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Indústria de papel e celulose impulsiona produção madeireira

28/09/2017 10h00 | Atualizado em 28/09/2017 10h00

Com 85,2 milhões m3 e valor de R$ 5,2 bilhões, a produção de madeira em tora destinada à indústria de papel e celulose cresceu 10,8% em 2016, em comparação com o ano anterior. O estado do Paraná foi o maior produtor do setor, com 15,9 milhões m3, um aumento de 43,9% em relação a 2015. Com 3,5 milhões m3, Telêmaco Borba/PR ocupou a liderança na produção nacional. Do volume total, 80,2% vieram de áreas de plantio de eucalipto e 18,8% de florestas de pinus.

Os números são da pesquisa de Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (Pevs), que investigou 44 produtos em todo o país, sendo 37 coletados em matas nativas (extração vegetal) e sete obtidos em florestas plantadas (silvicultura). Dos R$ 18,5 bilhões do valor total de produção registrados pela pesquisa, que correspondem a um aumento de 0,8% em relação a 2015, 76,1% foram obtidos em florestas plantadas, enquanto 23,9% foram coletados em matas nativas. Desse mesmo total, os produtos madeireiros representaram 89,8% (R$ 16,7 bilhões).

O crescimento da indústria de papel e celulose contribuiu para o aumento da produção de madeira em tora, em especial no Sul do país, que representa 33,2% do total. O analista do IBGE, Winicius Wagner, explica um aspecto que teve grande relevância para esse setor: “A ampliação do parque industrial de papel e celulose no Paraná, no ano passado, alçou o estado a maior produtor nacional. Esse posto era ocupado por São Paulo, que agora está na segunda posição, com produção de 14,7 milhões m3, uma queda de 5,4%”, ressaltou. O relatório anual da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) situa os resultados da Pevs no âmbito internacional. Segundo o Ibá, em 2016, o Brasil foi o segundo país que mais produziu celulose e o oitavo maior produtor de papel.

Entre os produtos madeireiros extraídos em matas nativas, houve baixa nas quantidades de carvão vegetal (-31,7%), de lenha (-7,4%) e de madeira em tora (-7,0%). De acordo com Winicius, “essa queda nos números pode ser consequência de uma legislação ambiental mais rígida e de um maior controle dos órgãos fiscalizadores, assim como da indisponibilidade de mão de obra do setor extrativo”.

Texto: Pedro Renaux
Gráfico: Valberto Alves 
Foto: Lícia Rubinstein