Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

PNAD Contínua

Informalidade puxa alta de 1,5% na ocupação no trimestre fechado em setembro

Editoria: Estatísticas Sociais | Rodrigo Paradella | Arte: Helga Szpiz

30/10/2018 09h00 | Atualizado em 05/11/2018 17h50

Puxada pelo trabalho informal, a população ocupada aumentou em 1,5% (1,3 milhões de pessoas a mais) no trimestre fechado em setembro, empurrando a taxa de desocupação para 11,9%, contra 12,4% no período anterior. O total da população ocupada no período chegou a 92,6 milhões. O número de desocupados, por sua vez, caiu 3,7% (474 mil), ficando em 12,5 milhões de pessoas. As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal, divulgada hoje pelo IBGE.

“Podemos destacar a queda na desocupação, de 12,4% no trimestre de abril a junho para 11,9%, de julho a setembro. Tem uma retirada de pessoas da fila da desocupação, uma queda de quase meio milhão de pessoas. O problema maior desse avanço é que isso se deu em emprego sem carteira e por conta própria. É um resultado favorável, mas voltado para informalidade e aumento da subocupação”, explica o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

A quantidade de empregados no setor privado sem carteira assinada cresceu 4,7% em relação ao trimestre anterior, chegando a 11,5 milhões de pessoas (aumento de 522 mil ocupados). Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve alta de 5,5%, crescimento estimado de 601 mil pessoas. Já os trabalhadores por conta própria cresceram 1,9%, alcançando 23,5 milhões de pessoas (432 mil mais que no trimestre anterior). Os dois contingentes são recordes na série histórica da pesquisa, assim como o número de pessoas que trabalham menos de 40 horas semanais e gostariam de trabalhar mais (6,9 milhões de pessoas). 

Enquanto isso, o total de empregados com carteira assinada se manteve praticamente estável na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, algo que já não acontecia há 13 trimestres. “Foi a primeira vez que não houve queda significativa na carteira de trabalho na comparação anual. Foi uma variação negativa, mas não foi significativa”, ressalta Cimar sobre o contingente de 33 milhões de trabalhadores nesta condição.

O aumento no contingente de ocupados foi distribuído entre os grupos de atividade, com destaque para Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (mais 264 mil pessoas), Construção (mais 229 mil), Alojamento e alimentação (mais 179 mil), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (mais 263 mil), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (mais 183 mil) e Outros serviços (mais 192 mil).

O grupo de Outros serviços, inclusive, contou com o impacto positivo causado pelo processo eleitoral, graças aos postos de trabalho nas campanhas. "São aqueles que conhecemos como cabos eleitorais, os que estavam envolvidos nas eleições ao lado de seus candidatos", explica Cimar.

Mesmo com a melhora, o contingente de subutilizados permaneceu estável na comparação com o trimestre anterior, com 27,3 milhões de pessoas. Frente ao mesmo período de 2017, houve aumento de 2,1% (mais 559 mil pessoas). Os desalentados, por sua vez, também permaneceram estáveis na comparação trimestral, mas subiram 12,6% frente ao mesmo período de 2017, chegando a 4,8 milhões de pessoas (4,3% da força de trabalho).

O rendimento médio real habitual não refletiu a melhora na ocupação. Ele foi estimado em R$ 2.222, permanecendo estável na comparação com o trimestre anterior e também frente ao mesmo período do ano anterior.