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IPCA

Remédios e planos de saúde pressionam inflação em abril

Editoria: Estatísticas Econômicas | Irene Gomes | Arte: Marcelo Barroso

10/05/2018 09h00 | Atualizado em 10/05/2018 09h00

A inflação registrou alta de 0,22% em abril, pressionada pelo aumento dos preços de produtos farmacêuticos e planos de saúde. Os resultados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados hoje pelo IBGE, mostram uma taxa 0,13 ponto percentual maior que os 0,09% registrados em março. No ano, o acumulado de 0,92% é o menor para um mês de abril desde a implantação do Plano Real, e, nos últimos 12 meses, a taxa ficou em 2,68%.

Segundo o gerente do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), Fernando Gonçalves, a aceleração do índice se deve principalmente ao grupo Saúde e Cuidados Pessoais, que, com aumento de 0,91%, comprometeu metade da taxa de abril.

Gráfico da variação mensal comparando o índice geral com o índice de Saúde e cuidados pessoais

“Dos 0,22% de abril, 0,11 ponto percentual veio do grupo Saúde e Cuidados Pessoais. Dois itens desse grupo, de preços administrados, se destacaram: os planos de saúde, com um aumento de 1,06%, e os remédios, cujos preços subiram, em média, 1,52%”, explicou Fernando.

O grupo Vestuário também se destacou, com variação de 0,62% e o segundo maior impacto (0,04 p.p.). De acordo com Fernando, “a troca de coleção influenciou principalmente as roupas femininas, que ficaram, em média, 1,66% mais caras”.

Já no grupo Alimentação e Bebidas (0,9%), enquanto os produtos para consumo no domicílio aceleraram de março para abril (de -0,18% para 0,27%), a alimentação fora registrou queda de 0,22%, após subir 0,52% em março. Para Fernando, tais preços, em abril, foram compensados por descontos e promoções para atrair os clientes.

Ainda entre os alimentos, o leite longa vida, com aumento de 4,94%, também se destacou entre os impactos individuais, e influenciou, para baixo, o preço das carnes (-0,31%). “Houve uma redução na oferta de leite por conta dos baixos preços praticados no ano passado. Isso desestimulou a atividade, os produtores saíram da atividade e o abate de vacas aumentou, contribuindo para a redução no preço das carnes”, explicou o pesquisador.

Também contribuíram para segurar o índice, os preços da batata-inglesa (-4,31%), com maior oferta, e do frango inteiro (-2,08%). Fernando explicou que, no caso do frango, “a oferta está alta e o consumo baixo. Também pode estar influenciando a questão do embargo europeu, que embora só comece no dia 15 de maio, já afeta o preço do produto”.

Já o grupo Transportes apresentou estabilidade no mês de abril. As altas do conserto de automóvel (1,31%) e da gasolina (0,26%), compensaram as quedas do etanol (-2,73%) e das passagens aéreas (-2,67%). “A produção de açúcar no mundo foi muito alta no último ano e a cana está sendo desviada para a produção de etanol, o que tem diminuído os preços no Brasil”, explicou o pesquisador.

Além disso, no grupo Habitação, a alta de 0,17% foi impulsionada pela energia elétrica (0,99%). Este item se destacou com reajuste em cinco regiões: Rio de janeiro, Porto Alegre, Fortaleza, Salvador e Campo Grande.

Para cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 30 de março a 27 de abril de 2018 (referência) com os preços vigentes no período de 02 de março a 29 de março de 2018 (base).