, afirma o engenheiro agrimensor do IBGE, Everton Gomes dos Santos. “A perturbação temporária foi de 8 centímetros. Logo depois de aproximadamente um dia, os níveis começaram a voltar ao normal”, acrescenta o técnico.

Além de Arraial do Cabo (RJ), o IBGE mantém outras cinco estações maregráficas ativas, localizadas nas cidades de Imbituba (SC), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Belém (PA) e Santana (AP). Nelas, o fenômeno não foi identificado. O conjunto de seis estações forma a Rede Maregráfica Permanente para Geodésia (RMPG).

As informações produzidas pela RMPG são úteis para diversas aplicações, como redução de sondagens para conservação e ampliação da capacidade de portos e vias navegáveis, implantação de infraestrutura (portos, rodovias, redes de água e esgoto) em regiões litorâneas e estudo de possíveis medidas de adaptação e mitigação dos impactos da elevação global do nível do mar.

No âmbito internacional, a rede contribui para o Programa Global de Observação do Nível do Mar e para o Programa de Alerta de Tsunami do Caribe, da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da Unesco, que apresentava significativa carência de informações no Atlântico Sul.

Além do tsunami causado pela erupção do vulcão Hunga Tonga Hunga Há’apai, que devastou ilhas e destruiu casas em Tonga, fenômeno semelhante já havia sido captado pela RMPG anteriormente. Em 2004, o tsunami do Oceano Índico, que deixou mais de 200 mil mortos, foi detectado um dia após o incidente pela Estação Maregráfica de Macaé (RJ), atualmente desativada.

Os dados são de acesso público e podem ser baixados em arquivos atualizados diariamente na RMPG.