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Transparência

IBGE atualiza cálculo dos serviços domésticos nos índices de inflação

Editoria: Estatísticas Econômicas | Eduardo Peret | Arte: J.C. Rodrigues

22/05/2018 09h00 | Atualizado em 23/05/2018 15h45

A partir da divulgação do IPCA-15 deste mês, amanhã (23), os índices de preços ao consumidor – IPCA, IPCA-15 e INPC – terão uma nova forma de inclusão dos serviços domésticos e mão de obra no domicílio. É a segunda vez que o instituto promove uma mudança na inserção desses subitens que, juntos, têm mais peso no orçamento doméstico segundo o IPCA (5,81%), do que, por exemplo, a gasolina (4,33%).

O Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC) usou como fonte, de 2007 até 2016, a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), onde captava os valores dos rendimentos mensais das categorias dos trabalhadores que compõem os subitens dos índices de preços. “O objetivo é captar a variação mensal dos rendimentos brutos habitualmente recebidos pelos empregados domésticos para refletir a inflação representativa destes serviços no âmbito do consumo familiar”, disse o coordenador de Índices de Preços do IBGE, Gustavo Vitti. A PME abrangia seis regiões metropolitanas e sua última edição foi publicada em fevereiro de 2016.

Com o fim da PME, a substituição seria pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Continua, que já estava em campo desde 2012. Porém, havia uma questão metodológica, como explicou Gustavo Vitti: “não tínhamos um número de pontos suficientes na série para fazermos estimativas robustas de tendência. Essa modelagem estatística pressupõe que se tenha um número razoável, de, pelo menos, 60 meses, cinco anos, para começar a ter estimativas confiáveis”.

Por isso, o IBGE estava, desde 2016 até agora, usando a variação do salário mínimo, que é determinada pela soma da variação do PIB de dois anos atrás com a variação anual do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano passado. Quando a variação do PIB é negativa, usa-se apenas o INPC. Por exemplo, para o cálculo de 2017, seria usada a variação do PIB de 2015 (-3,8%), mais o INPC de 2016 (6,58%), mas como o PIB teve queda naquele ano, usou-se apenas o INPC. O IBGE pega essa variação anual e tira uma raiz de índice 12 para obter a variação mensal. Portanto, o percentual obtido é fixo para todos os meses.

A partir de agora, começa o uso da PNAD Contínua. A adaptação demandou dois anos de trabalho conjunto de diferentes coordenações do IBGE com a Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE). “A PNAD Contínua é uma pesquisa ótima, mas não foi desenhada para o recorte do índice de preços”, disse Gustavo Vitti, que acrescentou: “vamos obter a variação dos rendimentos trimestrais do grupo de ocupações que compõem os subitens pesquisados no índice de preços e fazer uma raiz cúbica para chegar à variação mensal”. Assim como já acontece com o cálculo do salário mínimo, a variação dos rendimentos será calculada no nível Brasil, para ser aplicada a cada uma das regiões de abrangência do IPCA e do INPC.

Os microdados da subamostra com os rendimentos do grupo de ocupações que compõem os subgrupos do IPCA e INPC serão disponibilizados no portal do IBGE. As notas técnicas que explicam com mais detalhes a mudança metodológica estão disponíveis aqui.