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Índice de preços ao produtor tem maior queda desde março de 2016

29/08/2017 09h00 | Atualizado em 01/09/2017 18h24

O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede a variação dos preços da indústria geral (extrativas e de transformação) sem impostos e fretes, recuou 0,99% entre junho e julho de 2017. Desde a incorporação da indústria extrativa à análise feita pelo IBGE (dezembro de 2013), essa foi a segunda maior queda do índice, ficando abaixo, apenas, da taxa apresentada em março de 2016 (-1,20%). Os quatro setores que mais influenciaram esse comportamento foram Alimentos, Refino de petróleo e produtos de álcool, Outros produtos químicos e Metalurgia.

 

Os preços dos alimentos recuaram, em média, 2,0%, registrando o sexto resultado negativo do setor no ano. De acordo com o pesquisador da Coordenação de Indústria do IBGE, Manuel Campos, o aumento da oferta de produtos devido às boas safras e o grande número de animais para abate é uma das explicações para essa queda. “Além disso, não podemos esquecer da  valorização do Real frente ao dólar durante o ano, o que afeta na redução de preços desse setor. Toda a parte de farelo de soja sofreu com isso”, ressalta.

Sobre os outros setores, Campos explica que a queda dos preços internacionais dos barris de petróleo foi uma das principais influências para a variação média de -1,38% do setor de refino de petróleo e produtos de álcool.  Em relação ao recuo de 1,42% nos preços do setor químico, o analista acredita ser em função da competição de produtos importados, especialmente os ligados aos petroquímicos básicos e fertilizantes.

Campos comenta, ainda, que a variação de -1,34%  do setor metalúrgico é apenas o segundo resultado negativo no ano. “O setor metalúrgico é interessante, a tendência foi uma elevação bastante grande em seus preços durante o ano, mesmo com o mercado chinês inundando de aço o mundo”, ressalta.

Texto: Mônica Marli
Gráfico: Helga Szpiz
Imagem: Portal da Indústria