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Dia mundial do rádio celebra esporte e incentiva tolerância em 2018

Editoria: IBGE | Hilton de Souza Marques e Karina Meirelles (estagiários), sob supervisão de Irene Gomes | Arte: Helena Pontes

09/02/2018 11h00 | Atualizado em 09/03/2018 08h22

Instituído em 2011 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - Unesco, o Dia Mundial do Rádio será comemorado, em 13 de fevereiro, com o tema “Rádio e Esporte”. O objetivo é celebrar a diversidade, incentivar a igualdade de gênero e promover valores como não violência, solidariedade e tolerância em coberturas desportivas radiofônicas.

No Brasil, bem mais que um meio de comunicação, o rádio consolidou gêneros musicais, alimentou a paixão nacional pelo futebol e teve importante participação na integração do país. A primeira transmissão de rádio foi em 1922, quando o então presidente Epitácio Pessoa falou sobre o centenário da independência.

No entanto, pelos ares brasileiros, estas ondas eletromagnéticas só começaram a se propagar com fins comercias a partir de 1923, graças a entusiastas como Roquette Pinto, que se juntavam em sociedades para fundar emissoras.

Já o primeiro jogo de futebol transmitido via rádio ocorreu em 1932 e, em 1938, durante a Copa do Mundo da França, foi feita a primeira transmissão esportiva em cadeia nacional. Para o professor de radiojornalismo Felipe Oliveira, da Unicarioca, o rádio praticamente inventou o jeito como se faz a cobertura e locução de esportes hoje: “mesmo depois da chegada da TV, o rádio continuou sendo protagonista das coberturas esportivas. Até meados de 1990, a TV não fazia essa cobertura de todos os jogos e grandes momentos do esporte, conquistas da seleção e dos clubes, foram contados pelo rádio. Virou uma cultura”.

Estatísticas do IBGE sobre o rádio

A existência do aparelho de rádio nos lares brasileiros começou a ser investigada pelo IBGE, em 1988, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que considerava qualquer tipo de rádio, inclusive que acoplasse outros aparelhos, como, por exemplo, rádio-gravador, rádio toca-fitas, etc. Naquele ano, 81,8% dos domicílios tinham esse bem. Em 1998, a existência do aparelho nos domicílios atingiu o percentual mais alto (90,5%). No entanto, em 2015, a pesquisa registrou que apenas 69,2% dos lares possuíam aparelho de rádio. Mas isso não quer dizer que as pessoas tenham deixado de ouvi-lo.

Segundo Maria Lúcia Vieira, gerente da Pnad, a pesquisa não acompanhou as mudanças tecnológicas e não abrangia as novas formas de rádio. “Ao longo dos últimos anos, a tecnologia mudou muito e o conceito de rádio na pesquisa não acompanhou, desconsiderando, por exemplo, o que se escuta pela Internet, no computador e celular”, explica. Por isso, a investigação foi temporariamente descontinuada e o IBGE está estudando a possibilidade de retomar a pesquisa empregando um conceito mais amplo.

Mesmo com os avanços tecnológicos, o rádio é, ainda hoje, o segundo meio de comunicação mais utilizado pelos brasileiros, perdendo apenas para a televisão. Os dados estão na Pesquisa Brasileira de Mídia 2015, realizada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).

A pesquisa revelou que, apesar do número de ouvintes ter caído em comparação a 2014, de 61% para 55%, aumentou a quantidade de pessoas que declararam ouvir rádio todos os dias, de 21% em 2014, para 30%, em 2015. Além disso, 80% dos entrevistados disseram ouvir rádio pelo aparelho tradicional, 8% responderam ouvir no carro e 8% no celular. A pesquisa mostrou, também, que 63% dos entrevistados usam o rádio para se informar, 62% para se divertir e 30% para passar o tempo.

Juney Freire, 21 anos, estudante de jornalismo, tem o hábito de escutar rádio todos os dias pela manhã. “Ouço rádio principalmente no trajeto de casa para o trabalho, pelo celular. Prefiro o rádio para ouvir músicas e me informar sobre notícias urgentes, porque não preciso parar o que faço para acompanhar, como se faz com a TV, por exemplo”, declara Juney.

Já o porteiro Antônio Freire de Araújo, 50 anos, está sempre com seu aparelhinho de rádio ao lado.  “Gosto de escutar música, sertanejo, forró, e os jogos do Fluminense”. Ele contou que escuta mais rádio no trabalho: “mas se tenho a opção de ver o jogo pela TV, eu prefiro”.

O professor Felipe Oliveira acredita na resistência do veículo em meio a uma geração acostumada com o audiovisual. “O rádio não vai acabar. Ele tem uma vocação muito importante, que é de aproximar pessoas. Se pudermos usar o rádio e as redes sociais, que são grandes condensadores de pessoas, o seu futuro está garantido”, conclui Felipe.