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Informalidade e comércio contribuem para queda no desemprego

29/12/2017 09h00 | Atualizado em 18/05/2020 16h18

Ao lado do comércio sazonal, o trabalho informal manteve a tendência de alta apresentada nos últimos meses e contribuiu para a queda no desemprego no trimestre encerrado em novembro. A taxa foi de 12,0% no período, menor que os 12,6% do trimestre fechado em agosto, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE. Ainda assim, o índice de novembro foi maior que o do mesmo período de 2016 (11,9%).

O número de trabalhadores com carteira assinada, por exemplo, caiu 2,5% em relação ao trimestre formado por setembro, outubro e julho de 2016, uma queda de 857 mil pessoas. Por outro lado, os empregados no setor privado sem carteira assinada cresceram 6,9% na mesma comparação, absorvendo 718 mil pessoas. Os que trabalhavam por conta própria também tiveram alta (5,0%), enquanto os trabalhadores domésticos cresceram 4,1% em relação a 2016.

A variação positiva de 0,1 ponto percentual (p.p.) do desemprego em relação ao mesmo trimestre do ano passado indica que há, por enquanto, apenas uma queda no ritmo de crescimento verificado nos meses anteriores. A desaceleração da taxa pode ser percebida pela evolução entre os trimestres fechados em novembro de 2016 (11,9%) e 2015 (9,0%), quando a diferença entre os resultados foi de 2,9 p.p.

“A desocupação ainda está maior que a do ano passado, mas esse crescimento desacelerou visivelmente na comparação anual. Não estamos com um número menor de desocupados, mas ele desacelerou”, explica o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

Por outro lado, a comparação com o mesmo período de 2016 evidencia o aumento no nível de ocupação, que é o percentual de pessoas maiores de 14 anos que estão ocupadas. No ano passado, o índice foi de 54,1%, enquanto em 2017 a taxa alcançou 54,4%.

“O nível de ocupação cresceu porque o número de pessoas ocupadas subiu mais do que a população em idade para trabalhar. Mas esse número tem que ser visto com cautela, pois, ao mesmo tempo em que o crescimento da taxa de desocupação desacelerou, a qualidade das ocupações caiu. O mercado de trabalho está cada vez mais voltado para a informalidade”, conclui Cimar.

Texto: Rodrigo Paradella
Arte: Helga Szpiz 
Imagem: Pixabay