Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

Desligamento de sinal analógico é novo passo de transição para o digital

24/10/2017 09h00 | Atualizado em 24/10/2017 09h00

Responsável por transmitir dos satélites para a tela de nossas TVs, durante seis décadas, o sinal analógico vem sendo substituído em diversos municípios do país. A transmissão das ondas passará a ser feita pelo sinal digital, que supera o anterior em qualidade de imagem e de som.  A transição começou, em março de 2016, no município de Rio Verde/GO e a previsão é de que até 2018 cerca de 1.300 cidades tenham o sinal desativado.

Nesta quarta-feira (25), o desligamento ocorrerá nos municípios fluminenses de Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí́, Itaguaí, Japeri, Magé́, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu̧, Petrópolis, Queimados, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica e Tanguá. Cinquenta e nove municípios fluminenses terão o sinal substituído em novembro de 2018, os outros 14 municípios, assim como todos os outros do Brasil que não aderiram à mudança, terão até 2023, para se prepararem para a mudança de sinal.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2015, divulgada pelo IBGE, apenas 45,1% dos domicílios com TV tinham acesso ao sinal digital aberto, enquanto 13 milhões de domicílios (19,7%) não tinham acesso e não possuíam alternativas para receber o sinal digital, como antena parabólica ou TV por assinatura.

O kit digital gratuito
Para garantir a recepção do sinal à população, o Ministério das Telecomunicações e o Ministério do Desenvolvimento Social formularam uma política de distribuição de kits digitais gratuitos (uma antena UHF e um conversor com controle remoto) para a população de baixa renda inscrita nos programas sociais. Já foram retirados 994.994 kits digitais nos 19 municípios do Rio de Janeiro que terão o sinal analógico desligado nesta quarta-feira. No Brasil, o número de kits retirados é de 5,9 milhões. Para ser beneficiado, é necessário se cadastrar no site do Seja Digital com o Número de Identificação Social (NIS) ou CPF. Quem não é inscrito em nenhum programa social deve procurar o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) mais próximo e preencher o cadastro único.

Maria Daguia, 66 anos, que mora em Duque de Caxias, na região Metropolitana do Rio de Janeiro, está no grupo dos domicílios que não estão preparados para receber o sinal digital.  Além de não ser inscrita em nenhum programa social, o que permitiria a retirada gratuita do kit digital, ela não tem recursos para adquiri-lo por conta própria. Alguns de seus canais preferidos já saíram do ar, agora restam poucos: “Acho isso muito injusto, porque eu não tenho como comprar o conversor. Vou ficar sem televisão”, lamenta. Desde que ficou sem alguns canais, Maria passou a frequentar a casa da cunhada, que já tem acesso à TV digital, para acompanhar a programação. Ela diz ficar encantada com a qualidade da imagem: “É linda, ótima, limpinha”.

Ainda de acordo com a PNAD 2015, o Sudeste é a região com maior índice de recepção de sinal digital no Brasil, com 53,1% dos domicílios com acesso à transmissão. A região Norte é a que alcança o menor índice, com apenas 34,7% dos domicílios. Segundo a Agência Nacional das Telecomunicações (Anatel), a condição para o desligamento total do sinal analógico é que a TV digital atinja, ao menos, 93% dos domicílios.

Internet móvel mais potente
O avanço tecnológico irá trazer, além de uma TV com imagens em alta resolução, uma internet 4G mais potente. Isso porque a faixa de 700MHz, usada pelo sinal analógico, passará a ser utilizada pela internet móvel. Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o objetivo da liberação da faixa é justamente estimular a redução do custo e ampliar o acesso à banda larga no Brasil. A faixa de 700 MHz, além de aumentar o total de frequências disponíveis para a banda larga móvel, apresenta vantagens na propagação do sinal e facilita o acesso à programação em ambientes fechados.

Texto: Marina Cardoso (estagiária), sob supervisão de Adriana Saraiva
Imagem: Pixabay
Arte: Licia Rubinstein