Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

Novembro Azul incentiva prevenção do câncer de próstata

Editoria: IBGE | Karina Meirelles (estagiária), sob supervisão de Pedro Renaux | Arte: Pedro Vidal

28/11/2017 09h00 | Atualizado em 14/11/2019 16h43

De todos os tipos de câncer, o de próstata é o de maior incidência (36,9%) entre homens de 18 anos ou mais que descobriram a doença no primeiro diagnóstico, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde 2013 (PNS), divulgada pelo IBGE. Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2015, 14.484 homens morreram em decorrência da doença no país.

É para mudar essa realidade que a campanha Novembro Azul foi criada em 2003, inicialmente na Austrália, e adotada posteriormente em diversos países. No Brasil, ela é apoiada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), que lançou este ano a cartilha Câncer de Próstata: vamos falar sobre isso?, para dar mais visibilidade para a doença no Dia Nacional de Combate ao Câncer (27/11).

Em 2016, foram estimados cerca de 61.200 casos novos de câncer de próstata pelo Inca. Mesmo sendo 3.240 casos a mais que o estimado para o câncer de mama (57.960) no mesmo período, a campanha Novembro Azul ainda não tem a mesma visibilidade e alcance que o Outubro Rosa (de prevenção do câncer de mama).

Para prevenir o câncer de próstata, a cartilha recomenda uma alimentação saudável, não fumar e praticar atividades físicas. Ela constata ainda que o risco de desenvolver a doença aumenta em pessoas com sobrepeso/obesidade, com histórico de câncer na família e em idosos. De acordo com a PNS 2013, dos 408 mil casos da doença, 56,2% ocorreram em homens entre 65 e 74 anos. 

Apenas 25% dos homens com mais de 50 anos fizeram o exame de toque

A detecção do câncer de próstata pode ser feita por meio de dois exames: o antígeno prostático específico (PSA) e o toque retal. O primeiro é um exame de sangue que identifica o nível dessa proteína que, quando elevada, pode indicar câncer ou doenças benignas da próstata. O segundo é feito pelo médico, que avalia tamanho, forma e textura da próstata.

O preconceito e falta de informação de muitos homens em relação ao exame de toque prejudica a prevenção e aumenta os índices de mortalidade com a doença. Por exemplo, a PNS 2013 mostra que aproximadamente 5,7 milhões de homens de 50 anos ou mais realizaram exame físico ou de toque retal nos 12 meses anteriores à pesquisa, o equivalente a 25% nessa faixa de idade.

Em caso de anormalidade no exame físico, a confirmação da doença é feita somente após uma biópsia. O toque retal é indispensável pois, às vezes, o exame de sangue não mostra a doença. De acordo com o chefe de urologia do Inca, doutor Franz Campos, “existem casos em que antígeno prostático específico não se expressa, mesmo em pacientes portadores de câncer da próstata”.

Para o médico, é necessário trazer mais conhecimento e informação sobre a doença. “É fundamental o entendimento entre os apoiadores do Novembro Azul e as entidades públicas que coordenam as normas de diagnóstico e tratamento do câncer, além de estreitar os contatos com a imprensa, a fim de chamar atenção para esse grave problema de saúde pública em nosso país”, afirma o doutor Franz Campos.